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Fábrica de colchões pega fogo no bairro de Valéria

Não há registro de vítimas e as causas do incêndio ainda são desconhecidas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 19 de março de 2019 às 06:39

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Ingrid Mayder/Leitora CORREIO
. por Mauro Akin Nassor/CORREIO

Uma fábrica de colchões está pegando fogo no bairro de Valéria, na manhã desta terça-feira (19). Segundo informações do Corpo de Bombeiros, seis viaturas e 36 bombeiros estavam atuando, no final da manhã, no combate ao fogo. A fumaça pode ser vista em diversos pontos de Salvador, como a Avenida Paralela e a BR-324.

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As chamas começaram por volta das 5h50, na Fábrica da Ortobom, localizada na Rua Eurico Temporal. Os brigadistas do estabelecimento iniciaram o combate, mas, por conter muito material inflamável, as chamas se propagaram muito rápido.

Segundo o Corpo de Bombeiros, não há registro de vítimas e as causas do incêndio ainda são desconhecidas. 

Por precaução, 20 famílias que vivem no entorno da fábrica, nas ruas Eurico Temporal e Marcelino Garrido, foram obrigadas pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) a deixar as suas casas. 

O fogo foi controlado pelos bombeiros por volta de 11h30. À tarde, as equipes trabalhavam no confinamento das chamas - numa parte específica da fábrica. O trabalho de controle e resfriamento do fogo deve avançar pela noite. O CORREIO já entrou em contato com a assessoria de comunicação da empresa e aguarda informações oficiais.  (Foto: Ingrid Mayder/Leitora CORREIO) Muitas explosões acontecem no depósito e os moradores da região já saíram correndo. Por causa do incêndio, muitos motoristas reduzem a velocidade para observá-lo e o trânsito está lento na BR-324. 

O major Ramon Diego, do Corpo de Bombeiros, informou que há quatro frentes de ação, e que, por enquanto, não há registro de vítimas. Porém, ele chama a atenção para o fato de a propagação do fogo ser muito rápida, por se tratar de material inflamável e a fumaça ser tóxica. "Estamos combatendo o fogo aqui, na parte de cima, nessa rua principal, contendo para não chegar na parte residencial e na gráfica. Há outra frente de combate na rua de baixo para o fogo não se espalhar", explicou o major, acrescentando que o momento agora é de aguardar as técnicas de combate e de fazer uma avaliação constante com relação ao perímetro do local do incêndio.O Corpo de Bombeiros ainda não sabe as causas do incêndio. "Não foi passado nada pra gente e é muito prematuro ainda para informar qualquer coisa", explica o major.  Mesmo com a atuação dos bombeiros, o cheiro de queimado continua muito forte no local e a fumaça bem densa. Representantes da empresa acompanham a atuação dos bombeiros mas não quiseram falar com a imprensa. Há informações de que no local trabalham cerca de 500 funcionários.

Um funcionário, que preferiu não se identificar, disse que o prejuízo é incalculável. Ele conta que, na empresa, há colchões com preços que variam entre R$ 100 até R$ 5 mil, dependendo da funcionalidade.

Um funcionário de uma empresa terceirizada que presta serviços para a Ortobom, que atua na entrega de colchões e mora no fundo da fábrica, contou que não tinha saído de casa ainda para pegar o caminhão da empresa, quando ouviu os primeiros estrondos. "Achei que fosse alguma carga de transformador que tivesse estourado", conta.

Quando saiu de casa ele viu o fumaceiro. "Na hora, vim ligeiro para tirar o caminhão, mas o pessoal do Corpo de Bombeiros já estava aqui e a área tinha sido isolada. Ficou aí pegando fogo, explodindo, os bombeiros chegando, ninguém podendo passar e está até agora aí. Infelizmente, a empresa acabou. Muita gente vai ficar desempregada", lamentou.

Na avaliação do funcionário terceirizada, o incêndio foi uma fatalidade. "Está nas mãos de Deus, foi uma fatalidade. A empresa Ortobom tem grande porte de segurança, eu te garanto. Toda hora estavam verificando as coisas aí, mas um acidente não acontece por acaso, foi uma fatalidade, e essa fatalidade a gente não pode dizer porque a gente não teve condições de entrar".

A suspeita do funcionário é de que as chamas tenham começado na área dos fundo, onde ficam os produtos químicos. "Lá na espumação, onde produz os colchões. São produtos muito fortes. Na empresa tem muitos colchões, muitas caixas, então tudo ajuda um pouco o fogo a se espalhar". Os colchões são produzidos e armazenados na fábrica, de ondem saem para distribuição.

A Ortobom possui 15 fábricas no país. A unidade da Bahia, em Salvador, gera cerca de 500 empregos diretos e tem capacidade de produção mensal de 690 toneladas de blocos de espumas e 77 mil colchões.