Acesse sua conta

Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Recuperar senha

Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre

Alterar senha

Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.

Dados não encontrados!

Você ainda não é nosso assinante!

Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *

ASSINE

Coberto de ‘óleo’, grupo protesta no Porto da Barra contra desastre ambiental

Manifestação visa pressionar governo federal a agir de forma mais efetiva para conter avanço de petróleo vazado em praias nordestinas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 21 de outubro de 2019 às 21:17

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO
. por Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Foto: Arisson Marinho/CORREIO Se a chegada de manchas de óleo na praia do Farol da Barra, na quinta-feira (17), foram motivo de lamentação por muitos banhistas, a presença de material semelhante na vizinha, Porto da Barra, foi recebida sob aplausos de quem estava na areia, na tarde desta segunda (21).

Isso porque um grupo de cinco pessoas andava pela areia sujo de um óleo fictício – criado com café e maisena – para protestar. A performance dos artistas do grupo Grito buscava chamar atenção para as manchas do óleo real que chegaram a Salvador no início do mês e atingem mais de 2 mil quilômetros da costa nordestina.

Uma das praias mais frequentadas de Salvador foi o cenário escolhido por ser um cartão postal da cidade. Por isso, a performance Óleo nos Olhos foi pensada com base na ideia de usar a arte para trazer para a vida real o que pode acontecer em uma praia oleada. “É como se fosse óleo de verdade. Quando os turistas vêm, eles têm que tomar banho no Porto. Isso ainda não acontece, mas pode uma hora acontecer”, disse a artista visual e participante do Grito, Lia Krucken.Até o fim do ato, por volta das 14h49, os performistas foram de um lado ao outro do Porto manchados de óleo como se estivessem sujos por entrar no oceano oleado. 

Os artistas cobram respostas do Governo Federal. Para eles, pouco tem sido feito para barrar a chegada do material nas praias nordestinas.  Foto: Arisson Marinho/CORREIO A artista visual Tatiana Cavalin contou que apenas as ações de limpeza que são executadas, inclusive, por voluntários, não são suficientes. 

“A gente sentiu a necessidade dos artistas começarem a fazer algo além de dar o braço para limpar. Assim, alguns artistas se juntaram para ver o que poderia ser feito”, explicou.

Para Cavalin, é necessário prevenir a chegada do óleo, e não apenas limpar a praia. “A gente precisa de ajuda especializada. Precisa tentar evitar que chegue mais nas praias”, afirmou.

Veja também: Óleo chega à foz do Rio Joanes, responsável por abastecer a RMS

Quem viu Os artistas contavam que a performance-protesto conseguisse chamar a atenção da população e, assim, pressionar o governo. Impressões sobre o ato não faltaram. Crianças perguntavam se o óleo era de verdade e espectadores gravavam a manifestação.

Lúcio de Jesus, 22 anos, trabalha com serviços gerais e foi gravar os artistas que performavam pela areia. Ele concorda com os idealizadores do ato. “Chamou muito minha atenção e acho que o óleo está prejudicando as pessoas. Essa manifestação chama a atenção das pessoas maiores. A gente que vem para praia e ao invés de curtir tem que limpar e se prevenir. Preocupa ainda mais agora que o Verão está chegando”, analisou.

Os impactos do derramamento de óleo também preocupam Vitória Cardoso, 21. Ela acredita que é necessário proteger o meio ambiente antes que seja tarde. “Se a gente não cuidar hoje, as próximas gerações vão ter o que? As espécies estão sofrendo com o óleo e não estamos cuidando da situação”, pontuou.

[[galeria]]

Ideia A ideia de fazer uma manifestação artística começou após Luiz Ricardo Dantas, idealizador do Lálá Casa de Arte, ter entrado no mar e se sujado com o óleo. A partir disso, ele chamou amigos artistas para conversar sobre o desastre ambiental e pensar o que a comunidade artística poderia fazer para agir na questão.

“A gente sentiu a necessidade de os artistas começarem a fazer algo além de dar o braço para limpar. Aí, Felipe Morozini estava aqui e eu chamei ele para o encontro. Surgiu essa ideia de aproveitar que ele está aqui e, essa primeira ação, a gente fez com ele porque ele está indo embora e pela urgência da questão”, contou Cavalin.

*Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro.