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Marcela Vilar
Publicado em 12 de fevereiro de 2021 às 13:13
- Atualizado há 2 anos
A vacinação em Salvador teve que ser interrompida nesta semana por falta de doses da vacina contra o novo coronavírus. Para continuar a vacinação na cidade, assim como avançar nas fases do plano de imunização na Bahia, o estado receberá 400 mil novas doses entre os dias 17 e 23 de fevereiro. Destas, 35 mil vacinas virão para a capital baiana. A afirmação foi feita pelo prefeito de Salvador, Bruno Reis, durante a entrega de uma geomanta no bairro de Matatu de Brotas, na manhã desta sexta-feira (12). >
“O ministro [da saúde] Pazuello afirmou que, entre os dias 17 e 23 de fevereiro estaria sendo distribuídas novas doses para a Bahia. Serão 400 mil doses, 200 mil doses ficam retidas e outras 200 mil são distribuídas. Então devem vir para Salvador algo em torno de 35 a 36 mil doses, com base nas outras remessas que foram enviadas”, informou o prefeito. Metade das vacinas fica retida pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) para a segunda dose. >
Na última semana, Salvador recebeu 8 mil novas doses do governo da Bahia, de vacinas que estavam retidas, para que a vacinação dos idosos acima de 85 anos tivesse continuidade. Além dessas 8 mil, o município já tinha recebido 108 mil imunizantes do governo federal. Até então, cerca de 110 mil pessoas foram vacinadas. >
Na medida em que novas vacinas forem recebidas, a prefeitura continuará a imunização dos trabalhadores da saúde e dos idosos acima de 60 anos. Não há previsão de quando essa primeira fase seja concluída. >
Prefeitura articula compra de 300 mil doses com a Índia A prefeitura também articula, com o governo da Índia, a compra de 300 mil doses da vacina de Oxford/AstraZeneca. O custo de cada vacina é de 8 dólares, o que totalizam 2,4 milhões de dólares, equivalente a quase R$ 13 milhões. A operação de compra, segundo Bruno Reis, já está fechada, mas precisa da autorização do Ministério da Saúde. >
“Hoje Salvador tem a possibilidade de comprar 300 mil doses de vacina. Vocês sabem que um fundo bancou 30% da produção da Oxford/Astrazenca e Salvador vem tentando adquirir as vacinas. Eu estou com a operação, com o radar já pronto de importação, com a operação já autorizada pelo Banco do Brasil, com a carta de crédito para a gente só pagar quando a vacina chegar em solo baiano, pra não correr risco de pagar as vacinas e não receber o produto”, contou o prefeito. >
Para tentar resolver a situação, o prefeito planeja ir à Brasília nas próximas semanas para tentar convencer o governo a permitir que municípios possam negociar diretamente a compra de vacinas. “O governo federal insiste na tese de imunizar até 50% da população somente o governo federal adquirindo as vacinas. O que eu queria era acelerar o processo aqui em Salvador. Há um grupo de trabalho de enfrentamento à covid que adotou essa estratégia. Então vou tratar com Pazuello para ver a possibilidade do grupo de trabalho mudar essa interpretação e permitir que estados e municípios comprem as vacinas”, explicou Reis. >
Bruno também reforçou que é contra, nesse primeiro momento, que o setor privado faça a aquisição das doses. “Sou contra o privado comprar nesse momento, porque só iria imunizar quem tem dinheiro, iria penalizar os mais pobres. Nesse momento, não há de se falar da possibilidade do privado adquirir vacina. Depois que imunizar o público prioritário, depois que imunizar principalmente as pessoas mais pobres, que nao têm condição de pagar, acho que aí sim o privado pode comercializar, e quem tem condição de pagar a vacina, que pague. Vai até desonerar os cofres públicos", argumentou. >
Além disso, o prefeito disse que tentará consegui, na conversa com o Ministro Eduardo Pazuello, mais recursos para a saúde de Salvador e para a manutenção de leitos de UTI. >
*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro>