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Diário da Série B: Sonho meu…

Mais um 0x0 em casa, agora contra o Operário-PR, volta a complicar o Vitória na tabela

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Galo
  • Gabriel Galo

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 10:49

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Letícia Martins / EC Vitória

Salvador, 24 de agosto de 2019

Rodada 18 de 38

Sem descanso

Até os amistosos da Seleção Brasileira, em setembro, a tabela é impiedosa. Jogos de 3 em 3 dias, pá, pum. Joga, descansa, recupera, treino leve, joga de novo. Época, pois, de prudência física. Preservar atletas é fundamental.

Mas, ora, como preservar quem quer que seja numa situação de luta contra o Z4? Tem isso, não.

Quem inventar de poupar, melhor provar por A+B que se não fizer, contusão chega, porque, caso contrário, o céu vai cair sobre sua cabeça.

Agonia da proximidade do fim

Sábado à tarde. Reencontro da torcida com um fim-de-semana de futebol no Barradão, que prepara seu adeus. Trocado pela Arena Fonte Nova, o estádio vai emitindo seus últimos suspiros nesta Série B. Enquanto a celeuma com Consórcio e Governo do Estado permanecem, ganha vida prolongada, mas com qualidade questionável.

A questão é como a agonia pela proximidade do fim vai pesando o ambiente. Sem contrato que marque a data da mudança, mas rejeitado desde já, o Barradão vai se carregando de melancolia, tratado com um desprezo que definitivamente não merece.

A saída para a arena, travestida de isonomia de direitos, vai na contramão do que se vê por aí. O Santos, por exemplo, a pedido dos jogadores e comissão técnica, adotou a Vila Belmiro como casa, apesar do pouco público e da renda minguada.

O quintal da gente é querência. Engrandece a alma com o sentimento de pertencimento.

Ver a forma como a transferência de mando tem sido conduzida dói no coração da torcida que foi talhada dentro do santuário ecológico. Para o rubro-negro, nenhum lugar é tão ‘casa’ quanto o Barradão.

Chiquinho volta, mas Capa? Quem suporta?

Lesionado num lance isolado na alvorada do jogo contra o Paraná, Chiquinho seria um reforço importante para o Vitória contra o Operário-PR, estreante na Série B que faz campanha segura.

Em teoria, reocuparia a lateral esquerda, mandando Capa, o mais que contestado substituto, de volta para o banco de reservas.

Mas porque jogar seguro quando se pode inventar?

Assim, Chiquinho voltou ao time titular. Wesley foi na mesma leva, junto com Jordy. Thiaguinho, Ruy e Anselmo Ramon, se despediram do onze do minuto zero.

Ué? E Capa?

Pois é… Amadeu manteve o lateral na esquerda, evoluindo Chiquinho ao meio. Mais uma escalação diferente. Vai entender.

E não é que funcionou?

Só que time encaixou no o primeiro tempo, especialmente nos primeiros 30 minutos. As jogadas fluíam. Chegava-se com certa facilidade à área paranaense, que, por sua vez, não incomodava.

Perdeu-se um gol aqui, outro ali…

Mas o zero não saiu do placar.

Mas depois desfuncionou

A ideia de ver o time jogar bem – dentro do que significa jogar bem no limitado elenco – deve ter incomodado Amadeu. E no intervalo tratou de corrigir o erro-mas-nem-tanto de escalar Capa.

Só que em vez de voltar com Anselmo Ramon e reorganizar a equipe a estrutura de seus vitoriosos primeiros 2 jogos, ressuscitou Nickson.

Ah, madeu…

A cria da base continua sua péssima fase. Depois de quase 1 mês sem entrar em campo, mostrou não apenas estar totalmente fora de ritmo, como também estar visivelmente fora de forma.

Sua entrada bagunçou o posicionamento em campo. E sua postura malemolente contagiou a todos.

O que fluía, passou a tropeçar.

Aos 13 minutos, foi a vez de Wesley se despedir do gramado para ver Anselmo Ramon entrar com seu coturno.

A letargia e a preguiça, preocupantemente vistas no jogo anterior, reassumiam o protagonismo. Do outro lado, o brioso Operário ameaçou com bola no travessão que provocou onda inesgotável de xingamentos.

Somente aos 43 minutos da etapa final, quando ninguém aguentava mais cornetar o recém-chegado professor, Amadeu lançou mão da terceira e última substituição. Uma vez mais, de novo, Eron foi chamado para resolver.

Em seus pés, aos 47, teve o lance do gol da vitória ao alcance. Seria o tento a varrer a pecha de jogador de sub-23, de craque da base que trema no profissional. Garantiria 3 pontos e a equipe subindo na classificação, posicionando-se confortavelmente acima do Z4.

Mas seu chute, perigoso, foi pra fora.

De volta ao que era

Sem mexer redes, Vitória 0x0 Operário-PR foi um jogo morno, que por poucos centímetros poderia ter um destino diferente. Só que estes poucos centímetros beneficiariam o oponente.

Apesar da quarta partida sem sofrer gols – fato louvável, com créditos à defesa mais bem postada no esquema de Amadeu -, o Vitória retrocedeu. Voltou ao que era antes da chegada do ex-técnico do Sub-20 da CBF. Inofensividade do ataque, tropeços, preguiça, sobrepeso, desorganização.

A empolgação, na mesma velocidade que chegou, se esvaiu em preocupação.

E já garantiu o áudio novo culpando a torcida. Durma com um barulho desse.

Desperdício

Imagine ter 3 jogos em casa em 4. O time em crise, tendo a chance de se recuperar em sua casa, com o carinho de sua gente. Imagine, no meio do trajeto, ter vencido as duas primeiras das quatro, 6 pontos, fuga do Z4.

Imagine fazer dobradinha em casa, largando contra concorrente no abismo, finalizando contra estreante que joga para não aparecer muito. Imagine recuperar de vez a relação com a torcida, ampliar a tranquilidade, turbinar de vez a campanha e fazer conta pra subir.

Imaginou?

Eu imaginei. Eu vi e sonhei.

Só que a realidade de quem gosta tanto do retrocesso, como o Vitória da nova era, é limar sonhos meus, seus, de toda a nação.

Juntar migalhas, na forma de 2 pontos em 6, tem motivo, nome e sobrenome. Se a evolução da chegada foi pautada pelas intervenções corretas de Amadeu, a caminhada para trás tem também o seu dedo. Escalações estranhas, substituições equivocadas. Postura angustiantemente lenta em campo, sem ser capaz de injetar ânimo no elenco carente de estímulo.

Na próxima data, enfrente o vice-líder fora de casa, com o Z4 fungando no cangote. Desperdiçou-se, pois, uma chance de ouro para catapultar um novo momento rubro-negro nesta Série B. Assim, estamos de volta à preocupação incessante.

Gabriel Galo é escritor. Texto publicado originalmente no site Papo de Galo e reproduzido com autorização do autor. A opinião do autor não necessariamente reflete a do jornal.