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Bahia não deve aderir ao uso generalizado da cloroquina para covid-19

Ministério da Saúde permitiu uso do medicamento desde o estágio inicial da doença

  • D
  • Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2020 às 10:48

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

A Bahia não deve adotar o protocolo do ministério da Saúde que recomenda prescrição médica de cloroquina desde os primeiros sinais da doença causada pelo coronavírus. Segundo o Estadão, outros sete governos não irão aderir ao uso generalizado do medicamento - entre eles, São Paulo, Pará e Rio Grande do Sul. Em outros sete, as administrações afirmam que a aplicação ou não ainda está sob estudo.

O governador Rui Costa (PT) criticou a politização do debate envolvendo o medicamento. "Não será adotado. Os médicos junto com seus pacientes e familiares definem o protocolo de atendimento", afirmou ao Estadão. "Na Bahia receita médica não é definida por ideologia ou pelos políticos."

Alvo de alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) mas pretendida pelo presidente Jair Bolsonaro, a permissão para livre uso de cloroquina foi divulgada nesta quarta-feira, 20, pelo governo federal. Governadores e autoridades sanitárias estaduais que se opõem à medida e argumentam principalmente sobre a falta de comprovação científica da sua eficácia contra a covid-19, além de há uma série de efeitos colaterais associados à droga.

O documento para liberar a prescrição médica a todos os pacientes é assinado pelo general Eduardo Pazuello. Ele assumiu interinamente o Ministério da Saúde após a demissão dos ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, ambos médicos, que se negaram a endossar a recomendação pretendida por Bolsonaro. 

Na prática, o novo protocolo autoriza que médicos da rede pública receitem cloroquina logo após os primeiros sintomas, como coriza, tosse e dor de cabeça. Para isso, o paciente deverá assinar um termo de consentimento em que diz aceitar o risco "por livre iniciativa" - sendo alertado, inclusive, da possibilidade de "disfunção grave de órgãos" e até de "óbito". No protocolo anterior, de março, a liberação era apenas para pacientes em situações mais graves.