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Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2018 às 05:00
- Atualizado há 2 anos
Tranquilão. É essa a característica que sobressai do espelho quando Fernando Haddad, candidato do PT à Presidência se vê no espelho. Existe até um perfil no Facebook chamado Haddad Tranquilão, que usa esse traço de sua personalidade para fazer humor. Sim, por trás da voz monocórdica e de fala professoral cheia de didatismo existe bom humor. Ao analisar os motivos de sua vitória para prefeito de São Paulo em uma coletiva sobre uma disputa já bem polarizada, Haddad usou uma frase grafitada pelos muros da cidade: "Existe amor em São Paulo".
Fernando Haddad tem 55 anos e é professor universitário, autor de cinco livros, bacharel em Direito com especialização na área Civil, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Todos os títulos foram obtidos pela Universidade de São Paulo (USP), onde ele também lecionou a disciplina Teoria Política Contemporânea, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Haddad nasceu na capital paulista, em 25 de janeiro de 1963, filho do comerciante Khalid Haddad, que imigrou do Líbano para o Brasil nos anos 1940, e da professora Norma Thereza Goussain Haddad, filha de libaneses.
Ele se filiou ao PT aos 20 anos, em 1983, quando se tornou tesoureiro do Centro Acadêmico XI de Agosto, entidade dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco. Na época, militou no movimento Diretas Já, que pedia a volta das eleições diretas para presidente da República.
Depois de formado, trabalhou um tempo como analista de investimentos do Unibanco. Até que, em 2001, foi convidado pelo economista João Sayad para trabalhar na Prefeitura de São Paulo. Sayad foi nomeado secretário de Finanças e Desenvolvimento Econômico da administração Marta Suplicy e Haddad tornou-se o subsecretário da pasta, deixando o cargo junto com Sayad depois que a prefeita desistiu de adotar a cartilha implantada pelo secretário para conter os gastos municipais.
Apresentado a Guido Mantega, ministro do Planejamento no primeiro mandato de Lula, foi para Brasília, em 2003, ser assessor especial do Ministério. Na pasta, foi o responsável por elaborar o projeto de lei que instituiu as Parcerias Público-Privadas (PPPs). Ainda no Ministério do Planejamento, foi convidado pelo então ministro da Educação, Tarso Genro, para ser secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), assumindo o comando da pasta em 2005, depois que Genro deixou o MEC para ser presidente do PT. Sua carreira política inclui ainda sua eleição para prefeito de São Paulo em 2012.
A Trajetória de Fernando HaddadNascimento - 25 de janeiro de 1963, em São Paulo (SP). Filho de Khalid Haddad e Norma Thereza Goussain Haddad.
Formação – Em 1985, forma-se em Direito na Universidade de São Paulo (USP) e se especializa em Direito Civil. Também foi aprovado na OAB
Carreira Acadêmica – Em 1990, torna-se mestre em Economia com especialização em economia política, pela USP e, em 1996, torna-se doutor em Filosofia, também pela USP. Foi também professor de Teoria Política Contemporânea, analista de investimento do Unibanco e consultor da Fundação de Pesquisas Econômicas - Fipe
Carreira Política – Em 1983, filia-se ao Partido dos Trabalhadores (PT); em 2001, assume a chefia de gabinete da Secretaria Municipal de Finanças na gestão da prefeita Marta Suplicy, em São Paulo; em 2003, torna-se assessor especial do ministro do Planejamento, Guido Mantega, e elabora o projeto de lei que instituiu as Parcerias Público-Privadas (PPPs). Também foi secretário-executivo do Ministério da Educação (MEC), onde desenvolveu o Prouni. De 2005 a 2012, torna-se Ministro da Educação e, de 2013 a 2016, cumpre mandato como prefeito de São PauloPlano B do PT
A confirmação de que Fernando Haddad seria o "plano B" do PT na disputa presidencial chegou pelo WhatsApp. Na tarde sábado, 4 de agosto, dia da Convenção Nacional do partido. A cúpula petista se reunia na sede da legenda, em São Paulo, para escolher o candidato a vice e possível substituto de Lula, que está preso em Curitiba. Um grupo ainda se opunha ao nome de Haddad quando apitou o celular da presidente do partido, Gleisi Hoffmann. Na tela surgiu a foto de uma carta escrita à mão na qual Lula indicava o ex-ministro.
A estratégia de retardar ao máximo a troca do bastão se mostrou suficiente para impulsionar Haddad, que logo assumiu o segundo lugar nas pesquisas. Ao mesmo tempo, ele começou a herdar a rejeição a Lula e ao PT. Embora cobrado inclusive por correligionários para se mostrar mais e fugir da imagem de ‘poste de Lula’, Haddad seguiu na estratégia traçada, para consolidar a ideia de que ele era Lula.
Durante a campanha, o foco, além do Lula Livre, foi o de enaltecer sua passagem pelo MEC, onde implantou o Plano de Desenvolvimento da Educação, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e substituiu o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (FUNDEF) pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB). Também estipulou que o ciclo do ensino fundamental passaria a ter nove anos e criou 14 novas universidades federais, além do SISU, que permite aos estudantes aprovados no ENEM - Exame Nacional de Ensino Médio, se inscreverem em vagas nas universidades públicas ou privadas.
Não poderia ser diferente, uma vez que a derrota quando buscava a reeleição como prefeito de SP, em 2016, pode passar uma imagem negativa de seu trabalho. Em entrevistas, defende sua administração afirmando que aquela eleição ocorreu no mesmo ano do impeachment de Dilma, o que, segundo ele, fez crescer o antipetismo e "levou o eleitor ao erro".
AS PRINCIPAIS PROPOSTAS DO CANDIDATO
Dívida Zero - Criação de um programa que institui linha de crédito em banco público, com juros e prazo acessíveis, para atender às pessoas que hoje se encontram no cadastro negativo do SPC e Serasa
*Conectividade - Conectar mais de 2 mil municípios à rede fibra ótica e garantir que o Satélite Geoestacionário brasileiro seja usado para conexão de rádio IP em municípios de pequeno porte, áreas rurais e distritos isolados; além de exigir das empresas que forneçam conexão de alta velocidade a 3.600 municípios que hoje só contam com 3G
*Emprego e Renda - Criação de um plano emergencial de emprego, recuperação de renda e crédito; implantação de um programa nacional de apoio à economia social e solidária e retomada do Minha Casa, Minha Vida
*Privatizações - O candidato é contra a privatização de ativos públicos e estatais consideradas estratégicas como as de energia e finanças. O plano propõe ainda conter a terceirização em áreas como a saúde