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Avião usado pela quadrilha da traficante dona Maria vai ser leiloado na Bahia

Além da aeronave, que se encontra na cidade de Vitória da Conquista, mais 22 automóveis serão oferecidos

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  • Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2020 às 08:15

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Divulgação/SSP

O avião modelo Cessna Aircraft, prefixo PR-OIE, usado pela quadrilha da traficante Jasiane Silva Teixeira, 31, a "Dona Maria", para transporte de cocaína, estará no segundo leilão da Polícia Civil, que será realizado na próxima segunda-feira (31). Além da aeronave, custodiada em Vitória da Conquista, mais 22 automóveis serão oferecidos. Apontada pela polícia como a maior traficante do estado, ela foi solta por habeas corpus expedido pelo Tribunal de Justiça da Bahia no dia 11 de fevereiro, antes do Carnaval. 

Os bens apreendidos pela polícia que serão negociados virtualmente, através do site www.mpleiloes.com.br, foram apreendidos durante ações policiais contra facções de traficantes, em Salvador, na Região Metropolitana e em cidades do interior da Bahia. O avião permanece na cidade de Vitória da Conquista, onde foi flagrado com traficantes, em outubro de 2018.

Os veículos estão divididos. Uma parte se encontra no pátio da empresa responsável pelo leilão, no município de Candeias, e o restante na sede da Polícia Federal, em Salvador, no bairro de Água de Meninos.

"Os valores arrecadados são repassados para o Ministério da Justiça, via Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). Continuamos orientando os delegados a solicitarem a alienação antecipada para a Justiça. Dessa forma, tiramos o bem do traficante e podemos usar os valores para melhorar a atividade policial", destacou a titular da Coordenação de Narcóticos do Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), delegada Andréa Ribeiro. Foto: Alberto Maraux/SSP Líder da facção Bonde do NeguinhoPresa em setembro do ano passado, "Dona Maria", como ficou conhecida no meio policial ao assumir o posto do ex-marido morto em confronto com a polícia, respondia a três processos criminais, todos com mandado de prisão em aberto, um deles pela morte de um agente penitenciário. Segundo a Polícia Civil disse à epoca, ela é responsável por ordenar diversas execuções na Bahia, principalmente na região de Vitória da Conquista, Sudoeste baiano, e era tida como líder da facção Bonde do Neguinho (BDN).

Após ser descoberta na cidade de Mogi das Cruzes, em São Paulo, ela acabou presa junto com o namorado, Márcio Faria dos Santos, o Carioca, uma das lideranças do Primeiro Comando da Capital (PCC). A dupla foi detida numa operação especial empreendida por policiais baianos do Draco, Depin e inteligências da Polícia Civil e da SSP, em São Paulo.

Jasiane foi trazida à Bahia num traslado aéreo sob forte segurança empreendida por equipes do Grupamento Aéreo da PM (Graer) e dos departamentos de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) e de Polícia do Interior (Depin). Segundo a SSP-BA, a criminosa é responsável diretamente por dezenas de homicídios, roubos, tráfico de drogas e armas, além de corrupção de menores. Ela figurava a carta Dama de Copas do famoso Baralho do Crime da secretaria.

Natural de Vitória da Conquista, ela comandava a facção Bonde do Neguinho (BDN), com ramificações nos estados de Minas Gerais e São Paulo. Além de ser conhecida como Dona Maria, Jasiane era apelidada no mundo do crime como Tia. Ela é enteada de Antonilton de Jesus Martines, o Nenzão, um dos traficantes mais antigos da região Sudoeste do estado.

Ela foi presa em 2008 em flagrante, em Vitória da Conquista por tráfico de drogas e porte ilegal de arma junto com o então companheiro Bruno de Jesus Camilo, o Pezão, que é sobrinho de Nenzão. Em Vitória da Conquista, Jasiane cresceu no bairro Kadija, um dos mais violentos da cidade.

O mandado de prisão em aberto e que levou a polícia a prendê-la em São Paulo é referente ao assassinato do agente penitenciário Luciano Caribé, ocorrido em 2009, em Jequié.

Na época, Pezão estava preso no Conjunto Penal de Jequié e se desentendeu com o agente penitenciário. Ele e Jasiane, então, determinaram o assassinato, executado por dois comparsas que morreram em troca de tiros com a polícia dias após o crime. Jasiane já estava em liberdade e, segundo a polícia, colaborou com a ação criminosa, fornecendo as armas e apoio logístico aos executores.