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'Ele vai fazer alguma coisa com a gente', teme viúva de barbeiro morto no Imbuí

Ela pede que advogado não seja solto logo e diz que ele fotografou grupo

  • D
  • Da Redação

Publicado em 27 de janeiro de 2021 às 14:28

 - Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO
. por Arisson Marinho/CORREIO

A família do barbeiro Lucas Souza de Araújo, 29 anos, morto a tiros no Imbuí no domingo (25), diz estar com medo do que pode acontecer com eles. Os pais, a esposa, o irmão e a cunhada dele estiveram nesta quarta-feira (27) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), onde o acusado pelo crime, o advogado José Geraldo Lucas Junior, 27, se apresentou e foi preso. Um segundo envolvido, amigo de José Geraldo e identificado só como Jean, também foi preso. Houve muita comoção e a mãe de Lucas chegou a passar mal.

"Ele tem a foto da gente, vai fazer alguma coisa com a gente. Não deixem ele fazer! Não deixem que essa prisão seja só por 30 dias! Eu tenho dois filhos, eles só têm a mim", dizia, aos prantos, a viúva de Lucas. 

Os acusados alegam legítima defesa, mas a família nega que Lucas tenha feito algo contra ele. "Meu marido não teve tempo de fazer nada. Ele deu um tiro sem meu marido nem tocar nele. Ele veio de lá sorrindo, eu não vou esquecer. Ele premeditou tudo, tirou foto da gente", diz.

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O crime aconteceu em um bar no Imbuí depois que José Geraldo, segundo as testemunhas, seguiu a esposa e a cunhada de Lucas até o banheiro. Elas entraram no cômodo para fugir ao assédio, mas ele entrou logo atrás, relatam. Lucas e o irmão foram então tirar satisfação com José Geraldo, que estava acompanhado do amigo Jean.

O irmão de Lucas, Lauro, conta o que aconteceu. "Ele me deu um soco, eu fui agredido pelo assassino do meu irmão. Eu não fiz nada com ele, meu irmão não fez nada com ele, a minha esposa e a esposa de meu irmão não fizeram nada com ele. Quem fez foi ele. As câmeras estão lá", afirma.

Lucas morava em São Cristóvão e tinha uma barbearia em Pernambués. Ele deixou uma filha de 8 anos e um de 4. A avó disse que os netos sentem a falta do pai e ainda não entenderam o que aconteceu. 

Segundo a Polícia Civil, também foram apresentadas no DHPP as roupas dos suspeitos e a pistola 9mm usadas no dia do crime. Os dois presos serão interrogados e passarão por exame de lesões. A polícia informou também que já solicitou as imagens das câmeras do estabelecimento.

Crime O crime aconteceu em um quiosque ao lado da Barraca do Zurca, na Praça do Canal. Houve muita correria no local. Lucas estava no bar com a esposa, o irmão e a cunhada. Quando as mulheres levantaram para ir ao banheiro, um dos suspeitos teria 'mexido' com a mulher dele. Lucas então se aproximou para tirar satisfação, mas os dois brigaram. O advogado estava armado e atirou. 

Lucas foi baleado na cabeça e no peito e morreu no local. De acordo com a 39ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Boca do Rio), na noite do crime, o Centro Integrado de Comunicações (Cicom) acionou policiais militares da unidade após informações de disparos de arma de fogo. No local, a equipe já encontrou a vítima sem vida e isolou a área para perícia. (Foto: Reprodução) O advogado do suspeito disse à TV Record que o cliente tem autorização para portar arma e que o crime "foi um fato isolado". "Foi um fato isolado na vida, nunca teve problema, por isso não vai ficar assim. Infelizmente está sendo acusado dessa fatalidade, não podemos acusar, estou aqui para buscar uma resposta sobre uma punição dentro dos rigores da lei, onde seja preservado o mais amplo direito de defesa", disse Antônio Glorisman.

Ele ainda não conversou pessoalmente com o cliente e não tem detalhes da versão dele para o caso. "Não se trata de um bandido, se trata de uma pessoa que em um momento de turbulência, não se sabe de como aconteceu os fatos, é isso que o delegado está tentando apurar buscar efetivamente”.

O irmão de Lucas usou as redes sociais para lamentar a morte do jovem. "Não existe dor maior do que uma dor de um irmão, um pai e uma mãe. Você me entendia, a gente era um só carne e osso", escreveu Lauro. "Antes de você morrer, você falou que pessoas boas morrem cedo, você disse que me amava, ligou pra meu pai, pra meu irmão Léo, disse que amava Marisa e beijou a mão de minha esposa como uma despedida", continuou. "Você está cravado no meu coração. Te amo, meu irmão". (Foto: Reprodução)