Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Thais Borges
Publicado em 24 de outubro de 2021 às 07:00
- Atualizado há 2 anos
Ainda na graduação, a bióloga Inajara Gomes, 36 anos, começou a trilhar o caminho como pesquisadora: em 2014, começou como bolsista de iniciação científica. Três anos depois, foi aprovada no mestrado em Ecologia e Biomonitoramento na Universidade Federal da Bahia (Ufba) e esperava seguir por ali. Faria o doutorado e, depois, um concurso para professora em alguma universidade federal.
O que ela não imaginava era que, em pouco mais de dois anos, estaria de malas prontas para Viena, na Áustria - e não exatamente porque era o plano A, mas por falta de alternativa."Defendi o mestrado em 2019 e já estava no meio da crise. Minha orientadora não tinha mais como orientar aluno de doutorado porque não fazia ideia se ia conseguir bolsa. Bateu o desespero: o que eu faço agora? Tinha dedicado cinco anos da minha vida ao laboratório", lembra ela, hoje aluna de doutorado na Universidade Boku, onde desenvolve estudos sobre tratamento fitossanitário para mosca de fruta. Sem possibilidade de financiamento no Brasil, o aeroporto surgiu como a única saída. Inajara já tinha até começado a trabalhar em shopping, como um bico, até que encontrasse uma oportunidade. Foi quando conversou com uma pesquisadora baiana que também tinha sido orientada pela mesma professora dela. A colega já trabalhava fora do país e costumava levar estudantes brasileiros para estágio na Áustria.
"Ela disse: 'é um estágio mesmo, um ano, bolsa pequena. Como você encara isso?'. Eu disse 'melhor do que não ter perspectiva'. Pelo menos eu estaria trabalhando no que gosto. A gente estuda para ter um bom currículo e aqui não podem te pagar o preço que você vale, porque você é bom demais", conta. Inajara está em Viena desde o ano passado; em julho, começou o doutorado na Universidade Boku (Foto: Acervo pessoal) Era julho de 2020 quando ela saiu do país para um estágio em uma agência internacional de pesquisa. Hoje, é consultora no projeto enquanto cursa o doutorado, iniciado em julho deste ano. Mas o caso de Inajara está longe de ser isolado. Pelo contrário: ainda que faltem estatísticas oficiais, situações como a dela fazem parte de um problema que, mais cedo ou mais tarde, o Brasil terá que enfrentar. É a chamada ‘fuga de cérebros’ - ou diáspora científica -, um movimento que vem sendo alertado pelas entidades científicas há alguns meses e que parece se intensificar a cada dia.
Decadência Se o Brasil passou por uma década de crescimento da pós-graduação, agora o cenário é completamente diferente. Foram anos de ampliação. Em 1998, por exemplo, a Bahia tinha 1297 estudantes de pós-graduação. Em 2019, o total já passava dos 15 mil, segundo a Plataforma Sucupira. No Brasil, as vagas saltaram de 76 mil para 292 mil no mesmo período.
Mas os seguidos cortes nos investimentos na ciência brasileira nos últimos anos têm interrompido projetos como os de Inajara e de outros tantos pesquisadores. De 2015 para cá, tanto as agências de fomento federais quanto as universidades públicas, onde estão a maior parte dos cientistas, vêm perdendo verba. Em alguns momentos, as universidades sequer tinham como pagar contas de limpeza e segurança; investir em ciência por conta própria, então, é uma realidade distante.
Restavam, assim, agências como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), mas o Brasil também tem visto as duas definharem. O anúncio mais recente deixou a situação ainda mais dramática: o CNPq perdeu 92% de seu orçamento para 2022, o que equivale a uma redução de R$ 600 milhões.
