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Gil Santos
Publicado em 12 de agosto de 2020 às 14:23
- Atualizado há 2 anos
Os deputados da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) começaram um treinamento nesta quarta-feira (12) para se familiarizar com dois novos sistemas. Agora, as votações terão reconhecimento facial e os 63 parlamentares terão assinaturas eletrônicas. O objetivo é agilizar os processos, evitar fraudes e diminuir a quantidade de papel usada na burocracia do Legislativo. Serão três dias de capacitação e os dois sistemas vão entrar em funcionamento até o final de agosto.>
O treinamento começa às 15h, e será repetido na quinta e na sexta-feira. Tudo pode ser feito de forma remota, o que significa que os deputados não precisam se deslocar até o prédio da Alba, no Centro Administrativo da Bahia (CAB). Quem preferir pode usar a internet e fazer tudo sem sair de casa, pelo celular, tablet ou computador.>
Desde que a pandemia começou, as votações estão acontecendo de forma virtual. Os deputados usam plataformas digitais comuns, como o zoom, e os votos são registrados através do vídeo. A assessoria garante que não houve problemas nesse período, como duplicidade de voto ou algo parecido, mas afirma que o reconhecimento facial vai permitir maior segurança e transparência. Em casos de votação secreta, por exemplo, as ferramentas atuais não teriam como atender essa demanda, mas o novo modal sim.>
O reconhecimento facial já é usado no Senado, e em Assembleias Legislativas de outros estados. Os deputados baianos foram divididos em três grupos de 21 para o treinamento, aonde eles vão registrar a face na tela do programa, a assinatura digital, e esclarecer dúvidas sobre os dois sistemas. O superintendente parlamentar Bira Corôa abrirá os trabalhos em plenário como se fosse uma sessão plenária ordinária normal com votação na ordem do dia para que os sistemas sejam testados.>
“A orientação do presidente é modernizar o funcionamento da Casa, tanto no Legislativo como os demais setores. Nossa meta é até o final do ano zerar a utilização do papel. Isso trará três ganhos: ambiental, de custos e de segurança para os parlamentares. Isso tudo é fruto de um trabalho conjuntos das três superintendências da Alba”, afirmou Bira.>
Mais tecnologia Já o processo de certificação digital, a chamada assinatura eletrônica, está em funcionamento no gabinete da Presidência desde o final de julho. Os poderes Executivo e Judiciário, e alguns segmentos da iniciativa privada também fazem uso desse sistema.>
O modelo adotado pelo Legislativo será o mesmo do Tribunal de Justiça e do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE) e possibilita, por exemplo, que com um único comando mais de 200 processos digitais sejam assinados eletronicamente. Em papel, eles necessitariam de despachos e assinaturas presenciais. O sistema foi disponibilizado voluntariamente pelos tribunais e está sendo implantado pelo pessoal da Alba. >
A proposta é de que a assinatura digital seja estendida para todos os servidores da Alba. O líder do governo, Rosemberg Pinto (PT), comemorou a implantação dos novos sistemas. “Sempre defendi que já deveríamos ter isso há muito tempo. A atual situação nos levou a buscar essas ferramentas digitais, o que vai mudar consideravelmente a forma de atuação das pessoas no Parlamento, nos diálogos externos”, afirmou.>
Para o líder da oposição, deputado Sandro Régis (DEM), a medida é importante para avançar no maior uso da tecnologia na Alba, de forma a aumentar a eficiência e a produtividade do Legislativo baiano e gerar economia. "A pandemia do novo coronavírus nos trouxe o desafio de intensificar o uso da tecnologia, tanto é que desde o início dela nós temos trabalhado duro de forma remota, em reuniões virtuais. Então, vejo com bons olhos a chegada destes dois sistemas, que vão potencializar esse uso da tecnologia no Parlamento, dando também maior segurança nas nossas atividades diárias", declarou.>
Menos papel O reconhecimento facial e a assinatura eletrônica são mais duas ações do processo de informatização das áreas administrativa e parlamentar da Assembleia que pretende eliminar o uso de papel até o final do ano. A Alba afirmou que a economia anual com o consumo de papel, tinta para impressoras e manutenção vai superar R$ 1 milhão.>
Alguns processos têm até 200 páginas e a Alba produziu cerca de 2 mil matérias no ano passado. As Assembleias Legislativas de Santa Catarina e do Espírito Santo foram as primeiras a usarem a assinatura eletrônica, mas o processo ainda não foi certificado. Como a Alba está usando o modelo do Judiciário, a Casa já tem a certificação necessária. A proposta é que o reconhecimento facial e a assinatura digital continuem sendo usados mesmo depois da pandemia.>
Os parlamentares estão trabalhando em sistema home Office desde que a pandemia começou, mas a Casa já estuda a possibilidade de retomar parte das atividades presenciais. Uma comissão foi criada para elaborar protocolos de segurança para esse retorno, mas a volta ainda não tem data para acontecer. A expectativa é de que os trabalhos retornem com presença mista, ou seja, parte dos deputados no plenário, e outras parte em atividade remota.>