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Ana Pereira
Publicado em 21 de agosto de 2021 às 08:00
- Atualizado há 2 anos
A obra e a trajetória do escritor Ariano Suassuna (1927- 2014) servem de impulso criativo para os 43 artistas que participam da mostra Suassuna, uma Estrela do Mundo - que será aberta neste domingo (22), às 19h, no ME Ateliê de Fotografia, no Santo Antônio Além do Carmo. A vernissagem conta com a performance música ArteArmorial, com Pat Veronic.
A mostra marca os três anos do espaço, comandado pelo fotógrafo Mário Edson. A escolha de Suassuna, explica, é devido a relevância e contribuição histórica do pernambucano à cultura e arte brasileira.
“Ariano é imortal. Um mestre na literatura, seja nos livros, poesias ou textos teatrais e responsável pela criação do Movimento Armorial que, envolvendo música, artes plásticas, teatro e dança buscou valorizar e lançar luz sobre a arte popular vista como arte menor frente a arte erudita”, destaca Mário, que assina a curadoria da mostra.
Para traduzir a riqueza da vasta produção de Ariano ele reuniu bordadeiras, escultores, pintores, ceramistas, caricaturistas e fotógrafos. O time, inclui, por exemplo, o badalado fotógrafo Bob Wolfenson, o cartunista Camaleão, a poeta Tessa Pisconti, o escultor Vicente Silva, os artistas plásticos Léo Furtado e Carlos Queiroz e a ceramista Cecilia Menezes.
No total, são 46 obras, distribuídas nas salas Ariano Suassuna, Tati Moreno e Frans Krajcberg. Nesta última, está um conjunto com 18 imagens da casa e universo de Suassuna, assinadas pelo próprio Mário Edson.
Esta é segunda grande esposição do espaço durante a pandemia. No ano passado, uma coletiva marcou o centenário da escritora Clarice Lispector. Como na outra mostra, o ateliê segue as normas determinadas pela prefeitura, funcionando com 30% da capacidade máxima para visitações simultâneas.
Também adota normas como aferição de temperatura, uso de máscaras, distanciamento social de 1,5m, e permanência de até 1h. A higienização do local é feita antes e após o encerramento do horário de visita.
SERVIÇO
Onde: ME Ateliê da Fotografia - Ladeira do Boqueirão, n.6, Santo Antônio Além do Carmo
Quando: Visitação gratuita de sexta a domingo, das 15h às 19h, até 22/10.
QUATRO DÉCADAS SEM GLAUBER ROCHA Glauber Rocha e Maurício do Valle durante as filmagens de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) (Foto: divulgação) Quatro décadas após sua morte, Glauber Rocha (1939-1981) segue com uma obra referencial pra gente pensar o cinema nacional e a complexidade do Brasil profundo. A data redonda, neste domingo, serve de impulso para conhecer ou rever a produção do baiano – que sofreu um duro no incêndio da Cinemateca nacional, no mês passado. Sete filmes de Glauber estão disponíveis, gratuitamente, na plataforma de streaming Itaú Play: Barravento (1961); Câncer (1968-1972); Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964); O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969); A Idade da Terra (1980); Pátio (1959); e Terra em Transe (1967). Basta apenas fazer um cadastro.
O Canal Brasil também homenageia Glauber com a exibição do premiado documentário Rocha Que Voa (2001) , de Eryk Rocha, neste domingo, às 10h. A partir da premissa de que nenhuma revolução acontece isoladamente, o filho de Glauber busca reconstituir o diálogo ocorrido entre o Cinema Novo brasileiro e o Cine Revolucionário cubano.
MÙSICA
Vale a pena ouvir Brown e Belchior Carlinhos Brown no ensaio em 1996, feito por Mario Cravo Neto Alfagamabetizado - Em 1996, Carlinhos Brown impactou o país com o álbum Alfagamabetizado, sua estreia solo, que mostrou a força de Brown como músico e letrista em 16 canções - algumas pérolas como A Namorada, Seu Zé (parceria com Marisa Monte e Nando reis), Pandeiro-Deiro e Cumplicidade de Armário. Os 25 anos do álbum, trabalho fundamental dos anos 90, estão sendo comemorados com seu lançamento nas plataformas digitais. O trabalho reuniu um time de peso, contou com um time de peso, sob a produção do francês Wally Badarou e Arto Lindsay e direção artística assinada por Luca Minchillo e João Augusto, sob a luz de Brown; coordenação geral de Ivanna Soutto (que voltou a trabalhar com o artista em 2020), projeto gráfico de Gringo Cardia, com fotos de Mario Cravo Neto (1947-2009). Viver Belchior - Ana Cañas continua seu mergulho na obra de Belchior e lança o segundo EP do projeto de releitura das canções marcantes do cantor e compositor. Desta vez, a cantora apresenta mais quatro faixas, com interpretações intensas de Divina Comédia Humana, A Palo Seco, Comentário a Respeito de John e Sujeito de sorte. A última e mais envolvente das quatro, ganhou clipe com as participações especiais de 44 artistas, entre eles Elza Soares, Ney Matogrosso, Letícia Sabatela, Wagner Moura, Bruno Gagliasso e Chico César.
“A ideia desse clipe é homenagear Belchior e ao mesmo tempo celebrar a importância de ‘cuidarmos da vida’, como o próprio compositor. A tecnologia do celular possibilitou esse clipe no meio da pandemia e todos fizeram seus próprios vídeos (incríveis!) em casa e me mandaram”, conta Ana.Em maio, Ana Cañas lançou “Coração Selvagem” como single, mês passado disponibilizou o EP1 e em setembro o terceiro EP completando o álbum completo chegará às plataformas. “Viver Belchior é realmente intenso, nada fica pela metade e eu estou sempre absorvida por suas ideias e sentimentos, dedicada totalmente ao universo idiossincrático deste artista tão genial e atemporal”, conclui.