Movimento amplo Segundo o presidente da Sociedade Brasileira de Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine Ribeiro, a evasão de cérebros nunca foi um grande fenômeno no Brasil. Em nenhum momento da história da ciência do país, esse movimento aconteceu na mesma proporção que tem sido vista agora. "Não é uma coisa restrita a pesquisadores de pouco talento. É uma situação muito ampla e preocupante. Isso está ligado ao fato de que você qualifica pessoas com mestrado e doutorado e depois essas pessoas não têm oportunidade de emprego aqui no Brasil para desenvolver o que aprenderam. Também não está havendo renovação dos quadros do ensino superior público nos últimos anos, com a contratação de professores não apenas para dar aula, mas para pesquisar", analisa Ribeiro, que foi ministro da Educação em 2015. O mais comum, entre os cientistas brasileiros, era querer permanecer no país. Mesmo quando recebiam ótimas propostas de remuneração no exterior, a maioria queria ficar. Só que até as bolsas de pós-doutorado, que são uma forma de fixar esses talentos até que surjam vagas efetivas, estão escassas. Além disso, elas não têm nenhum tipo de vínculo empregatício, nem previdência social.
"A pessoa está numa situação instável. São pessoas com mais de 30 anos trabalhando ainda numa situação que não conta na aposentadoria. Como hoje se fala em ampliar a aposentadoria, elas vão se aposentar com que idade, 80 anos? O ministro da Ciência e Tecnologia (Marcos Pontes) se aposentou aos 40 anos, generais se aposentam aos 50 e cientistas chegam aos 50 anos sem nada", argumenta. Pontes, ex-astronauta, foi para a reserva aos 43 anos.
Sem essas pessoas, o Brasil perde oportunidades de resolver seus próprios problemas. "Se pessoas qualificadas na área da saúde, por exemplo, vão para o exterior, a gente deixa de ter pesquisadores aqui examinando as moléstias do Brasil, que afetam muita gente dentro das condições climáticas e demográficas do país", explica. O mesmo acontece em outras áreas.
No caso de Inajara, com a possibilidade de voltar ao Brasil, quando o estágio acabou, veio o desespero. Chegou a chorar, imaginando como seria voltar em um contexto onde as oportunidades praticamente já não existem. Por enquanto, não considera voltar ao país, mesmo quando acabar o doutorado.
"A ideia é agarrar qualquer oportunidade que apareça aqui ou em qualquer outro país. É triste, mas é a realidade. Eu sei qual foi o sentimento que eu tive depois que defendi o mestrado e vi as coisas piorarem. Fui para psiquiatra, fiquei tomando medicação. É uma situação que eu não gostaria de passar de novo", diz ela.
Pesquisas paradas A piora no contexto tem afetado pesquisadores de todos os níveis - inclusive, os que têm mais tempo na área. Quando a farmacêutica Francine Johansson, 37 anos, se tornou professora da Ufba, em dezembro de 2015, o cenário era outro. Mesmo no primeiro ano, conseguiu aprovar projetos em dois editais que participou.
Na época, a área de atuação dela - a farmacocinética e a farmacometria - praticamente não existiam na Ufba. Não havia laboratório, nem nada. Era só a sala dela, equipada praticamente apenas com o notebook. Nos últimos cinco anos, foram muitos projetos tocados e, hoje, é a coordenadora do Laboratório de Farmacocinética e Farmacometria. Mas, desde um pouco antes da pandemia e principalmente durante esse período, tudo ficou ainda mais difícil. Desde março do ano passado, foram praticamente apenas dois editais lançados, restritos a projetos sobre covid-19. A professora Francine chegou a ficar com 9,6 na avaliação de um deles e, mesmo assim, não recebeu verba. A professora Francine praticamente iniciou a farmacometria e a farmacocinética na Ufba; hoje, está de malas prontas para os EUA (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) "Uma pesquisa ficar dois anos parada tem consequências. Muitos de nós, e eu falo por mim, acabamos colocando o próprio dinheiro do salário para comprar alguns insumos. Tem dois problemas aí: um que não é o correto e o segundo que não é o mesmo valor. Os insumos são muito mais caros do que nosso salário conseguiria pagar", explica. Por isso, ela está de malas prontas para se mudar, no próximo mês, para Orlando (EUA), onde será professora na Universidade da Flórida. Francine terá um contrato inicial de cinco anos - é uma espécie de estágio probatório, antes de alcançar a estabilidade. Ela foi convidada a participar da seleção no início do ano, por colegas com quem já trabalhava.
