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Diário da Série B: Ambição é o próximo passo

Apesar do ponto fora de casa, contexto dá a entender que os 3 pontos escaparam em Figueirense 1×1 Vitória

  • Foto do(a) author(a) Gabriel Galo
  • Gabriel Galo

Publicado em 31 de julho de 2019 às 11:49

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Eduardo Valente / Estadão Conteúdo

Florianópolis, 30 de julho de 2019

Rodada 13 de 38

O adeus

Boas notícias funcionam melhor em quantidade.

No dia seguinte à vitória contra a Ponte Preta, anunciou-se a rescisão de contrato de Neto Baiano.

Foi a quarta passagem pelo clube de um dos maiores nomes de sua história. E dada a relevância de sua trajetória em vermelho-e-preto, o 9 não merecia esta mancha.

Senhor das resenhas, Neto Baiano foi um espectro em campo. Nitidamente um ex-jogador de futebol em atividade, protagonizou lances nada honrosos. Apenas um gol numa vinda esquecível.

E que, na verdade, nem deveria ter acontecido. Foi uma sucessão de erros de todas as partes.

Errou Neto com sua completa falta de profissionalismo. Visivelmente fora de forma, vagou em campo atrapalhando, reclamando e arrumando confusão com adversários e companheiros.

Errou o ex-presidente que o contratou como cortina de fumaça, uma maneira de minimizar a relação quebrada com a torcida trazendo alguém com identificação com o clube, mas longe do auge há muitos anos.

Errou também quem, apesar de todas as indicações de que o tempo de Neto tinha acabado, decidiu por prolongar o contrato.

Se a situação financeira do clube é terrível, analise-se pelo pontos de vista do dinheiro desperdiçado: quanto custou Neto Baiano nestes meses de clube?

De pouquinho em pouquinho, soma-se muito.

Adeus, Neto. Lutaremos para ignorar o espetáculo de horrores que foi este 2019, deixando vivas na memória as lembranças dos idos de 2009 e 2012. Por estas duas passagens, seremos sempre gratos.

Figueirense em frangalhos

O adversário da terça-feira sem chuva em Florianópolis não poderia estar em pior momento. Acostumado a frequentar a Série A em anos recentes, o Figueirense vive uma realidade distinta.

Sobram salários atrasados, confusões administrativas, brigas internas… Um ambiente conturbado que chegou ao limite de uma paralisação dos jogadores exigindo melhores condições de trabalho.

Por um triz, a greve avançaria para a partida e teríamos um vexaminoso e raro WO.

Decidiu-se, por fim, que ia ter jogo. Apesar de todos os contratempos, o show tem que continuar.

Assim, um oponente potencialmente forte iria a campo com o moral em frangalhos.

Capa. Ruy.

O Vitória achou um esquema tático que parece ter encaixado melhor. Um 4-2-3-1 com a linha de 3 centralizando Gedoz.

Só que do lado esquerdo, lançou mão de Capa. Do lado direito, Ruy.

O que dizer, senão apenas lamentar?

Tá na regra

Futebol é esporte que convive com algumas certezas. Por exemplo, cada time começa com 11 jogadores, sendo 1 goleiro e 10 de linha. Tem juiz e um assistente com a bandeirinha em cada lado do campo. Tem quarto árbitro. É disputado num estádio. O gramado é verde. As equipes jogam de uniforme.

Quê mais? Ah! E o Vitória sempre toma gol.

Está nas regras de cada competição. Parágrafo de letras miúdas que se lê assim:

“Em jogos com participação do Esporte Clube Vitória, o clube deverá obrigatoriamente sofrer pelo menos um gol, preferencialmente com falha bisonha de um jogador a ser escolhido pelo técnico. Em caso de jogo sem sofrer gols, ele será anulado e deverá ser disputado novamente, respeitando-se, assim, a premissa dos gols sofridos.”

Um parágrafo estranho de estar no livro de uma competição oficial. Mas não estranho pelo seu conteúdo, já assimilado por rubros-negros de todo o Brasil e levado à risca pelos adversários em campo. Estranho porque incluiu a palavra “bisonho”.

Quem vai avaliar o que é bisonho ou não? O preferencialmente indica ser facultativo, certo? Bisonho é falha direta, ou aquelas de posicionamento, lamentável para quem tem olho tático mais apurado, também contam?

Na realidade dos fatos, limitemo-nos ao dito e certo: tem que ter gol. Dos outros.

Saindo atrás

O Figueirense logo de cara tratou de cumprir sua parte no livro de regras. Sapecou 1 a 0 que não surpreendeu absolutamente ninguém. Assim, mais uma vez, o Vitória se viu tendo que correr atrás do placar.

Foto: Matheus Dias/FFC

E o empate veio ainda no primeiro tempo com Anselmo Ramon.

Aqui você haverá de dizer, e não estará errado, que foi mais um exemplo de reação da equipe, que não se abalou com o resultado adverso e buscou o empate. Verdade.

E ele veio por Anselmo Ramon, que aos 26 minutos do primeiro tempo, apenas 7 minutos depois do gol sofrido, balançou a rede catarinense. Figueirense 1×1 Vitória.

Mas o que incomoda é o fato de o Vitória sempre sair atrás. O time está sempre correndo para recuperar-se do prejuízo. Seria pedir demais que a recuperação emocional do time viesse na forma de buscar os 3 pontos a limpo?

Contentando-se com pouco

A condição do jogo era favorável. Apesar de mais organizado, o Vitória não ameaçava de maneira mais contundente.

Até que aos 28 minutos do segundo tempo o que já era favorável, ficou escancarado. O lateral-direita catarinense foi expulso. Era hora de partir pra cima, garantir o resultado, carregar 3 pontos e se livrar do Z4, certo?

Não para Osmar Loss.

O “técnico” (deixa as aspas, revisor) operou alterações burocráticas. Instintivamente, a equipe recuou ainda mais. No contra-ataque ainda levou perigo, em chances perdidas por Wesley e por Capa.

Se treinador não chuta, não deve ser dirimido de responsabilidade. Afinal, se Wesley e Capa, ambos consistentemente jogando mal, estão em campo, a culpa principal é do técnico.

Ambição é o próximo passo

A impressão tirada deste jogo não é a da melhor postura tática em campo. Isto já aconteceria diante de um Figueirense que nem queria estar ali, jogando por obrigação.

Há algo mais grave. A falta de ambição.

Quando diante de uma oportunidade tão vantajosa, dada a situação do clube, o aceitável seria ir pra cima. Um ponto ajuda, mas não basta. Só as vitórias, os 3 pontos, provocam alteração significativa.

Só que o Vitória, sob orientação de seu técnico, travou. Ficou satisfeito com 1 ponto.

É tudo uma questão de contexto. Em condições normais, arrancar um empate contra o Figueirense em Florianópolis seria considerado um bom resultado. Mas a forma como veio se aproxima mais de 2 pontos desperdiçados. Pontos que fazem falta para quem se afunda mais uma rodada na zona do rebaixamento.

Gabriel Galo é escritor. Texto publicado originalmente no site Papo de Galo e reproduzido com autorização do autor. A opinião do autor não necessariamente reflete a do jornal.