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Andreia Santana
Publicado em 8 de maio de 2021 às 07:00
- Atualizado há 2 anos
Nações com tradição bélica como os Estados Unidos têm um histórico sinistro de ataques em escolas, mas o Brasil carrega essa mesma sina. O caso mais recente no país aconteceu na terça, 04, em Saudades, a 446 Km de Florianópolis (SC). Um jovem de 18 anos, armado com um facão e uma adaga, invadiu o CEI (Centro de Educação Infantil) Pró-Infância Aquarela, para crianças de zero a 3 anos, e matou três bebês na faixa dos 2 anos e duas professoras, uma delas de apenas 20. Depois, tentou se matar, ferindo-se no pescoço com a mesma arma.
A polícia afirma que o adolescente passava por problemas psicológicos e estava torturando animais. A família, de origem humilde, não percebeu a mudança de comportamento do jovem, que não queria mais ir à escola porque alegou sofrer bullying.
Internado em estado grave após o atentado, o rapaz saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) nesta sexta, 07, e foi transferido para uma enfermaria. Um quarto bebê, de 1 ano e 8 meses, que sobreviveu mas ficou bastante ferido no ataque, já teve alta.
Relatos tristes se somam em cada um dos atos violentos já ocorridos em escolas brasileiras. O caso mais famoso no país ainda é o de Realengo, no Rio, em 2011, com saldo de 12 mortos e 13 feridos, todos estudantes. Polícia isolou a área da creche após o ataque (Foto: Redes Sociais) Mas, no avançar dos anos 2000, foram pelo menos 10 atentados registrados e amplamente divulgados, suscitando discussões sobre a saúde mental de crianças e adolescentes e o quanto o bullying é nocivo. Entre 2017 e 2019, ocorreu mais de um atentado por ano - em 2017 foram dois -, mas há registros desde 2002, quando um adolescente de 17 anos matou duas colegas no colégio Sigma, em Jaguaribe, na orla de Salvador. Ele atirou nas meninas na sala de aula e depois se entregou à polícia.
Embora tenham ocorrido situações como a da creche de Janaúba (MG), em 2017, onde o autor do ataque que vitimou oito crianças e uma professora foi o segurança da instituição, a maioria dos atentados em escolas são praticados por adolescentes ou jovens adultos com vínculo com as unidades atacadas - alunos ou ex-alunos - e histórico de abusos psicológicos sofridos nesses locais.
No caso da creche de Saudades, cidade de 9,8 mil habitantes onde todo mundo se conhece, o agressor não era ex-aluno, mas tinha em comum com todos os outros casos, inclusive com o do vigia de Janaúba, o fato de estar vivendo um processo de imenso sofrimento psíquico.
Com a pandemia, aumentou o interesse em tirar o véu e derrubar os tabus sobre as doenças psicológicas. Diante de mais uma tragédia em uma escola, com vítimas ainda bebês e um agressor tão jovem, já passou da hora das doenças psicológicas entrarem na pauta também da saúde pública.
Outros atentados em escolas brasileiras:
*Suzano, 2019 - Um adolescente de 17 anos e um homem de 25 invadiram a Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP) e mataram sete pessoas, cinco estudantes e duas funcionárias. Os dois autores do atentado eram ex-alunos;
*Medianeira, 2018 - Um adolescente de 15 anos invadiu o Colégio Estadual João Manoel Mondrone, em Medianeira (PR) e atirou nos colegas de classe. Duas vítimas ficaram feridas;
*Janaúba, 2017 - Oito crianças e uma professora morreram após um segurança colocar fogo no Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, em Janaúba (MG);
*Goiânia, 2017 - Um estudante de 14 anos atirou em colegas no colégio Goyases, escola particular de Goiânia (GO), matando dois colegas e ferindo outros quatro
*Santa Rita, 2012 - Dois adolescentes de 16 e 13 anos promoveram um tiroteio na Escola Estadual Enéas Carvalho, em Santa Rita, na Grande João Pessoa (PB). Três estudantes ficaram feridos
*Realengo, 2011 - Um ex-aluno de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo (RJ), matou 12 crianças e feriu outras 13.
*Corrente, 2011 - Um adolescente de 14 anos matou um colega com golpes de faca em Corrente (PI). O agressor alegou que sofria violência física e verbal diariamente da vítima.
*São Caetano do Sul, 2011 - Um estudante de 10 anos da Escola Municipal Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul (SP), atirou na professora e depois se matou. Ela sobreviveu.
*Taiúva, 2003 - Um ex-aluno atacou a Escola Estadual Coronel Benedito Ortiz, em Taiúva (SP), ferindo cinco alunos, uma professora e dois outros funcionários. As vítimas sobreviveram, mas um dos estudantes ficou paraplégico.
*Salvador, 2002 - Um adolescente de 17 anos matou duas colegas com um revólver .38 dentro da sala de aula, no colégio Sigma, em Salvador (BA). Segundo testemunhas, o ato foi uma vingança porque as duas vítimas teriam dado uma nota baixa para o agressor em uma gincana escolar. O revólver usado pelo adolescente era do pai dele, um agente de segurança pública
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