Enquanto isso, estará de licença da Ufba. A universidade pode conceder aos professores um afastamento de três anos (que pode ser prorrogado por mais três) para assuntos pessoais. Mesmo sem receber salário daqui, a professora continuará colaborando com os programas de pós-graduação na Ufba.
Na Universidade da Flórida, ela deve receber um aporte de 500 mil dólares pelos próximos cinco anos, para tocar os estudos. "Nem preciso batalhar pelo recurso porque é pela própria universidade. Pensei que isso era algo que eu não teria aqui, ao mesmo tempo que posso levar meus alunos daqui para lá", explica, referindo-se a possibilidade de intercâmbios como o doutorado sanduíche.
Enquanto ela estiver lá, o laboratório continuará operando, coordenado por duas colegas. É só ao final dos cinco anos que ela deve tomar a decisão se fica de vez nos Estados Unidos ou se retorna ao Brasil. É uma escolha que depende diretamente de como estiver a situação da ciência no país. "Meu sonho nunca foi ficar fora. Até tive oportunidades antes, mas minha vontade sempre foi formar farmacêuticos que entendam a farmacometria e a farmacocinética. Mas a gente não pode ficar aqui vendo o que está acontecendo e estagnar. Nada está definido e também nada está descartado. Minha vontade maior é que a pesquisa volte a ser valorizada no Brasil ou seja até mais do que sempre foi". Hoje, ela percebe o desânimo dos alunos. Muitos que sonhavam em seguir a carreira acadêmica já começam a imaginar outros caminhos. "São estudantes que, primeiro, nem pensavam nisso e começaram a sonhar que podiam fazer doutorado, algo que ninguém na família nunca tinha feito. E agora pensam: 'o que vai ser de mim quando acabar?', porque a gente não tem mais essa esperança", lamenta.
Bolsas A queda do Brasil nos rankings internacionais nos últimos anos têm assustado as entidades científicas, como explica o professor Jailson Bittencourt, que é docente do Instituto de Química da Ufba e do Senai Cimatec, mas também vice-presidente regional da Academia Brasileira de Ciências (ABC). No Índice Global de Competitividade de Talentos divulgado esta semana, o país está em 75º lugar. Em 2014, era o 57º colocado.
Para o professor, a situação do país hoje é de uma 'tempestade perfeita' no pior sentido da expressão. "Temos um momento de desemprego grande, porque, depois do Reuni, que teve muitos concursos para professores, não tem havido concursos. Mas as pessoas continuam sendo formadas. E segundo que você não tem financiamento. No Brasil, o investimento sempre teve altos e baixos, mas nos últimos anos é catastrófico. Você não tem financiamento nem para avançar nem para manter a máquina funcionando", diz.
Além disso, as bolsas para os estudantes - as poucas que ainda são ofertadas - estão defasadas, sem reajuste há anos. Um estudante de mestrado recebe, hoje, R$ 1,5 mil, enquanto um de doutorado ganha R$ 2,2 mil. Alguém no pós-doutorado tem um rendimento mensal, em média, de R$ 4,1 mil nas agências federais. São os mesmos valores desde 2013. "Alguém para viver com isso hoje tem que estar morando com a família. Estamos com uma inflação de 10%, é um descontrole. Tudo isso acaba destruindo as esperanças dos jovens, que são inquietos. Quanto mais talentosos, mais inquietos", analisa Bittencourt. Para o professor, o Brasil não tem feito nada para reverter esse quadro. Não há nenhuma política para a retenção dessas pessoas aqui. "Talento não escolhe onde nasce e precisa ser descoberto. São pessoas que têm condições de ajudar o país a se desenvolver”.
