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Da Redação
Publicado em 9 de fevereiro de 2019 às 17:04
- Atualizado há 2 anos
O CEO do Flamengo, Reinaldo Belotti, fez um pronunciamento na tarde deste sábado (10) sobre os procedimentos que o clube vai tomar após o incêndio que deixou 10 mortos no Ninho do Urubu. Belotti falou ainda que a tragédia não tem relação com as multas que a prefeitura do Rio emitiu por conta de irregularidades no centro de treinamento. Belotti falou por 16 minutos e não houve permissão para perguntas da imprensa."Sobre multas, licenças, alvarás... isso não tem nada a ver com o acidente. Temos providências a tomar para o CT ser legalizado. Estamos trabalhando para isso Precisávamos de nove certificados. Já temos oito. Estamos trabalhando com os bombeiros", disse.Segundo Belotti, o foco do clube agora é "atender os familiares das vítimas". "Demos a privacidade necessária em todos os momentos, além do suporte para que os corpos fossem identificados. Estamos oferecendo ou avião de carreira ou voo fretado para remoção dos mesmos", explicou.
De acordo com ele, cinco corpos já foram oficialmente identificados e agora serã levados para os locais de sepultamento e enterro. O clube acompanha ainda três atletas que ficaram feridos e seguem hospitalizados. "O que está mais grave, está o tempo inteiro com médico nosso", disse.
Os atletas que estavam no CT mas não se feriram foram liberados para ficar em suas casas com as famílias. "Mas também colocamos um representante do clube com cada atleta. Isso tudo registrado. Mantemos diariamente contato com eles, via psicólogos. Ideia é que não sofram consequências", diz.
Segundo Belloti, o alojamento dos atletas da base não era um "puxadinho", como tem sido classificado em algumas críticas. Ele lembrou que jogadores como Ronaldinho e Vágner Love já ficaram nesses alojamentos."Estamos falando de alojamentos modulares implantados em 2011. O CT começou assim. Por essa alojamentos passaram vários times, vários jogadores como Ronaldinho e Vagner Love. Foi utilizado pela seleção olímpica do Brasil. Não é um "puxadinho". É um alojamento".O clube tinha certificado de formador pela CBF e pela Ferj, de acordo com Belotti. "Tínhamos que manter alojamentos adequados, alimentação, higiene, segurança, salubridade... ", elencou. "Esse módulo era conhecido por todos. Não era um puxadinho que a gente escondia. Era confortável e adequado. Tínhamos orgulho. O atleta até 14 anos é proibido, não tínhamos ninguém. De 14 a 17 nós tínhamos lá. A partir de 18, o Flamengo não acha melhor misturar. A partir de 18 o clube melhora o salário para que ele possa ir morar em outro local e até levar a família", explica.
Ainda de acordo com Belleti, o clube tinha feito "preventivamente" uma manutenção no ar-condicionado, onde teria começado o incêndio. Os atletas chegaram ao alojamento na segunda. "Houve quase um furacão no Rio. A região foi atingida. Aconteceram vários picos de energia (...) A perícia disse a alguns funcionários que o problema começou no ar-condicionado. Tinham passado por manutenção, estavam em ordem. A suposição é de que os picos de energia tenham influenciado no funcionamento e ocasionado o incêndio", acredita.
Para ele, se trata de um "acidente trágico" que não aconteceu por falta de cuidados do Flamengo. "Eles são nosso maior ativo. Tivemos todo o cuidado. Não poupamos esforços. Foi uma sucessão de eventos após um dia catastrófico para o Rio de Janeiro", diz.