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CORREIO vence Prêmio Sebrae com matéria sobre licuri e mulheres sertanejas

Jornal teve dois finalistas em uma mesma categoria; reveja

  • D
  • Da Redação

Publicado em 28 de outubro de 2021 às 22:46

 - Atualizado há um ano

. Crédito: .
Hilza Cordeiro é autora da reportagem sobre a produção, transformação e venda do licuri, e como ele tem ganhado o mercado internacional por Arquivo pessoal

Já virou rotina para o CORREIO. Com dois finalistas na categoria de Jornalismo em Texto, o jornal levou o prêmio Prêmio Sebrae de Jornalismo com a matéria Pérola do Sertão, de Hilza Cordeiro. A reportagem trata sobre como o licuri tem vasto aproveitamento e acabou virando matéria-prima para diversos produtos, destacando ainda a necessidade de proteção às produtoras originárias.

"Vendido comumente em feiras livres e consumido nas cozinhas do sertão baiano, o licuri, o coquinho típico da caatinga, vem rompendo as fronteiras do semiárido", é a introdução da reportagem premiada intitulada Pérola do sertão: licuri começa a entrar com força na alta gastronomia e cosmética de luxo.

Em seu discurso de agradecimento, Hilza reforçou que se a matéria tiver sido boa para representar o trabalho das pessoas que movimentam a cadeia do licuri, ela já saiu ganhando."Se a reportagem, de alguma maneira, possa fazer autoridades públicas e membros da indústria enxergarem que podem trabalhar ao lado de mulheres sertanejas, eu ficarei muito feliz porque tenho certeza de que isso será transformador para o desenvolvimento do sertão e para a valorização de culturas muito próprias do interior da Bahia", disse a jornalista.Não só sobre a potência do licuri, a reportagem de Hilza trata, principalmente, sobre o trabalho e o empreendedorismo de mulheres sertanejas, sobretudo as sertanejas negras, que preservam os licurizeiros e que mantêm vivo, até hoje, o conhecimento tradicional sobre a atividade de extração do coquinho. Edição impressa do CORREIO com página de abertura da reportagem "Embora tenha tantas usabilidades, o licuri vinha sendo esquecido e talvez estaria muito mais ameaçado se não fosse pelas cooperativas da agricultura familiar, que estão devolvendo ao coquinho o valor que ele tem, desenvolvendo produtos próprios e outros em parcerias com marcas e grandes chefs de cozinha", explica a repórter.

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"Pérola do Sertão" foi publicada em uma edição de fim de semana, que apresenta reportagens exclusivas. A editora-chefe, Linda Bezerra, explica que a pauta é de grande relevância para explicar as especificidades da cultura baiana. "A pauta tem uma riqueza cultural, que encanta. E para o jornal é muito importante, porque a gente fica o tempo todo atrás de conteúdos originais, de pautas que toquem as pessoas, de histórias que precisam ser contadas", afirma.

O licuri tem usos extraordinários na gastronomia e, em diferentes mesas e pratos, importantes para a composição da baianidade, explica. "E não basta uma boa pauta, tem que ter um bom repórter e Hilza cumpriu, magistralmente, a missão de esmiuçar essa cultura do licuri, que é muito nossa", diz.

Os vencedores da etapa estadual em outras categorias foram anunciados na noite desta quinta-feira (28), em cerimônia online. Foram premiados trabalhos em quatro categorias: Jornalismo em Texto, Jornalismo em Vídeo, Jornalismo em Áudio e Fotojornalismo.

Publicada em maio deste ano, a vencedora concorreu com outro repórter do CORREIO, Daniel Aloísio, e sua matéria sobre empreendedores que faturam vendendo aos vizinhos. De título "'Sem sair de casa': empreendedores faturam até R$ 8 mil por mês vendendo aos vizinhos", o texto também traz dicas de como montar seu negócio em casa e vender para a vizinhança.

Leia também: "'Sem sair de casa': empreendedores faturam até R$ 8 mil por mês vendendo aos vizinhos"

Outros premiados Na categoria Jornalismo em Vídeo, a vencedora foi a TV Bahia, com o trabalho “Novos Formatos”, que tem como equipe Camila Pimentel. Eduardo Oliveira, Douglas Oliveira, Jefté Rodrigues, Lino Fernandes e Pedro Schimidt, veiculado no programa Blog do Emprego. A reportagem traz exemplos de empreendedores baianos que se reinventaram e se readequaram a novos formatos nesse período de pandemia. 

