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Vinicius Nascimento
Publicado em 16 de novembro de 2022 às 06:00
Um documentário do tamanho do grupo. Quem assistir ao longa sobre os Racionais, na Netflix, terá acesso a uma série de imagens históricas dos 30 anos de carreira de um dos grupos mais importantes do rap em todo o mundo. Mas não é só isso: a produção, dirigida pela cineasta Juliana Vicente e exclusiva da plataforma, vai além e permite ao espectador conhecer um pouco mais da intimidade, jdos costumes e da vida do quarteto formado por Mano Brown, Edi Rock, KL Jay e Ice Blue.
E vai além. O filme também mostra a importância de pessoas que gravitam no entorno da banda, como a empresária Eliane Dias, esposa de Brown, que é responsável por uma série de mediações e resoluções de problemas enfrentados pelos membros do grupo. Coisas que vão além do trabalho artístico. Um exemplo: ela salvou a vida do marido, com quem vive há 34 anos, durante uma abordagem policial violenta que sofreu.
Antes de chegar à Netflix nesta quarta (16), Racionais: Das Ruas de São Paulo pro Mundo estreou no dia 31 de outubro, durante a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. O CORREIO teve acesso à produção na última semana e pode conferir o roteiro que se desenrola numa espécie de linha do tempo, destacando os sete discos dos Racionais como os marcos temporais. As histórias vão se misturando com as músicas, as entrevistas, os versos. E tudo isso vai dando sentido tanto ao documentário quanto às próprias canções.
É divertido perceber as personalidades de cada um. KL Jay é uma pessoa de ideias bem diretas, firmes. Fica nítido o quanto ele gosta de mergulhar no tema racismo para aprender cada vez mais e, assim, enfrentá-lo sem meias palavras. Edi Rock é mais tímido - e fez falta no documentário algo sobre a acusação de agressão que ele sofreu. Por outro lado, Rock volta a abrir o jogo sobre o acidente de carro que se envolveu em São Paulo, em outubro de 1994, e acabou com uma vítima fatal - uma história contada em versos em A Vítima, música do álbum Nada Como Um Dia Após o Outro Dia (2002) .
Já Ice Blue traz um alívio cômico para a produção, que é muito naturalmente densa dada a história, trabalho e música dos Racionais. Mano Brown, como o esperado, surge como um grande protagonista, líder articulado do documentário assim como é do grupo.
Além da direção de Juliana Vicente, o longa tem produção executiva de Beatriz Carvalho e Gustavo Maximiliano. A direção de fotografia é de Flávio Rebouças, Rodrigo Machado e Carlos Firmino; montagem, por Washington Deoli e Yuri Amaral. A direção de arte da produção é assinada por Isabel Xavier; enquanto a direção de produção fica por conta de Camila Abade e Mari Santos.