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Dívida com Ney Franco é entrave para novas contratações do Vitória

Rubro-negro está impedido de registrar atletas; diretor jurídico projeta resolução em uma semana

  • Foto do(a) author(a) Daniela Leone
  • Daniela Leone

Publicado em 2 de fevereiro de 2021 às 05:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO

Com o encerramento da Série B do Campeonato Brasileiro, as atenções do Vitória já estão voltadas para a temporada 2021. O cronograma de competições do ano que já está em curso será iniciado neste mês de fevereiro e a diretoria rubro-negra corre contra o tempo para sanar um problema que impede a montagem do novo elenco. A estreia no Baianão será no dia 21, contra o recém-promovido Unirb, em Alagoinhas.

Punido em dezembro pela Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD) da CBF, o Vitória está impedido de registrar novos atletas até o início de junho. Consequentemente, não tem como contratar. A decisão do órgão se deu em função de dívidas mantidas pelo rubro-negro com outros clubes e um treinador brasileiros.

No entanto, o diretor jurídico do Vitória, Dilson Pereira Júnior, acredita que o problema está perto de ser resolvido. Ele projeta que, ainda antes da estreia, o Leão estará apto a registrar jogadores outra vez e poderá, portanto, ir ao mercado para fortalecer o time, que terminou a Série B em 14º lugar, com 48 pontos, em uma campanha marcada pela disputa constante contra o rebaixamento.

“Nossa expectativa é de que tenhamos em um breve espaço de tempo a autorização para voltar a contratar. A gente já liquidou os débitos. Só tinha uma situação em aberto porque havia divergências do que a gente entendia que é devido e do que a outra parte entende que é devido, mas a gente já peticionou para fazer o pagamento. Então a gente agiu de boa fé na situação e espera que o órgão regulatório, que é a CNRD, nos dê autorização para voltarmos a registrar novos jogadores. Tudo vai se resolver. O Vitória espera liquidar isso essa semana”, afirma Dilson ao CORREIO.

Quatro pendências financeiras provocaram a atual punição da CNRD. Juntas, elas totalizavam cerca de R$ 600 mil. Três dessas dívidas já foram renegociadas, entre elas a referente ao pagamento da contratação do goleiro João Gabriel junto ao Cianorte-PR, em 2018. Os valores atrasados foram quitados e foi feito um reescalonamento para pagamento do saldo devedor existente.

O entrave é a dívida que o Vitória tem com o técnico Ney Franco, cerca de R$ 350 mil, referente à rescisão de contrato na passagem dele pela Toca do Leão em 2014, durante a gestão do ex-presidente Carlos Falcão. Depois dele, já passaram pelo cargo máximo do clube Raimundo Viana, Ivã de Almeida, Ricardo David e Paulo Carneiro, o atual presidente.

O advogado de Ney Franco afirma que o treinador tentou negociar o pagamento, sem sucesso. “Já faz mais de seis anos a existência dessa dívida. Foi feito um acordo em 2017 e o Vitória não cumpriu nenhuma das parcelas. Foram feitas inúmeras tentativas para que a resolução dessa questão fosse feita de forma extrajudicial e o Vitória não demonstrou interesse, então nós entramos com uma ação na CNRD”, explica Rodrigo Tittoto Acra. 

“Foi feito um acordo para o parcelamento dessa dívida e o Vitória também deixou de cumprir esse acordo. Foram cumpridas, se eu não me engano, quatro parcelas, e aí o Vitória deixou de cumprir desde junho (de 2020). O parcelamento foi feito com base em valores que o Vitória poderia cumprir tranquilamente e mais uma vez foi descumprido, então foram descumprimentos sucessivos do Vitória. É uma dívida que já se arrasta por um bom tempo e foram inúmeras vezes que o Vitória descumpriu com o pagamento do acordado”, completou o advogado. 

Segundo Rodrigo Acra, a tentativa de negociação mais recente por parte da diretoria rubro-negra não foi satisfatória. “A proposta que o Vitória apresentou foi uma proposta bem abaixo do valor que é devido, uma proposta bem abaixo do valor das parcelas vencidas, então, em virtude disso, não demos andamento ao acordo”, concluiu.