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Carmen Vasconcelos
Publicado em 1 de janeiro de 2023 às 19:34
Como não poderia deixar de ser, no primeiro dia do ano e último do Festival da Virada Salvador, a cantora que batiza o local da realização, Daniela Mercury preparou um show especialíssimo para brindar O Dia Mundial da Paz e uma tradição que começou em 2019, com o Projeto Por do Som, que ocorria na Barra.>
Antes de subir no palco, Daniela conversou com a imprensa presente e falou da emoção de retornar aos palcos, após os dois anos de pandemia. “Nessa edição, as expectativas estão muito maiores porque foram dois anos sem o Pôr do Som. Hoje, estou muito emocionada e vivendo essa sensação de recomeço...Das festas populares, com a posse de Lula, com o carnaval”, afirmou. >
Nessa edição do Pôr do Som, Daniela fez questão de homenagear a cantora Gal Costa e a Ministra Margareth Menezes, lançar o novo álbum de trabalho ‘Baiana’, lançado em Portugal e apresentado pela primeira vez no Brasil durante o Festival da Virada, que é um trabalho caracterizado por letras autobiográficas, pontuadas nas memórias de infância e do bairro de Brotas. “Lembrei de Ary Barroso, com o clássico Bixa dos Sapateiros. Então, falo dos bairros da cidade, da periferia, desses lugares com nomes lindos, para trazer todo mundo para o centro, a mesma praça onde o carnaval é celebrado com igualdade”, pontuou.>
O show apresentado nesse domingo foi dirigido e coreografado pela filha de Daniela, a bailarina e atriz Giovana Póvoas, com a participação de outros oito bailarinos. Os cenários foram de Jota Cunha, Jeane Terra e Iuri Sarmento. Durante o espetáculo, os vídeos exibidos foram de Marcos Póvoas. >
Democracia>
Nesse ano, Daniela também comemora três décadas de lançamento do ‘Canto da Cidade’, que foi um marco na carreira nacional da cantora. “Aquele álbum e esse têm, em comum, o fato de haver uma celebração democrática em ambos. No passado, com os caras pintadas e o impeachment de Collor, e, hoje, com a posse de Lula”, afirmou.>
Daniela pontuou ainda que essa festa democrática seria um momento que a cantora Gal Costa adoraria assistir. “Por isso, todas as homenagens a ela”, completou. >
No show apresentado, Daniela mostrou cinco músicas novas de trabalho, inclusive a canção Macunaíma, composta em parceria com Zé Celso Martinez e Fernando de Carvalho, que faz uma homenagem ao povo brasileiro, a Mário de Andrade e aos 100 anos da Semana de Arte Moderna, celebrado no ano passado. >
“Como não tivemos Carnaval, guardei essa letra, que tinha dez páginas, para esse ano. Trabalhamos com sete páginas (risos)...Mas depois de Faraó, nenhuma letra é grande, especialmente essa que tem um ritmo muito gostoso, numa espécie de kuduro”. >
A artista fez questão de pontuar que, nesse governo, permanecerá defendendo bandeiras e causas sociais, ligadas à cultura, mulheres, crianças e os direitos da população LGBTQIAP+. “Não sou ligada à partidos políticos e preciso da minha liberdade como artista e cidadã e quero continuar me movendo dessa forma”, garantiu. >
Carnaval 2023>
Daniela Mercury fez questão de ressaltar a falta que o Carnaval teve na sua vida nesses últimos dois anos. A artista disse que reviveu a infância, quando foi obrigada a acompanhar os pais para a Ilha de Itaparica e se viu afastada da folia momesca. >
“Na época, meus pais não podiam me levar para brincar e fiquei vendo as luzes de Salvador de longe. Na minha imaginação, eram pessoas pulando. Nesses dois anos, também me vi roubada do Carnaval”, completou.>
Para 2023, Daniela prometeu que a folia momesca contará com homenagens especiais ao rei do futebol Pelé, ao músico Moraes Moreira e a cantora Gal Costa, falecidos recentemente. “Esses três nomes trazem muita brasilidade e reúnem características importantes dessa alegria tão brasileira”, pontuou.>
Público celebra primeiro dia do ano no Festival da Virada>
Não foram apenas os artistas e as atrações que fizeram história no festival da Virada Salvador, o público presente também fez história durante os cinco dias de realização.>
Há alguns anos, a comerciária Carol Xavier, 40, deixa a família e os amigos em Fortaleza para acompanhar a virada em Salvador. Acompanhada do filho Lucas, ela fez questão de comparar a capital baiana ao colo de uma mãe. “Todas as vezes que piso meus pés nessa terra, recebo ondas de carinho e acolhimento. Amo isso aqui”, disse.>
A soldadora Verônica Lopes, 35, se disse maravilhada com os espetáculos assistidos. “Não pude vir nos primeiros dias em virtude do trabalho, mas estou encantada com essa vibração, a festa e o astral do Festival”, completou. As amigas Verônica Lopes e Carol Xavier fizeram questão de chegar cedo para não perder nenhum detalhe dos shows do domingo - Foto: Carmen Vasconcelos/CORREIO A instrumentadora cirúrgica Heloisa Coutinho, 36, também aproveitou o primeiro dia do ano para curtir os shows com a família e o filho Murilo. “Tá tudo muito lindo! Os shows estão simplesmente maravilhosos”, destacou.>
A comerciária Jacira Bonfim, 61, chegou cedo na arena Daniela Mercury para não perder nenhum momento da abertura feita pelo Olodum. “Sou apaixonada por eles e não perderia por nada. Essa vibração é impagável”, finalizou. Jacira Bonfim foi assistir o Olodum, que segunda ela, é a melhor e maior apresentação do mundo - Foto: Carmen Vasconcelos/CORREIO >