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Gil Santos
Publicado em 21 de julho de 2021 às 11:47
- Atualizado há 2 anos
A compra da vacina russa Sputnik V pode virar caso de justiça no Nordeste. O governador da Bahia, Rui Costa, afirmou que conversou com os outros governadores que fazem parte do Consórcio e que acionou a Procuradoria Geral do Estado para encontrar medidas judiciais para a compra do imunizante. Nesta quarta-feira (21), haverá uma nova reunião dos gestores com os vendedores para discutir o assunto.
Rui Costa afirmou, durante a entrega de um conjunto habitacional, em Salvador, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está dificultando a compra da vacina e reclamou da burocracia que está sendo exigida pelo órgão.
“A Anvisa colocou inúmeros obstáculos. Nós tentamos superar esses obstáculos. É um negócio incompreensível, irracional e inaceitável. É de causar indignação. Nós contabilizamos mais de 60 milhões de doses da Sputnik aplicadas no mundo, e essas vacinas podiam estar ajudando a acelerar a vacinação aqui no Brasil”, afirmou.
Por conta dos entraves o governador disse que não há mais previsão de quando as 300 mil doses serão entregues à Bahia. Ele disse que conversou com os outros governadores dos estados do Nordeste sobre o assunto e que enviou ofício para a Procuradoria. “Pedi ao procurador que avalie eventuais medidas judicias que a gente possa tomar para dar um basta a essa perseguição contra o Nordeste e contra o Estado da Bahia”, disse.
Além da questão da Sputnik, os gestores também questionam declarações recentes do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, sobre a compra de vacinas.
“No último final de semana ele deu uma declaração de que não queria mais vacina, nem da Sputnik nem qualquer outra. Então, resolvemos oficializar para perguntar qual é a posição oficial do Ministério da Saúde. Ver se eles não querem e, portanto, vão dificultar a chegada de qualquer outra vacina, porque não adianta ficar remando contra a maré, contra a decisão tomada pelo ministro ou o Ministério da Saúde junto com a Anvisa de impedir a chegada de vacinas ao Brasil”, afirmou.
Variante Delta Rui Costa também criticou a decisão do Ministério da Saúde de enviar doses extras dos imunizantes apenas para os estados que fazem fronteira com outros países. O argumento do Governo Federal é de que essa medida é para ajudar no enfrentamento da variante Delta do novo coronavírus, mas o governador destacou que essa cepa já está circulando dentro do Brasil e que, por isso, as doses extras deveriam ter sido distribuídas de outra maneira.
“Nós não vamos aceitar passivamente essa sequência de decisões do Ministério da Saúde que visa diminuir as vacinas que vem para a Bahia e para o restante do Nordeste. A Bahia já recebeu a menos. Se fosse usado o critério populacional a Bahia teria recebido 750 mil vacinas a mais. E agora, com essa nova decisão o déficit vai aumentar ainda mais”, disse.
Procurada, a Anvisa disse apenas que está trabalhando junto a todos os governos estaduais na avaliação das informações sobre a vacina.
O Ministério da Saúde ainda não se manifestou.