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Da Redação
Publicado em 3 de junho de 2019 às 20:10
- Atualizado há 2 anos
O menino Rhuan Maicon da Silva Castro, 9 anos, foi esquartejado na noite da sexta-feira (31), em Samambaia, no Distrito Federal. A mãe, Rosana Auri da Silva Cândido, 27, e a companheira dela, Kacyla Pryscila Santiago Damasceno Pessoa, 28, confessaram o crime e foram presas no sábado (1º).
Elas contaram à polícia que Rhuan foi morto enquanto dormia, com uma facada no coração. Depois, o corpo foi esquartejado e elas ainda tentaram queimá-lo em uma churrasqueira. Sem sucesso, colocaram as partes do corpo dele em uma mala e jogaram em um bueiro do bairro onde moram. Era por volta de 1h30 e jovens que jogavam bola próximo estranharam e foram ver o que tinha na mala quando elas saíram. A polícia foi acionada. (Foto: Divulgação) Ainda havia membros da criança em duas mochilas na casa delas - seriam descartadas depois. A meia irmã de Rhuan, uma menina de 8 anos que é filha de Kacyla, estava dormindo quando o crime aconteceu. Ela foi encaminhada para o Conselho Tutelar após a prisão da mãe. Por meio de desenhos, ela contou que chegou a ver partes do corpo do irmão de consideração.
Segundo o Conselho, Rhuan teve o pênis decepado há 1 ano pela mãe. A conselheira Claudia Regina Carvalho contou ao Uol que Rosana e Kacyla queriam transformar Rhuan em menina. Elas alisavam o cabelo dele, que era longo, todo dia. "Foi uma espécie de cirurgia de mudança de sexo. Após retiraram o pênis, elas costuraram a região mutilada e improvisaram uma versão de um órgão genital feminino, fazendo um corte na virilha", conta.
A postura das duas diante dos homens também influenciou a filha de Kacyla, que tem forte aversão a homens. O pai da menina, Rodrigo Oliveira, foi ao Distrito Federal buscar a criança, que a princípio se negou a encontrá-lo. Ele não via a filha há cinco anos e só conseguiu conversar com ela após insistir muito. "Ela (a filha de Kacyla) contou que não gostava do irmão de criação por ser homem", diz a conselheira. "A criança não olhava diretamente para o rosto dele (do pai), só segurava a minha mão. Ela ainda ficará um tempo no abrigo para se readaptar à família que não via há muito tempo. Tudo vai dar certo. Ela também receberá assistência psicológica".
O crime chamou atenção da ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, que visitou o Conselho Tutelar de Samambaia e afirmou estar "chocada" com o caso. "Vocês conseguem imaginar quanta dor este menino vinha sofrendo?", questionou a ministra em vídeo postado no Twitter. Ela afirmou que quer "saber onde a rede de proteção falhou".
O Conselho Tutelar diz que nunca recebeu denúncias sobre as crianças - elas não frequentavam a escola e aparentemente viviam sob cárcere privado.
Sequestrado O pai de Rhuan, Maycon Douglas Lima de Castro, tinha a guarda da criança, mas depois da separação a mãe fugiu com o garoto. "Tentamos salvar o Rhuan. Postamos nas redes sociais, procuramos polícia e Conselho Tutelar. Ninguém nos ajudou", diz Maycon. Mãe (à direita) e companheira são suspeitas pela morte de menino (Foto: Divulgação) Ele e Rosana tiveram um relacionamento de dois anos no Acre, de onde são os dois. Rhuan nasceu em Rio Branco. Eles se separaram justamente porque Rosana o traiu com Kacyla. Rosana, Kacyla e as duas crianças deixaram o Acre e viveram em Sergipe, Goiás e por fim no DF.
Em novembro de 2015, Maycon conseguiu a guarda provisória do filho, mas nunca o localizou. "Meu pai que me contou a notícia (do assassinato de Rhuan). Quando vi as fotos das duas não acreditei, a ficha não caiu. Quando meu filho desapareceu, todos ficamos desesperados. Éramos todos apegados a ele. Nunca desistimos de nada. Mas a Justiça do Brasil não ajuda e o resultado foi esse", lamenta.
Desempregado, Maycon juntava dinheiro para tentar ir atrás de Rhuan - ele recebeu informação de que o filho estaria no DF. Agora, o corpo do menino voltará para O Acre, com custos pagos pelo Ministério Público de lá, para o sepultamento.