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Facções locais usam nome do CV para tentar ganhar terreno, diz comandante da PM

Segundo coronel Anselmo Brandão, a polícia está monitorando a situação em Salvador

  • D
  • Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2020 às 08:57

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Divulgação

O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Brandão, afirmou que a chegada do Comando Vermelho à capital baiana "não passa de boatos". Segundo ele, os grupos criminosos de Salvador estão usando o nome da facção do Rio de Janeiro para ter mais espaço na cidade."Tudo isso não passa de boatos. Isso partiu de grupos criminosos em Salvador, querendo dominar territórios e usando a marca do Comando Vermelho. Nós já estamos buscando essas pessoas que estão fazendo isso", disse.Leia mais: Comando Vermelho se estabelece na Bahia a partir de aliança com o CP 

Ainda de acordo com o coronel, não há informações concretas sobre o estabelecimento do CV, mas a polícia está acompanhando a situação. "É bom ficar bem claro não temos informações concretas dos criminosas do Rio de Janeiro aqui. Aqueles que anunciaram que estavam se aliando ao Comando Vermelho já foram presos. Não estamos vendo esses criminosos aqui. Temos uma força-tarefa acompanhando esse caso", explicou.

Aliança Conforme revelado pelo CORREIO nesta sexta-feira (25), pichações por diversos bairros da cidade mostram uma aliança entre a facção Comando da Paz, criada em 2007, e o Comando Vermelho. A partir de agora, os territórios antes dominados pelo CP passam a ser área do CV, inclusive o complexo do Nordeste de Amaralina (Nordeste de Amaralina, Santa Cruz, Vale das Pedrinhas e Chapada do Rio Vermelho). É no complexo, mais precisamente no Beco da Cultura, em Santa Cruz, que o CORREIO encontrou as duas siglas num muro. Para além da demonstração da aliança, as iniciais são uma afronta à Secretaria de Segurança Pública (SSP).  

As pichações foram feitas em frente à Base Comunitária e a menos de 500 metros da 40ª Companhia Independente da Polícia Militar (Nordeste de Amaralina). Segundo mensagens que circulam no WhatsApp, as pichações seriam uma forma de convocar os integrantes da facção para vingar a morte do traficante Elias Maluco, uma das maiores lideranças do CV, que foi encontrado morto na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Preso desde 2002, Elias foi condenado a 28 anos e seis meses de prisão pela autoria do assassinato do jornalista Tim Lopes. 

Na Bahia, uma mensagem de luto à morte de Elias circula no aplicativo. O conteúdo seria do CV e lista as regiões, bairros e localidades que agora são de domínio da facção carioca e ainda convoca a tropa para atacar os “órgãos de segurança pública do Estado da Bahia”:

“Nós, membros do Comando Vermelho do Estado da Bahia, iremos fazer uma homenagem ao general Elias Maluco, cada favela do CV homenageará nosso irmão com  uma de queima de fogos e depois promovemos ataques aos órgãos de segurança pública do estado. Estamos cheios de ódio”. 

“A gente já vai dar uma reposta a isso”, disse  o comandante de Operações da Polícia Militar, coronel Humberto Sturaro. Sobre a aliança entre o CP e o CV, ele orientou o CORREIO a procurar o Departamento de Comunicação Social (DCS) da instituição “para alinhar o pensamento da PM”.  

Já o DCS direcionou a demanda à Polícia Civil, que, por meio do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado, informou que “apura a veracidade das informações acerca da atuação de organizações criminosas na Bahia. Ressalta que trabalha em conjunto com outras instituições da Segurança Pública, priorizando as ações de inteligência”.