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Ana Pereira
Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 14:03
- Atualizado há 2 anos
Um Brasil delicado e profundo salta do filme Cora Coralina – Todas as Vidas, primeiro longa-metragem sobre a poeta goiana. Com direção de Renato Barbieri (As Vidas de Maria), o filme opta por um formato híbrido (ficção e documentário) para mostrar como Cora Coralina (1889-1985) rompeu a barreira do lar e construiu a autora que encantou o país.>
Porque, apesar do talento que se manifestou desde criança, quando ainda era Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, ela só se tornou escritora na maturidade. Primeiro foi filha, esposa, mãe de seis filhos e viúva.>
Depois de morar em várias cidades, voltou para sua querida Goiás, onde virou doceira e fez fama com seus quitutes sofisticados. Só aos 75 anos começou a datilografar seus escritos e publicou o primeiro livro, Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais.>
Cinco atrizes vão mostrando todas as etapas da vida de Cora: Camila de Queiroga, Camila Márdila, Maju Souza, Tereza Seiblitz e Walderez de Barros - da infância à maturidade.>
As interpretações são alternadas com depoimentos de familiares, pesquisadores e da própria Cora Coralina. E com leituras de poemas e textos, realizados pelos atores João Antônio, Beth Goulart e Zezé Mota.>
João Antônio, por exemplo, lê o famoso texto de Carlos Drummond de Andrade, que apresentou Cora ao Brasil. Encantado, ele a definiu como uma autora de versos simples, mas que abrigava a realidade “vária” do Brasil. >
Livremente baseado no livro Raízes de Aninha, de Clóvis Brito e Rita Elisa Seda, a produção foi escolhida melhor filme pelo Júri Popular e de melhor edição de som, no Festival de Cinema de Brasília. É uma boa opção para quem vai ficar na cidade no feriadão e curte poesia.>
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Horários de exibiçãoSaladearte Cinema do Museu 15h35>