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Família de Dias D'Ávila passa mal após tomar banho de mar em Guarajuba

Sintomas perduraram por três dias e podem ter relação com óleo em praia

  • D
  • Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2019 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Reprodução

Mesmo em praias em que não é possível avistar o óleo, a substância pode fazer mal à saúde. Quem tem contato com o resíduo e acaba intoxicado relata dores de cabeça, vermelhidão no corpo, mal-estar e vômitos. Foi o que aconteceu com uma família de Dias D’Ávila, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), ao entrar no mar de Guarajuba, no final de outubro.

Nilmara Lapinto, 23 anos, foi com o marido, Antônio Edson Coura, 29, e a filha, Alice Maria, 3, na praia que fica no município de Camaçari, também na RMS. Depois de entrar no mar, a família afirma que ficou três dias com fraqueza e mal-estar. Alice Maria, 3 anos, com a mãe, Nilmara, 23, no dia em que passaram mal após entrar no mar em área oleada (Foto: Acervo pessoal) No caso dos pais, os sintomas mais fortes foram fraqueza, dor de cabeça e enjoo, o que foi passando aos poucos. A situação da pequena foi um pouco mais complicada."Minha filha se tremia de frio e ela estava muito quente. Chegou a ficar com 38,5º C de febre”, relatou Nilmara.A mãe relembrou ainda que não era possível ver grandes manchas de óleo na praia naquele dia. “Meu marido foi tomar banho de mar. Quando voltou, disse que tinham pontinhos pretos na areia”, explica.

A reação de Nilmara foi falar para o marido não tocar nos resíduos. Mas, mesmo com os "pontinhos", a família entrou na água.“Eu fiquei com uma mancha de óleo no corpo e meu marido também. Minha filha não ficou com manchas, mas, do nada, ela começou a vomitar”, contou.A filha foi a primeira a sentir os sintomas. A criança começou a vomitar assim que saiu do mar. No trajeto de volta para Dias D'Ávila, toda família já estava passando mal.

Mesmo com os sintomas, a família não foi ao médico por acreditar que o caso não era preocupante. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) informa que não possui dados sobre intoxicação pelo petróleo cru.

A família informou ao CORREIO sobre a suposta intoxicação por meio do Facebook após ver uma postagem da professora Tatiana, que teve os mesmos sintomas. Ela foi a primeira pessoa confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) com suspeita de intoxicação por petróleo cru em Salvador.

Nesta semana, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da capital já tinha confirmado um caso suspeito de intoxicação depois que a professora Tatiana Conceição Santos pisou no óleo, na praia de Itapuã. 

Em 2 de novembro, o empresário Anderson Gabriel Palmela, 38 anos, deu entrada no Pronto Atendimento da Zona Sul de Ilhéus com queimaduras no corpo após tomar banho de mar na Praia dos Milionários.

Uma bióloga voluntária que trabalhou na limpeza da praia de Stella Maris, em Salvador, também relatou mal-estar, no final de outubro. Carla Circenis, 49, contou que seus olhos ficaram irritados e a pele empolada. Ela ainda teve um princípio de sinusite e dor de barriga.

Em Pernambuco, foram ao menos 19 casos de intoxicação de voluntários.

*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier