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Da Redação
Publicado em 3 de abril de 2020 às 13:30
- Atualizado há 2 anos
Uma reportagem divulgada nesta sexta-feira (3), na revista Marie Claire, três dias após a eliminação de Felipe Prior, detalha uma denúncia contendo o relato de três estupros que teriam sido cometidos pelo arquiteto. Todos os episódios relatados ocorreram durante os jogos universitários das faculdades de arquitetura e urbanismo de São Paulo, chamados de InterFAU, e em diferentes anos.
A reportagem teve acesso às denúncias e entrou em contato com as vítimas. O primeiro teria ocorrido na madrugada de 9 de agosto de 2014 contra uma mulher identificada sob o pseudônimo de Themis. Ela e uma amiga aceitaram uma carona oferecida por Felipe, à época estudante de arquitetura.
Themis estava bêbada e, após deixar sua amiga em casa, Felipe teria se aproveitado do estado da vítima para obrigá-la a ter relações sexuais com ele. Primeiro ele começou a passar a mão pelo corpo dela e, em seguida, a arrastou para o banco de trás do veículo.
Ainda segundo o relato exposto pela Marie Claire, Prior tirou a roupa dela e abriu a própria calça. A vítima disse não, mas Felipe teria ignorado e mandado ela "deixar de ser fresca e se fazer de difícil". Contra a vontade de Themis, Felipe começou a penetrá-la violentamente.
Ainda segundo o relato de Themis, o estupro causou uma laceração em seu lábio vaginal esquerdo, o que fez com que sua roupa, o banco do carro e a roupa de Felipe ficassem esganguentados. "Por causa da dor, começou a chorar. Isso teria feito Felipe parar", diz o relato. Ela foi para o hospital. A lesão fez com que a vítima precisasse usar fralda geriátrica para conter o sangramento. A vítima, porém, omitiu da mãe e das médicas que a atenderam a violência.
Caso 2016 Já durante o InterFAU de 2016, Felipe teria praticado uma tentativa de estupro contra uma estudante identificada como Freya pela reportagem, hoje com 24 anos. Valendo-se da embriaguez da jovem, Prior teria tentado forçar uma relação sexual com a vítima.
Primeiro ele a persuadiu a entrar em sua cabana, onde começaram a se beijar. Ao informar que ele não tinha camisinha, a jovem negou-se a transar com ele, mas ele teria continuado insistindo, usando a força para obrigar a jovem a ter a relação com ele.
Freya disse que o estupro só não ocorreu pois ela conseguiu empurrá-lo e fugiu.
"Quando começou o BBB, vi um tuíte de uma garota que dizia que o Felipe tinha fama de assediador no Mackenzie. Foi quando entendi que a violência que sofri não era única. Mandei uma mensagem para garota e disse a ela que se aparecessem mais vítimas, me manifestaria. Dessa forma encontrei Themis, que me contou que além do estupro, tinha um boletim médico comprovando a laceração em seu genital", disse Freya à Marie Claire também em entrevista pelo telefone. A partir desse encontro, decidiram agir.
Caso 2018 Mais recentemente, também no interFAU, a vítima foi uma jovem com o pseudônimo de Isis, de 23 anos atualmente. O relato é similar aos anteriores, pois a garota também estava bêbada e Prior a convidou para entrar na sua barraca, onde começou a ter relações sexuais com ela.
Durante o ato, Prior começou a se mostrar extremamente agressivo, dando tapas no rosto e no corpo da vítima. Incomodada com a violência, Isis pediu para o ex-brother parar, chegando a chorar, mas Prior repetia por diversas vezes que não deixaria ela sair dali. Após terminar o ato sexual, a empurrou e puxou para que ela caísse sobre o colchão.
Processo criminal Um processo denunciando os casos já foi aberto pela advogada Maira Pinheiro, que representa as três mulheres. A defensora tentou conversar com ua quarta mulher que teria sido mais uma vítima, mas ela não quis entrar com a ação judicial.
Ainda de acordo com a reportagem, a advogada entrarou com um pedido de medidas cautelares para que Felipe fosse proibido de manter contato com as vítimas e testemunhas por qualquer meio de comunicação, inclusive por meio de terceiros e internet. A solicitação foi acolhida pela Promotoria de Justiça do Estado de São Paulo e aguarda julgamento. Como os crimes aconteceram em três cidades diferentes, a investigação poderá ser realizada por um grupo especializado do Ministério Público ou se desdobrar em até três inquéritos policiais diferentes. Versão de Prior A reportagem alega que tentou, por diversas vezes, entrar em contato com os advogados e a família de Felipe, chegando a mostrar os relatos das vítimas. A assessoria do ex-brother disse que os estupros jamais aconteceram.