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Da Redação
Publicado em 26 de março de 2020 às 19:04
- Atualizado há 2 anos
A Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) manifestaram “indignação e perplexidade” em relação à provocação feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos jornalistas que trabalhavam, na manhã desta quinta-feira (26), em frente ao do Palácio da Alvorada, em Brasília.>
“Todos os representantes de veículos de comunicação, como quaisquer outros de serviços essenciais, desejariam estar recolhidos em isolamento com suas famílias neste momento de calamidade pública”, diz nota da Aner e da ANJ. No entanto, a imprensa tem consciência de que deve, mais do que nunca, seguir no trabalho de informar a população”, enfatizam as associações.“A triste provocação do presidente escarnece de todos aqueles que colocam a saúde em risco para prestar um serviço essencial aos brasileiros”, continua o comunicado.“As associações reafirmam que os veículos de comunicação brasileiros seguirão cobrindo todos os fatos relevantes para o país, atuando de forma construtiva para que, juntos, derrotemos o novo coronavírus”.>
Bolsonaro questionou a presença da imprensa na saída do Palácio da Alvorada por riscos de contaminação da doença. Sem se aproximar do local onde jornalistas o aguardavam, o presidente disse que eles deveriam estar em casa de quarentena.>
"Imprensa, vocês estão aqui trabalhando. Tem que ficar em casa, pô. Quarentena, pô. Fica em quarentena em casa", disse Bolsonaro. Enquanto o presidente falava, um ajudante de ordens filmava os profissionais.>
"Atenção, povo do Brasil, esse pessoal aqui diz que eu estou errado porque tenho que ficar em casa. Agora eu pergunto: o que que vocês estão fazendo aqui? Imprensa brasileira, o que vocês estão fazendo aqui? Não tão com medo do coronavírus, não. Vão para casa. Todo mundo sem máscara", falou Bolsonaro na gravação, dirigindo-se aos jornalistas.>
Assista. >
Segundo recomendações do Ministério da Saúde, o uso de máscaras deve ser adotado por aqueles que possuem sintomas de síndromes respiratórias.>
Em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, na terça-feira (24), Bolsonaro criticou o rigor das medidas de isolamento que têm sido recomendadas ou determinadas no País para conter o avanço do novo coronavírus. Na fala, o presidente chegou a recomendar que "algumas poucas autoridades, estaduais e municipais, devem abandonar o conceito de terra arrasada", em medidas como a "proibição de transportes", o "fechamento do comércio" e o "confinamento em massa". O fim do isolamento, no entanto, contraria recomendações médicas e vai de encontro ao que o próprio Ministério da Saúde defendia até ontem.>
No último domingo, Bolsonaro publicou um decreto que inclui a imprensa na lista de serviços essenciais e vedou que trabalhadores desta área sejam proibidos de circular.>