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Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2019 às 09:02
- Atualizado há 2 anos
A cidade de Santo Amaro, no Recôncavo baiano, vive um surto de sarampo. Até segunda-feira (1º), já haviam sido confirmados sete casos da doença no município. Por conta das notificações, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado (Divep), órgão da Secretaria da Saúde (Sesab), emitiu um alerta.
De acordo com o documento, das sete pessoas confirmadas com a doença, seis (85,7%) não eram vacinadas e uma não tinha completado o ciclo de vacinação contra o sarampo. A faixa etária dos pacientes atingidos varia entre 9 meses a 26 anos.
Apesar de as pessoas notificadas residirem em Santo Amaro, as primeiras ocorrências foram feitas pelos municipios de Itagibá - onde a doença acometeu um bebê de 9 meses e sua mãe, de 18 anos - e em Feira de Santana, onde foi registrado o caso de um homem de 26 anos. Todos moradores de Santo Amaro.
A Sesab informou ainda no documento que, durante a investigação epidemiológica de campo realizada em Santo Amaro no último dia 30 de setembro por equipes do município e do estado, foram identificados novos casos suspeitos, totalizando 14 casos notificados de sarampo - sete deles confirmados e outros sete em investigação.
O documento aponta ainda que "todos os casos notificados possuem vínculo epidemiológico entre si e se concentram em grupo populacional de migrantes não vacinados, em sua maioria, o que potencializa o risco de disseminação do vírus do sarampo no estado".
Outra preocupação que é ponderada no alerta epidemiológico é que foi relatado pelos entrevistados o deslocamento para outros municípios da Bahia durante o período de transmissão da doença. Entre as cidades visitadas pelas pessoas com a doença estão: Bom Jesus da Lapa, Feira de Santana, Gandu, Ipiaú, Itagibá, Ituberá, Salvador, Santo Antônio de Jesus, São Francisco do Conde e Simões Filho. Há relatos ainda de deslocamento para o estado de Minas Gerais, no entanto, não foram informadas as cidades.
"A Sesab alerta para o risco da ocorrência de novos casos associados a esse surto, inclusive em outros municípios baianos, o que torna essencial a manutenção de uma vigilância ativa para detenção oportuna de casos suspeitos, a intensificação da vacinação de rotina e a realização da Campanha Nacional de Vacinação contra o sarampo".
A campanha está agendada para acontecer em duas etapas de 7 a 25 de outubro para crianças de 6 meses a menores de 5 anos de idade; e de 18 a 30 de novembro no grupo de 20 a 29 anos.
Saiba mais
O que é sarampo? É uma doença infecciosa grave, causada por um vírus, que pode ser fatal. Sua transmissão ocorre quando o doente tosse, fala, espirra ou respira próximo de outras pessoas. A única maneira de evitar o sarampo é pela vacina.
Quais são os sintomas? Febre acompanhada de tosse; irritação nos olhos; nariz escorrendo ou entupido; mal-estar intenso;
Como prevenir? O sarampo é uma doença prevenível por vacinação. Os critérios de indicação da vacina são revisados periodicamente pelo Ministério da Saúde e levam em conta: características clínicas da doença, idade, ter adoecido por sarampo durante a vida, ocorrência de surtos, além de outros aspectos epidemiológicos.
Quem deve se vacinar contra o sarampo? Dose zero: Devido ao aumento de casos de sarampo em alguns estados, todas as crianças de 6 meses a menores de 1 ano devem ser vacinadas (dose extra). Primeira dose: Crianças que completarem 12 meses (1 ano). Segunda dose: Aos 15 meses de idade, última dose por toda a vida.
Adulto deve se vacinar contra o sarampo? Se você tem entre 1 e 29 anos e recebeu apenas uma dose, recomenda-se completar o esquema vacinal com a segunda dose da vacina; Quem comprova as duas doses da vacina do sarampo, não precisa se vacinar novamente.
Não tomou nenhuma dose, perdeu o cartão ou não se lembra? De 1 a 29 anos - São necessárias duas doses; De 30 a 49 anos - Apenas uma dose.
Grávidas podem tomar a vacina contra o sarampo? A vacina é contraindicada durante a gestação pois são produzidas com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.
O recomendado pelo Ministério da Saúde é que a mulher que faça planos de engravidar tome todas as doses da vacina antes, podendo esta ser a tríplice ou a tetra viral, e mantenha toda a rotina prevista no Calendário Nacional de Vacinação atualizada, para se proteger e proteger o bebê.
Quais são as vacinas que protegem do sarampo? A profilaxia (prevenção) do sarampo está disponível em apresentações diferentes. Todas previnem o sarampo e cabe ao profissional de saúde aplicar a vacina adequada para cada pessoa, de acordo com a idade ou situação epidemiológica.
Os tipos de vacinas são:
Dupla viral - Protege do vírus do sarampo e da rubéola. Pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto; Tríplice viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola; Tetra viral - Protege do vírus do sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora).
Onde devo tomar a vacina? As vacinas são ofertadas em unidades públicas e privadas de vacinação. No SUS, as vacinas são gratuitas, seguras e estão disponíveis nas mais de 36 mil salas de vacinação em postos de saúde em todo o Brasil.
O que causa o sarampo? A transmissão do vírus ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes.
A transmissão pode ocorrer entre 4 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.
Quais as complicações do sarampo? O sarampo é uma doença grave que pode deixar sequelas por toda a vida ou causar o óbito. A vacina é a única maneira de evitar que isso aconteça.