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Carmen Vasconcelos
Publicado em 2 de fevereiro de 2019 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
As pessoas que pretendem adquirir um carro nos próximos meses, mas ainda não se decidiram pela cor, vale uma dica importante: o branco continua como queridinhos pelos próximos cinco anos. Isso foi o que mostrou o estudo Tendência de Cores Automotivas 2018/2019, desenvolvido pela BASF. Assim, um carro branco terá maior chance de revenda que um memso modelo de outra de cor.
De acordo com o gerente no Brasil do Laboratório de Desenvolvimento Cores da BASF, André Oliva de Palma, a escolha vai além de uma mera preferência ou de uma escolha baseada na facilidade na hora da revenda ou troca. “O branco é leve, brilhante e tecnológico. A partir disso, criamos pigmentos e efeitos especiais para deixar essa cor ainda mais interessante e nada austera”, diz.
O levantamento também mostrou que as chamadas cores acromáticas, como o próprio branco, preto, cinza e prata são as preferências mundiais e cerca de 80% dos carros produzidos no mundo são pintados com essas tonalidades. A cada quatro carros fabricados na América do Norte e a cada três fabricados na Europa, por exemplo, um é pintado de branco, enquanto na Ásia-Pacífico um, a cada dois carros fabricados, recebe a cor branca.
Vale salientar que a liderança do branco está inclusive em modelos de Crossover Utility Vehicle (CUV), que mescla as qualidades Sport Utility Vehicles (SUVs), como segurança e conforto ao dirigir, com benefícios como eficiência de combustível. O segmento de veículos dominante na América do Norte também elegeu as cores preta e cinza como preferências.
O estudo, no entanto, mostra que a popularidade da cor prata caiu ligeiramente se comparada a 2017.
A geóloga Dina Mendes é uma dessas compradoras que ama o branco. Ela adquiriu um SUV no ano passado e diz que a escolha do branco se deveu a dois fatos: a temperatura da capital baiana e ao fato do branco passar uma amplidão maior, segundo ela. “Estou amando a escolha e com os detalhes escuros dos retrovisores e da película de segurança o carro me lembra o capacete dos soldados do Império, os Stormtroopers de Star Wars”, graceja Dina, que é fã da franquia cinematográfica.
Tudo azul
Quando a preferência sai das básicas, o azul é líder no mundo, seguido do vermelho. “Na América do Sul, mais particularmente no Brasil, o vermelho é a cor preferida entre as cromáticas”, afirma Marcos Fernandes, diretor de Tintas Automotivas da BASF para a América do Sul.
Essas cores cromáticas tendem a ser mais utilizadas nos segmentos de veículos menores, como nos carros compactos e subcompactos. A quantidade total de tonalidades cromáticas apresentou queda significativa nos segmentos de veículos maiores, em que houve um aumento considerável do preto e branco em comparação ao ano anterior.
Com aproximadamente 140 tons no espectro de cor, o azul torna-se a cor mais diversificada. Com uma participação de 11%, ele tirou a posição do prata em 2018, tornando-se a quarta cor mais desejada na Europa, por exemplo.
No Brasil, azuis e vermelhos são praticamente iguais quando se trata do desejo de compra. Para o representante da BASF no Brasil, o vermelho é uma cor vibrante que se relaciona muito com esportividade, agilidade, aventura. “Por isso mesmo, ela se encaixa muito bem para esses veículos”, esclarece Palma.
O efeito metálico ou perolado também contribui significativamente para a aparência singular de um carro. Em 2018, dois terços de todos os veículos tiveram um acabamento com uma tinta de efeito. Quanto maior o carro, maior a probabilidade de ser pintado com um efeito. Cores escuras, como preto e cinza, são formuladas, em sua maioria, para apresentarem um efeito metálico, enquanto as cores mais claras representam principalmente tons sólidos. O vermelho é a cor preferida entre os brasileiros, independente do modelo de carro (foto: divulgação) Cores sustentáveis
As novidades entre as tintas de carros não se restringem às cores e efeitos. As tintas automotivas também buscam soluções sustentáveis, como as que permitem um processo de cura e aplicação mais curto, reduzindo as emissões de gás carbônico (CO²) em até 20%; revestimentos à base de água que cumprem com as rígidas regulamentações globais para minimizar o teor de compostos orgânicos voláteis (VOC) e com funcionalidade de gerenciamento de temperatura na qual a superfície do carro não aquece tanto quanto aquelas em que as tintas convencionais são usadas, minimizando o acúmulo de calor nos interiores dos veículos.
“Atualmente, também enxergamos uma tendência entre as montadoras para migrarem suas linhas de produção para modelos de linha de pinturas mais curtos e sustentáveis. A BASF é pioneira neste método de pintura, chamado Processo Integrado”, diz Palma, ressaltando que o método oferece significativos benefícios pela redução do tempo e de consumo de tinta necessária para a planta de pintura. “Esse processo pode ser customizado para diferentes condições, mas, o mais notável, é a eliminação da etapa de cura na aplicação do primer após a pintura no veículo”, explica.