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Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2021 às 17:42
- Atualizado há 2 anos
Equipes da TV Bahia, afiliada da Rede Globo, e da TV Aratu, afiliada do SBT, foram agredidas neste domingo (12) enquanto participavam da cobertura da visita do presidente Jair Bolsonaro a Itamaraju, no Extremo Sul da Bahia, por conta das fortes chuvas que atingem o município.>
Segundo a TV Bahia, a repórter Camila Marinho e o cinegrafista Cleriston Santana foram impedidos de se aproximar de Bolsonaro no estádio municipal Juarez Barbosa, onde o presidente desembarcou de helicóptero.>
De acordo com a emissora, um dos seguranças deteve a repórter Camila Marinho pelo pescoço com o antebraço, em uma espécie de "mata-leão". Outro integrante da equipe do presidente tentou impedir que os jornalistas das duas emissoras erguessem os microfones em direção a Bolsonaro, que havia subido em uma caminhonete.>
O segurança ameaçou agredir Camila e Cleriston e também Lopes e Dário Cerqueira, da TV Aratu, caso os microfones esbarrassem nele novamente. "Se bater de novo vou enfiar a mão na tua cara. Não bata em mim, não bata em mim", disse.>
Um apoiador do presidente atacou os microfones das equipes e rasgou a espuma que cobria o da TV Bahia. A repórter Camila Marinho teve a pochete roubada na confusão. Um jornalista conseguiu recuperar os pertences minutos depois.>
Apenas após a confusão, a assessoria de imprensa da Presidência chamou os repórteres dos dois veículos para dentro do local onde estava Bolsonaro.>
O governador Rui Costa condenou os ataques às equipes de televisão. "A liberdade de imprensa é pilar fundamental da democracia e qualquer ataque ao jornalismo merece repúdio. O momento é de trabalho e solidariedade no Extremo Sul. Repudio violência contra a imprensa e oportunismo num momento de dor diante de uma tragédia. Vamos trabalhar.">
Ataques à imprensa Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudiou as agressões e "demanda que as autoridades competentes orientem a equipe de segurança do presidente para que respeite o trabalho dos jornalistas, pois lamentavelmente esse tipo de agressão vem se repetindo. Além disso, exige que Jair Bolsonaro cesse os ataques verbais contra a imprensa, os quais incentivam sua militância a agredir repórteres e impedir seu trabalho, o qual é garantido pela Constituição Federal". >
O Sindicato dos Jornalistas da Bahia (Sinjorba) e a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) disseram, por meio de nota, que "se solidarizam com os quatro colegas agredidos e exigem que o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicione sobre estas atitudes do governo, que já são fruto de uma Ação do partido Rede Sustentabilidade na corte".>
"As entidades também pedem uma postura mais firme das empresas de comunicação contra as agressões e na condenação das mesmas, inclusive exigindo reparação judicial. Sindicato e Federação também convocam a categoria a uma reação mais coletiva, lembrando que em 2022 teremos eleições e este comportamento violento pode ser recrudescido e trazer trágicas consequências", diz a nota. >