Formação A maioria desses cientistas de saída do Brasil cursou pós-graduação no país. Doutora em Ciências e Engenharia de Materiais, a pesquisadora Jeanini Jiusti, 29, fez toda a formação no Brasil antes do pós-doutorado que desenvolve no Comissariado de Energia Atômica e Energias Alternativas (CEA), na França.
O interesse pela pesquisa veio ainda no ensino médio técnico, quando teve contato com estudos sobre materiais cerâmicos. Tanto no mestrado na Universidade do Extremo Sul Catarinense (Udesc) quanto no doutorado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), defendido no ano passado, ela teve bolsas. Chegou a fazer um doutorado sanduíche no Japão, também com auxílio federal.
"Submeti um projeto para pós-doutorado em São Paulo, porque eles ainda têm a Fapesp, que é muito forte", lembra, referindo-se à fundação estadual de amparo à ciência. A avaliação foi positiva, mas o projeto não foi aprovado porque o tema não era prioridade no momento. Depois de fazer mestrado e doutorado no Brasil, Jeanini foi selecionada para o pós-doutorado na França (Foto: Acervo pessoal) Na mesma semana, ela recebeu a resposta de que tinha sido selecionada para a bolsa na França."Trabalho agora num centro de pesquisa estatal e a dinâmica é interessante. É um laboratório pioneiro e especializado no acondicionamento de lixo nuclear, porque a França é um dos países que mais utilizam energia nuclear", explica Jeanini, que também não pretende retornar ao Brasil nesse contexto atual. A bióloga Andreia Alves decidiu sair do Brasil logo após o mestrado. Ainda na graduação na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), foi bolsista de iniciação científica e chegou a ser aprovada para o Ciência sem Fronteiras. Por isso, cursou parte da graduação - entre 2013 e 2015 - na Flinders University of South Australia, na Austrália. Já no mestrado, na Ufba, também recebeu bolsa.
Mas, ao notar que os recursos de investimento no Brasil vinham ficando cada vez mais escassos, começou a procurar outras opções para o doutorado. Andreia chegou a ser aprovada em primeiro lugar para cursar o doutorado na Daad (Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico, na sigla em alemão). O problema é que era uma bolsa em parceria com a Capes.
Ela acabou escolhendo ir para os Estados Unidos, onde está no primeiro semestre do phD em Recursos Aquáticos e Biologia Integrativa na Texas State University, com todo o financiamento pago pelo governo americano. A escolha foi justamente pelas incertezas no contexto brasileiro. "Bolsas de pesquisa estão sendo suspensas a todo momento e eu fiquei com receio que isso pudesse acontecer com a minha", afirma. Pelas incertezas no Brasil, Andreia acabou optando pelo PhD nos Estados Unidos (Foto: Acervo pessoal) Além disso, quando apoia um doutorado pleno no exterior - ou seja, por todo o período do curso, não apenas um intercâmbio do tipo 'sanduíche' - a Capes exige um período de interstício. Esse período determina que o bolsista fique no Brasil pelo mesmo tempo que ficou fora. Assim, alguém que estudou por quatro anos deve obrigatoriamente ficar quatro anos aqui. "O objetivo do período interstício é evitar a fuga de cérebros, no entanto muitos estudantes voltam pro Brasil e são considerados 'overqualified' (superqualificados). A obrigação de permanecer torna-se um fardo porque não encontramos oportunidades para aplicar o conhecimento adquirido no exterior, seja no mercado de trabalho ou na área acadêmica", diz Andreia, que desenvolve um projeto sobre respostas ecológicas a mudanças na hidrodinâmica, mudanças climáticas e distúrbios nos regimes dos rios no laboratório Stream Ecology. Os planos para voltar ao Brasil seriam apenas depois do pós-doutorado. "No entanto, se não houver investimento em pesquisa e na manutenção das universidades públicas, as principais responsáveis pela produção científica do país, qualquer plano de retorno fica inviabilizado", pondera.
