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'Eu queria encontrar pelo menos o corpo dele', diz esposa jornalista desaparecido na Amazônia

Alessandra Sampaio diz que não tem esperança de encontrar o marido vivo

  • D
  • Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2022 às 00:08

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Reprodução

Alessandra Sampaio, esposa do jornalista britânico Dom Phillips, diz que não tem mais esperanças de encontrar o marido vivo. Dom e o indigenista Bruno Pereira estão desaparecidos desde a manhã do último domingo (5), na Amazônia. Eles estavam em uma expedição entre a comunidade ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte quando perderam o contato. 

Em entrevista à GloboNews nesta quarta-feira (8), Alessandra falou da angústia que vive desde que soube, na segunda-feira (6), que Dom e Bruno não haviam retornado. 

"O último contato foi na quinta porque ele ia para um lugar que não tinha sinal de celular. Isso era bem comum acontecer nas viagens dele. Então ele me falou que me ligaria no domingo. Se não fosse domingo, seria na segunda, no máximo", disse a Alessandra. A esposa do jornalista chegou a mandar mensagens para o celular de Dom no domingo, quando ainda não sabia do desaparecimento, mas ele não visualizou a mensagem. "Eles estavam sendo monitorados via satélite e perderam esse contato. E aí isso foi muito preocupante", lembrou ela.

Alessandra contou que na última conversa entre o casal, o marido estava tranquilo e avisou que ficaria sem ter como entrar em contato. "Quando ele fazia esse tipo de viagem, ele tinha uma organização prévia muito detalhada. Ele me passava absolutamente todo o roteiro, todos os contatos. Sempre que ele conseguia contato comigo, ele me atualizava: 'fui em tal lugar', me mandava fotos, dizia: 'eu tô indo pra tal lugar, vou ficar sem sinal, mas não se preocupa porque tá tudo bem'", contou, dizendo que era costume ela passar o dia todo com o celular na mão aguardando novidades."É uma angústia de não saber o que ele está passando. Eu realmente não acho mais que ele, nem o Bruno [...] e eu tô tentando levar isso da melhor forma. Primeiro porque eu acho que ele ia querer que eu fosse forte numa situação dessa. A gente sabia que era um trabalho que, de alguma forma, tinha um risco. Não que ele estivesse diretamente com uma ameaça e tal, mas são lugares muito ermos", disse em lágrimas.Emocionada e sem esperanças, Alessandra acredita que não verá mais o marido com vida. "Eu queria encontrar pelo menos o corpo dele para poder finalizar essa história de horror. De passar pra uma outra etapa que eu não sei qual vai ser ainda, mas essa angústia de não saber se estão implorando por ajuda para mim é uma tortura. É muito difícil", completou.Investigação O homem preso nesta terça-feira (7) foi visto perseguindo o barco em que estavam o indigenista Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, segundo os policiais militares que o prenderam. Amarildo da Costa de Oliveira, de 41 anos, estaria acompanhado de outras quatro pessoas, que vêm sendo procuradas pelos investigadores. As informações são de O Globo.

Conhecido como Pelado, ele foi preso e levado para a cidade na própria lancha. Testemunhas relataram aos agentes que a embarcação passou em alta velocidade atrás de Bruno Pereira e Dom Phillips assim que eles deixaram a comunidade São Rafael, em uma visita agendada para que o indigenista fizesse uma reunião com o líder comunitário apelidado de “Churrasco”, que é tio de Pelado.

O objetivo era de consolidar trabalhos conjuntos entre ribeirinhos e indígenas na vigilância do território, bastante afetado pelas intensas invasões. “Churrasco” foi detido na segunda-feira à noite para prestar esclarecimentos como testemunha e liberado logo depois, segundo o Jornal.

Segundo o Bom Dia Brasil, Amarildo tem um histórico de ameaças a indígenas. O homem, de acordo com a reportagem, foi preso pelas sucessivas ameaças que faz a indígenas da região, inclusive no momento em que foi flagrado. Segundo a polícia, ele foi preso por posse de munição de uso restrito e permitido. Com ele, foram apreendidos chumbinhos.

"Ele estava fazendo uma ameaça à equipe dos indígenas que estava em busca. Isso foi considerado um flagrante. Agora vamos ver se o Ministério Público apresenta denúncia", disse a colunista. De acordo com o jornal O Globo, o suspeito detido teria sido o pescador que ameaçou o servidor da Funai Bruno Araújo Pereira.

À polícia, Amarildo negou qualquer relação com o sumiço dos dois homens, afirmou o delegado titular da 50ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), Alex Perez. "A única situação que ele acompanhou foi quando a embarcação que Bruno e Dom Philips estavam conduzindo passou em frente a sua comunidade. [Ele fez] contato visual apenas", afirma um investigador.

A PM fez buscas na residência de Amarildo em função de denúncias anônimas sobre uma suposta participação. "Chegando na residência dele, encontraram munição de uso restrito, além de chumbinhos e uma substância entorpecente", diz.

Crime organizado estrangeiro

Segundo o portal Terra, o tipo de munição encontrada com Amarildo sugere uma ligação com o crime organizado estrangeiro.

A munição que justificou a prisão em flagrante de "Pelado" era de calibre 762, usada em fuzis, e tinha origem peruana. Embora ele seja o principal suspeito até agora, a prisão não tem ligação direta com o caso do desaparecimento.

O caso Bruno e Dom Phillips foram localizados pela última vez no domingo (5). A dupla fazia o trajeto entre a comunidade ribeirinha São Rafael até a cidade de Atalaia do Norte. Eles visitavam a equipe de Vigilância Indígena que se encontra próxima a localidade chamada Lago do Jaburu. Dom Phillips foi ao local para realizar entrevistas. 

Ao divulgar o desaparecimento, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari ressaltou ainda que, na semana do desaparecimento, a equipe recebeu ameaças em campo. "A ameaça não foi a primeira, outras já vinham sendo feitas a demais membros da equipe técnica da UNIVAJA, além de outros relatos já oficializados para a Policia Federal, ao Ministério Público Federal em Tabatinga, ao Conselho nacional de Direitos Humanos e ao Indigenous Peoples Rights International", registrou a entidade em nota.