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Caminho da Fé é inaugurado com homenagens em Salvador

Trajeto de 1,1 km liga o Santuário de Irmã Dulce à Igreja do Bonfim

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 11:50

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Max Haack/Secom PMS

Dois dos monumentos religiosos mais famosos de Salvador passaram a ser interligados por um terceiro elemento nesta quinta-feira (13). O Caminho da Fé foi construído pela prefeitura na Avenida Dendezeiros, na Cidade Baixa, e faz a ligação entre o Santuário de Irmã Dulce, em Roma, e a Basílica do Senhor do Bonfim, no Bonfim. 

Serão 14 totens que representam a Via Crúcis de Jesus Cristo, e que contam também a história de Irmã Dulce e de Senhor do Bonfim. Eles estão sendo finalizados pelos artistas plásticos. O trajeto tem 1,1 km, e o tempo de caminhada é o mesmo tempo gasto para rezar um terço. Foram instalados bancos em cada uma das 14 paradas para que sirvam de ponto de descanso para os fiéis que fizerem o trajeto, seja como passeio ou como promessa.

A avenida recebeu outras intervenções. Os passeios foram ampliados para até 5 metros em alguns trechos, e novas faixas de pedestre foram instaladas no nível da pista, assim como itens de acessibilidade, nova pavimentação, fiação subterrânea das telefonias, iluminação em LED, drenagem, paisagismo, e mobiliário urbano. O prefeito ACM Neto participou da inauguração e disse que esse é um momento importante para a cidade.

"Claro que se não estivéssemos vivendo a pandemia, estaríamos aqui hoje em festa. Estaríamos aqui hoje com a natural característica do povo baiano, soteropolitano, de se unir em torno da sua fé, celebrar a sua fé e aqui hoje estaria esse santuário tomado por centenas de pessoas", afirmou.

O projeto foi elaborado pela Fundação Mário Leal Ferreira (FMLF) e executado pela Secretaria de Infraestrutura e Obras Públicas (Seinfra), através da Superintendência de Obras Públicas (Sucop). O investimento é de R$ 18,2 milhões, com recursos da prefeitura e de convênio com a Caixa Econômica Federal. 

O Caminho da Fé começou a ser construído em junho de 2019, no mesmo ano em que Irmã Dulce se tornou Santa Dulce dos Pobres. Segundo a prefeitura, a Bahia recebe cerca de 5 milhões de pessoas todos os anos que veem ao estado em nome da fé. E Salvador é o principal destino desse turismo religioso, principalmente depois da canonização de Irmã Dulce.  

De acordo com o Ministério do Turismo, a movimentação econômica do turismo religioso gira em torno de R$ 1,8 bilhão na Bahia. Isso porque cada turista gasta em média R$ 182 por dia. Em âmbito nacional, o segmento é responsável por movimentar R$ 20 milhões de viagens em mais de 300 destinos brasileiros, gerando mais de R$ 15 bilhões por ano, e incentivando pequenos negócios e investimentos. 

O local recebeu também uma faixa de jardim no mesmo nível do passeio que segue do Santuário à Basílica, sendo interrompida apenas nos locais de passagem. Foram mantidas as árvores existentes que estavam em bom estado, instaladas outras novas, e também foi feito o plantio de dendezeiros, a flora original do local. O objetivo é arborizar o caminho e torná-lo mais agradável de sombra para quem fizer o trajeto.  Já as obras de macrodrenagem tiveram como intenção solucionar os alagamentos frequentes na região. Essas intervenções foram desenvolvidas considerando inicialmente os dados topográficos do cadastro da rede coletora e bocas de lobo já construídas. Além da Av. Dendezeiros, 1,3 km da Av. Fernandes da Cunha, na Calçada, também passou por intervenções de passeio, meio-fio e recebeu rampas de acessibilidade.

Outras obras A prefeitura destacou outras obras realizadas na localidade dentro do projeto do Caminho da Fé, como a entrega da primeira etapa da Colina Sagrada e da recuperação do altar-mor da Igreja do Bonfim, além da nova Baixa do Bonfim. 

Em maio de 2018, o interior da Basílica do Senhor do Bonfim foi completamente restaurado. Antes disso, em janeiro, a Prefeitura entregou a primeira etapa da requalificação da Colina Sagrada. A Praça do Largo foi ampliada, dando a sensação de continuidade das escadarias da igreja.

Toda a pavimentação do local passou a ser composta por mosaico e grafismos marcados no piso em pedra portuguesa. Novos mobiliários, ordenamento do trânsito e dos ambulantes, paisagismo e iluminação em LED também foram aplicados na praça.

Na segunda etapa das obras, a Praça Eusébio de Matos, também conhecida como Baixa do Bonfim, foi totalmente requalificada. A ligação entre as partes alta e baixa da Colina Sagrada ocorre por meio de rampas e escadarias que serão reposicionadas com acessibilidade universal. A primeira etapa, entregue em janeiro de 2019, teve investimentos de R$ 11,5 milhões, e a segunda, que ficou pronta em outubro de 2019, custou R$ 14,3 milhões. (Foto: Bruno Concha/Secom/PMS) Canonização Em 13 de agosto do ano passado, Irmã Dulce, a freira brasileira que dedicou a vida à caridade, tornou-se Santa Dulce dos Pobres, numa cerimônia conduzida pelo papa Francisco, no Vaticano. 

O nome da santa brasileira invocou ao menos dois milagres que foram reconhecidos pela Igreja Católica. Em 2001, a sergipana Claudia Cristina dos Santos pediu a intercessão da religiosa para cessar uma hemorragia depois de 18 horas do parto de seu segundo filho. Foi atendida.

Em 2014, o músico baiano José Maurício Moreira recobrou a visão depois de 14 anos de cegueira derivada de um glaucoma, após pedir a intercessão da agora Santa Dulce. Moreira esteve presente na canonização e foi saudado pelo papa Francisco. 

Irmã Dulce nasceu em Salvador, da Bahia, em 1914, e morreu em 1992. Destacou-se por sua perseverança em prol de projetos dedicados aos mais necessitados, ao mesmo tempo em que se movimentava entre os representantes do poder para conseguir apoio ao seu trabalho de caridade que até hoje assiste e salva vidas através das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), que tem como superintendente sua sobrinha, Maria Rita Pontes.