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Da Redação
Publicado em 30 de abril de 2019 às 19:30
- Atualizado há 2 anos
Dois policiais militares envolvidos na morte do delegado José Carlos Mastique, no último domingo (28), foram presos nesta terça-feira (30) em cumprimento a mandados judiciais. Os dois, que não tiveram os nomes divulgados, trabalham no 15º Batalhão da Polícia Militar (BPM), em Itabuna, mesmo município em que ocorreu o crime. Os dois foram levados para ser ouvidos na sede da 6ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Itabuna), que investiga o caso em conjunto com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA).
Os mandados são para prisão temporária, de 30 dias."Representantes da PM acompanham o trabalho de investigação e estão nos ajudando a esclarecer os fatos", afirma o diretor do Departamento de Polícia do Interior (Depin), delegado Flávio Góis.
A morte do delegado ocorreu num posto de combustível, no bairro Jardim Vitória, onde Mastique tinha ido para defender uma mulher vítima de violência por um suposto policial militar à paisana, de acordo com o Sindpoc. A mulher seria namorada do policial militar.
A versão do Sindpoc para o crime narra que o delegado, que estava com uma mulher e um investigador da Civil, identificado como Figueiredo, da delegacia de Cajazeiras, tinha ido ao posto para comprar cigarros e viu as agressões.
Durante a confusão, o delegado teria notado que havia cinco pessoas e que o agressor era um policial militar. O próprio Mastique ligou para a Central da PM para pedir reforço e, segundo o Sindpoc, avisou que havia policiais civis no local.
Ao chegar, os policiais do 15º BPM abordaram o delegado e o investigador já na avenida em frente ao posto e mandaram que eles se deitassem no chão. O delegado se recusou a obedecer e mostrou sua identificação.
Ainda segundo o sindicato, os policiais militares pegaram a arma que estava na cintura do delegado, que informou que ainda tinha outra arma na cintura, nas costas. Ao pegar a outra arma para entregar aos PMs, ele levou um tiro no peito.
“Foi um assassinato”, disse o presidente do Sindpoc Eustácio Lopes. De acordo com ele, “a PM está soltando várias versões para confundir a população e não expor essa situação de um policial militar agredir a própria mulher”.
Outra versão A versão do 15º BPM é bem diferente da do Sindpoc. Segundo o batalhão, antes do crime, o delegado estava com o carro estacionado no Posto Jequitibá. Um morador que passou pelo local, por volta das 4h, estranhou o carro parado e viu que havia um homem armado no veículo.
A testemunha teria entrado em contato com a PM informando que suspeitava de que ocorreria um assalto no posto. A PM informou que esteve no local, notou que o suspeito estava “alterado” e que sacou a arma, sem se identificar como delegado. Foi quando ele teria levado o tiro no peito.
O CORREIO tentou apurar junto à Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam) de Itabuna se havia queixa de vítima que tinha como agressor um policial militar, mas foi informado que não seria possível averiguar essa informação.
A Secretaria da Segurança Pública da Bahia informou que “determinou apuração rigorosa da ocorrência envolvendo uma guarnição do 15° BPM (Itabuna) e o delegado José Carlos Mastique de Castro Filho”. A versão da SSP para o fato permanece a mesma da PM, de que os policiais militares “apuravam uma denúncia de roubo”.
O corpo de José Carlos foi enterrado nesta segunda-feira (29). O enterro ocorreu no Cemitério do Campo Santo, no bairro do Pontalzinho, na própria cidade itabunense. O delegado, que estava há 15 anos na Polícia Civil e era lotado na 13ª Delegacia Territorial (Cajazeiras), em Salvador, era casado e deixa um filho.