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Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2019 às 22:04
- Atualizado há 2 anos
Cidades litorâneas inteiras podem desaparecer se não forem adotadas medidas para frear os efeitos do aquecimento global. Ao menos, esse é o diagnóstico feito pelos cientistas que debateram o assunto durante a Semana Internacional do Clima, em Salvador, nesta quarta-feira (21).>
Segundo o presidente e principal negociador da Aliança dos Pequenos Estados Insulares (AOSIS), Carlos Fuller, cerca de 3 bilhões de pessoas vivem em cidades litorâneas no mundo todo e dependem dos oceanos para sobreviver.>
“O aumento do nível do mar vai colocar a vida dessas pessoas em risco. As cidades a beira mar estão vulneráveis, então, precisamos começar a discutir sobre como viver nesse mundo em transformação e não destruir tudo”, afirmou.>
A situação mais crítica é das ilhas do Caribe. Em Belize, 70% da população vive na costa e abaixo do nível do mar. Para a presidente da Future Ocean Alliance, organização que coordenou o debate junto com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Isabel Noronha, o problema afeta diretamente os brasileiros.>
“As pessoas estão baseadas na terra, mas têm várias atividades econômicas no mar. As cidades costeiras, como Salvador, precisam dos recursos do mar porque são eles que trazem renda para a comunidade”, afirmou.>
Nas últimas décadas o nível do mar na costa do Brasil subiu 25cm, mas pode chegar a 1,5 metro até o final do século. O titular da Secretaria Municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis), André Fraga, contou que a capital baiana tem 50 km de orla e que já está sentindo as mudanças climáticas no oceano, como ressacas cada vez mais fortes e redução da faixa de areia.>
“O aumento do nível do mar e a acidificação dos oceanos são os desafios que a crise climática apresenta na perspectiva dos oceanos, e a prefeitura tem feito ações para tentar minimizar esses impactos”, disse.>
Fraga citou como exemplos a construção do Parque Marinho da Barra e o projeto na Bacia do Mané Dendê. A obra de saneamento abrange cinco bairros da orla do subúrbio em uma área de 800 mil metros quadrados, equivalente a 80 campos de futebol.>
Confira algumas das programações desta quinta-feira (22)>
9h - O prefeito ACM Neto, o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, e os ministros do meio ambiente da Argentina, da Guatemala e de Trinidad e Tobago participarão da plenária que discute o tema: “Segmento Ministerial: rumo à COP-25 e esforços para alcançar as metas do Acordo de Paris”.>
12h30 - A sessão “Estruturando uma agenda positiva para a floresta e a agricultura: o papel do setor privado” vai abordar novos métodos para medir os impactos positivos dos investimentos e modelos de negócios relacionados ao uso da terra no Brasil; e apresentar inovações nas cadeias de valor agrícolas e florestais lideradas por empresas e comunidades locais no país.>
14h30 - Serão debatidas estratégias de longo prazo e descarbonização com organizações desses setores.>
17h - Financiamento e títulos verdes, com Raúl Delgado, especialista chefe em Mudança Climática do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). >