Por isso, alguns pesquisadores que ainda não terminaram os cursos já tem procurado opções desde já. É o caso do farmacêutico Pedro Lauria, 29, doutorando no programa de pós-graduação em Farmácia na Ufba. Ele, que também começou a pesquisar na iniciação científica, ainda na graduação, deve fazer um intercâmbio sanduíche na Universidade de Boston, no ano que vem.
Como deve concluir o doutorado até janeiro de 2023, espera, se conseguir se adaptar ao laboratório, encontrar uma oportunidade de pós-doutorado por lá. Pedro vai fazer um doutorado sanduíche em Boston no ano que vem (Foto: Acervo pessoal) "Sair do país não era uma ideia que eu tinha na época do mestrado. Mas é muita insegurança quando penso em continuar aqui. Acompanho minha orientadora e vejo todas as dificuldades que ela tem, tendo que se desgastar muito para manter uma estrutura básica de funcionamento. É desesperador", pontua. Pedro desenvolve uma pesquisa sobre o efeito analgésico da bebida ayahuasca, um chá utilizado há séculos por povos nativos na América do Sul e que foi incorporado a algumas religiões. "É frustrante dedicar anos de sua vida em uma formação específica, sabendo que existe uma carência de profissionais bem preparados na ciência em seu país, mas não ter esse trabalho valorizado em muitos sentidos. As pessoas não entendem a relevância, acham que é substituível", lamenta.
Cientistas no exterior podem colaborar com o Brasil, diz pesquisadora
Ao longo dos anos, existiram momentos de ondas de saída e de retornos de cientistas, de acordo com a socióloga Ana Maria Carneiro, que é pesquisadora do Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (Nepp) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Ela desenvolve pesquisas sobre a diáspora científica brasileira e seus impactos nas estratégias de desenvolvimento no país.
"É difícil saber quanto tempo duram essas ondas. A inserção de cientistas no exterior depende do tipo de contrato que a pessoa consegue, do tipo de visto e da percepção dela em relação ao Brasil", explica. Em muitos casos, as pessoas também levam em conta outros fatores além da vida profissional, como melhores condições de vida, a exemplo da segurança.
No entanto, ela acredita que, eventualmente, esses pesquisadores no exterior podem contribuir para atividades no país, através de colaborações."Ao mesmo tempo que o governo tem atacado cientistas e a ciência apesar de feitos quase milagrosos na pandemia, outras partes do governo federal têm tentado se aproximar dessa diáspora, como o Ministério das Relações Exteriores. Eles veem como uma diplomacia da inovação e tenho acompanhado algumas atividades de embaixadas para tentar conhecer mais suas diásporas e engajar esses pesquisadores", exemplifica. Para ela, não necessariamente esses pesquisadores precisam retornar fisicamente para contribuir com o país. "Os grupos de cientistas são muito móveis, mas depende muito do ambiente doméstico de políticas e regras institucionais no país. Você pode ter programas específicos para essas pessoas como experiências em que os pesquisadores fiquem aqui em alguns meses por ano em projetos de longa duração. Teria que ter condições atrativas tanto para as instituições do país quanto para as de fora", argumenta.
Através da assessoria, a Capes informou que atualmente concede 99,6 mil bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado no Brasil e no exterior. Segundo a agência, ligada ao Ministério da Educação, não há cortes de bolsas. A Capes informou que lançou quatro editais do Programa de Combate a Epidemias e mantém os Programas de Desenvolvimento da Pós-Graduação. Por sua vez, o CNPq, agência ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, não respondeu até a publicação da reportagem.