Baile de Carnaval com Osba, Bailinho de Quinta e Armandinho lota TCA

Caetano Veloso prestigiou apresentação, que custou R$ 1,00 e  R$ 0,50

A folia dos tradicionais circuitos do Carnaval de Salvador embalou, no final da manhã deste domingo (23), centenas de foliões em um ambiente bem diferente das avenidas oficiais que abrigam a maior festa de rua do planeta.

A sala principal do principal de teatro da cidade, o Castro Alves, no Campo Grande, foi completamente tomada pelo público que pagou R$ 1,00 (inteira) e R$ 0,50 (meia-entrada) não para ver um baile de Carnaval com direito a orquestra, marchinha, frevo e muito axé. 

O Baile Concerto de Carnaval, realizado como parte do projeto Domingo no TCA, é organizado pela Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) há três anos. Nesta 3ª edição, contou com as participações do Bailinho de Quinta, além de um dos anfitriões da folia, o músico Armandinho. 

E o espetáculo foi aplaudido por ninguém menos que Caetano Veloso que, da plateia, acompanhou o show. Em repertório que foi do axé ao frevo, além de composições de Caê, Gerônimo e Noel Rosa que já embalaram a folia.

Pontualmente às 11h, os músicos da Osba, sob a regência do mastro Carlos Prazeres, se posicionaram no palco para dar início aos trabalhos. Vestidos como se tivessem prontos para desfilar na avenida, fizeram as honras da casa para o Bailinho de Quinta, que mandou o recado: 'É Carnaval!'.   A massoterapeita Luciente Alves foi ao baile acompanhada da mãe, a aposentada Lígia (Foto: Tailane Muniz/CORREIO) Chame gente Quase um hino da folia baiana, a música Chame Gente, de autoria de Moraes Moreira, diz que a "alegria é o estado que chamamos Bahia" e, ainda, que "baiano é Carnaval".

A massoterapeuta Luciene Alves Santiago, 55 anos, que o diga. Ao lado da mãe, a aposentada Lígia Santiago, 75, fez questão de assistir ao baile de pertinho, na segunda fileira da sala.

Moradora do bairro de Trobogy, disse que chegou cedo, por volta de 9h, para não correr o risco de pegar um lugar distante. Embora fizesse um esforço notável para se manter sentada, garantiu que adorou o Baile Concerto no teatro."Eu sou apaixonada por esse ambiente. Sou ligada ao teatro desde muito nova. Carnaval, então, eu amo. Apesar de ser uma festa diferente do que a da rua, foi ótimo porque pude trazer minha mãe, que é idosa e precisa de mais conforto", comentou.Aos risos, acrescentou que a possibilidade de assistir à apresentação de uma orquestra pagando o valor simbólico de R$ 1,00 foi um atrativo a mais. "Como frequentadora assídua do TCA, digo que é um dos projetos mais legais que existe no segmento da cultura aqui. Eu sempre venho aos domingos, e sempre com minha mãe", completou ela, sem parar de se balançar. Tímida, a aposentada resumiu a felicidade com um sorriso.

É Carnaval, Cidade Com a alegria de sempre, Armandinho e sua guitarra baiana deram seguimento à folia. O instrumentista  fez o público cantar como se estivesse aos pés de Castro Alves, ponto tradicional do Circuito Osmar. Mãe da pequena Letícia Marques, 5, a dentista Clara Marques, 31, disse que aproveitou a oportunidade para apresentar o Carnaval à filha com mais "conforto e segurança". Vestida de abelha, a garotinha parecia hipnotizada pelas cores e luzes que iluminavam o palco.

"Dá pra ver pela cara que ela amou. E eu também amei. Confesso que não teria coragem de ir com ela para os circuitos oficiais, tenho um pouco de receio, muito pela quantidade de gente. Aqui está mais suave, mais tranquilo", afirmou, enquanto tentava impedir que Letícia ficasse de pé na cadeira. Ensaiando pulos, a menininha parecia ter entendido o recado que veio do palco: 'É Carnaval, Cidade!'

A mistura dos ritmos como o axé e frevo, somado à sincronia da Osba, impressionou a secretária Paula Barbosa, 27. Na primeira fileira, observava, atentamente, todos os detalhes do show. Da ornamentação do palco, à la Carnal, até às roupas dos integrantes do Bailinho de Quinta, nada passou batido aos olhos da jovem."Eu estou verdadeiramente deslumbrada. Posso garantir que estou emocionada. Primeiro porque gosta muito de orquestra, depois porque é uma experiência diferente hoje. Um privilégio poder assistir a esse show tão de perto", comemorou ela.A três dias do início oficial da folia, deu pra ver que o Baile Concerto da Osba preparou a cama para o que vem por aí. E se esse esquente - não tão quente quanto curtir o Carnaval sob o sol do Verão de Salvador -, não fez o povo suar, cumpriu a missão de deixar claro que o o enxame de gente quer, agora, é botar o bloco na rua.