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Bruno Queiroz
Publicado em 5 de julho de 2018 às 07:28
- Atualizado há 2 anos
Eterna promessa ou realidade? Time qualificado ou superestimado? Definir a atual geração belga tem sido um exercício diário entre torcedores e jornalistas já há algum tempo. Há quem defenda e há também aqueles que duvidam da capacidade deles. Não haveria oportunidade melhor para se testar do que diante do Brasil, único pentacampeão mundial.
O jogo desta sexta-feira (6), às 15h, em Kazan, pelas quartas de final da Copa do Mundo, pode ser um marco na história da Bélgica. Se avançar, a badalada geração igualará a campanha de 1986, quando o país foi semifinalista e parou na Argentina de Maradona.
Um novo revés na mesma fase onde parou em 2014, eliminada também pela Argentina, deixará a Bélgica no mesmo patamar atual: um time considerado bom, porém abaixo dos países que já levantaram a taça ao menos uma vez. A Bélgica não tem sequer um título de Eurocopa. Foi vice-campeã em 1980, perdendo para a Alemanha Ocidental por 2x1 na final.
“Geração dourada é uma coisa que nós, jogadores, não damos muita importância. Mas o jogo com o Brasil definirá nossa geração, com certeza. Até o momento, não fracassamos definitivamente, mas, para alcançar o nível que queremos e podemos, é importante um jogo com o Brasil”, analisa o zagueiro Kompany, que era o capitão da equipe até se machucar pouco antes do Mundial começar. Hazard tem sido o dono da braçadeira.
Entre os motivos que os belgas têm para acreditar que desta vez será diferente está na qualidade dos jogadores. De fato, o técnico espanhol Roberto Martínez goza de um elenco farto em opções, com jogadores acostumados a atuar nas principais ligas do mundo e sendo protagonistas. O time joga no esquema tático 3-4-3.
Dos 23 convocados, 11 jogam na Premier League (liga inglesa), a mais valiosa do planeta. Oito estão distribuídos entre França, Espanha e Itália. As exceções são o zagueiro Boyata, que joga no Celtic, da Escócia; o volante Witsel e o meia Ferreira Carrasco, que atuam no futebol chinês; e somente um jogando no próprio país, o volante Dendoncker, atleta do Anderlecht.
Essa globalização do plantel mostra como os belgas têm sido protagonistas nas janelas do futebol europeu. Para se ter uma ideia, de acordo com o site Transfermarkt, os 23 convocados somados correspondem ao valor total de 754 milhões de euros. Entre os mais valorizados estão o meia Kevin De Bruyne, do Manchester City, avaliado em 150 milhões de euros, o camisa 10 do Chelsea e da seleção, Eden Hazard (110 milhões de euros), e o artilheiro do time na Copa com quatro gols, Romelu Lukaku (90 milhões de euros), centroavante do Manchester United.
Entre as seleções que seguem na disputa, a Bélgica tem o quarto elenco mais valioso. Fica atrás da Inglaterra, 874 milhões de euros; Brasil, 981 milhões de euros; e França, avaliada em 1,08 bilhão de euros.
Independentemente do valor de mercado, o trio formado por De Bruyne, Hazard e Lukaku é protagonista em seus clubes. O primeiro comandou o Manchester City, atual campeão inglês, na campanha do título. Foi o jogador que deu mais assistências em todo o campeonato, 16, e liderou o quesito pela segunda edição consecutiva. Na temporada 2016/17, foram 18 passes para gol.
Hazard comandou o Chelsea no título do ano passado, com 16 gols e cinco assistências. Na última temporada, marcou 12 vezes. Já Lukaku foi contratado pelo United após ser vice-artilheiro em 2016/17 pelo Everton, com 25 gols, só quatro a menos que Harry Kane, centroavante do Tottenham e artilheiro do Mundial, com seis gols. No último campeonato, Lukaku fez 16 gols pelo United e é peça-chave no time de José Mourinho.
Mais experiente do grupo ao lado do também zagueiro Vermaelen, ambos com 32 anos, Kompany está otimista. “Talvez você não saiba, mas tradicionalmente na cultura belga nos sentimos derrotados antes do jogo. Mas esses jogadores acreditam 100% que podem vencer o Brasil. Sendo realista, é um time incrível”.
Quem são os 11 titulares da Bélgica?