Já na categoria Jornalismo em Áudio, o trabalho vencedor foi o podcast Oportunidades Invisíveis, da Rádio Educadora da Bahia, realizado por Thaís Ribeiro e Lise Lobo. A série de quatro episódios reúne experiências inovadoras criadas a partir de uma necessidade ou situação adversa. 

Por fim, na categoria Fotojornalismo, o vencedor foi Rafael Martins, com um trabalho publicado no portal TAB UOL, que registrou os típicos carrinhos de café em Salvador, em uma matéria que destaca que os equipamentos participam até de concurso. 

Os vencedores foram contemplados com troféu, um smartphone e uma bolsa para participar do Seminário Empretec, metodologia desenvolvida pela ONU e aplicada no Brasil com exclusividade pelo Sebrae que busca trabalhar aspectos comportamentais focados em empreendedorismo. Os jornalistas premiados na etapa estadual disputam agora a etapa regional.

Para o júri foram convidados três profissionais de instituições representativas da comunicação da Bahia. Representando a Faculdade de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (Facom/UFBA), professora Drª. Suzana Babosa; a Associação Baiana de Imprensa (ABI) foi representada por seu presidente, jornalista e radialista, Ernesto Marques; e como representante da Secretaria de Comunicação do Governo da Bahia, o jornalista e coordenador executivo na pasta, Diego Mascarenhas.

Os jurados destacaram as qualidades dos trabalhos inscritos e também a importância de iniciativas como a do Sebrae de reconhecer o papel dos jornalistas de informar e contar histórias. “O jornalismo profissional experimentou um momento de elevada confiança da sociedade em seu trabalho nesse período de pandemia, e o prêmio valoriza esse trabalho”, afirmou a diretora da Facom, Suzana Barbosa.

Já o presidente da ABI, Ernesto Marques, observou a emoção despertada por algumas matérias, que contam histórias de pessoas que que fizeram a diferença em suas comunidades. “Essa temática nesse ano peculiar é uma emulação de esperança. Temos esperança em nós, o povo, esperança que o jornalismo pode ser indutor de cosias boas”.

Diego Mascarenhas, da Secom, disse que as matérias inscritas no Prêmio Sebrae de Jornalismo jogam luz sobre histórias que inspiram e apontam caminhos. “Durante a pandemia, o jornalismo prestou esse serviço essencial a novos empreendedores e reacendeu a esperança aos que estavam desacreditados diante do cenário que vivemos”.

Desafios da pandemia Ao todo, foram 78 trabalhos inscritos e 34 classificados, que abordaram os temas empreendedorismo, produtividade e competitividade, inovação e startups, inclusão produtiva e sustentabilidade, transformação digital, políticas públicas e legislação e acesso a crédito.  

Na abertura da cerimônia, o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Bahia, Carlos de Souza Andrade, afirmou que o trabalho jornalístico permite ampliar e divulgar as histórias de empreendedorismo que podem inspirar. “Encontramos no trabalho jornalístico informação, serviço, apuração e credibilidade para retratar esta realidade, abrindo espaços nas pautas e noticiários para dar voz ao empreendedor e à empreendedora baiana. Porque o empreendedorismo tem, sim, rosto e voz”.

O diretor administrativo-financeiro do Sebrae Bahia, José Cabral, destacou o papel do jornalismo de informar e contar histórias inspiradoras. “O jornalismo confirmou sua relevância nesse período de pandemia, mostrando a superação de desafios e a força de vontade dos donos de pequenos negócios para que se adequassem a essa nova realidade”, disse o diretor. 

A gerente da Unidade de Marketing e Comunicação do Sebrae Bahia, Camila Passos, reforçou a função social do jornalismo. “E uma satisfação estarmos hoje celebrando os jornalistas que auxiliam o Sebrae no propósito de transformar os pequenos negócios em protagonistas do desenvolvimento econômico da Bahia e do Brasil”, pontuou.

Coordenador da Agência Sebrae de Notícias, Pedro Soledade também ressaltou que o jornalismo leva ao público histórias inspiradoras da capital ao interior. “A imprensa tem essa capacidade de potencializar a voz e dar rosto aos empreendedores. É o momento de celebrarmos essa parceria, entre o jornalismo e o empreendedorismo, que conseguem promover transformações”, concluiu.