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Criar é organizar o caos

  • Foto do(a) author(a) Cesar Romero
  • Cesar Romero

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Obra de Mondrian (foto/divulgação) Artistas visuais levam o espectador a miragens poéticas. A arte é produção simbólica, movida pela necessidade interna de buscar sentimentos na liberdade da criação. Criar é organizar o caos, se cria a partir do nada, portanto criação. A finalidade da arte está nela própria. O criador vive o experimentar, buscando focos que estabeleçam rumos, e estejam inseridos no cotidiano, no registro das ideações, nas capacidades de interagir e participação coletiva. 

Necessários discernimentos, busca de sociabilidade no encontro da arte com o outro, numa troca entre o fazer e o perceptivo. No redefinir das imagens sígnicas e figuras, que acendam lembranças remotas. Um jogo sensível entre linguagens. A arte é um jogo onde o artista pode ganhar ou perder.

As artes visuais hoje têm ampla abrangência. Na contemporaneidade as fronteiras são fluidas e tem como base as manifestações que lidam com a visão. São consideradas artes visuais: pintura, desenho, escultura, gravura, fotografia, cinema, instalações, arquitetura, web design, identidade visual, decoração, paisagismo, vídeo, design, produção gráfica, artedigital, holografia, sinalização, gestalt, arte-educação, comunicação visual e moda.

A lógica e a emoção são coisas distintas, mas podem perfeitamente unidas, como devem, fluírem para um produto chamado arte. Somações de vivências, colcha de retalhos da memória, onde se constrói essência. Caminhos simultâneos, distintos, similares, podem fazer parte do ideário de qualquer criador. Integrações entre linguagens visuais, e verbalizadas aprimoram o produto.  Quase todos os artistas desde os primórdios da História da Arte escreveram justificando seus trabalhos: Leonardo da Vinci, Paul Cézanne, Francisco Goya, Henri Matisse, Ives Klein, Joaquín Torres-García, Jesús Soto, Piet Mondrian, André Lhote, Marcel Duchamp, Fontana, Pollock, De Chirico, Ensor, Paul Klee, Malevitch, entre tantos. Também grupos como: De Stijl, Bauhaus, Cobra Fluxus, Nobis, Rex.

No Brasil Lygia Pape, Lygia Clark, Helio Oiticica, Ferreira Gullar, Israel Pedrosa, Rubem Valentim, Cildo Meireles, Amélia Toledo, Marcos Coelho Benjamim, Willys de Castro.

Uns preferem o silêncio, caso lapidar Alfredo Volpi, outros a extravagância e o escândalo como Demien Hirst. Quem acerta mais? Quem é mais alma?

Teóricos ou apenas de ação, os artistas valem sempre por inovarem, cuidarem de estranhamentos inventivos, um outro lugar da Memória. Evocações que se atualizam no ato inventor.

As grandes teorias da arte mudaram o mundo, as grandes ações também. Juntos criaram um repertório que engrandece e dignifica a raça humana.