Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2020 às 12:33
- Atualizado há 2 anos
O jornalista Rodrigo Rodrigues morreu nesta terça-feira (28), aos 45 anos. Apresentador do SportTV, ele teve diagnóstico de covid-19 e estava internado desde o sábado (25) no Hospital Unimed, do Rio de Janeiro.
Ele chegou a passar por um procedimento cirúrgico para diminuição da pressão intracraniana após a equipe médica confirmar uma trombose venosa cerebral (TVC).
Em nota, o hospital Unimed confirmou a morte.
"O Hospital Unimed-Rio informa, com pesar, que, após a realização de protocolo de avaliação na manhã desta terça-feira, foi atestada morte encefálica no paciente Rodrigo de Oliveira Rodrigues. O paciente encontrava-se em estado grave e coma induzido, em unidade de terapia intensiva, desde o último domingo, 26/07, após ter sido submetido a procedimento para diminuição da pressão intracraniana em decorrência de uma trombose venosa cerebral. Rodrigo havia dado entrada na emergência da nossa unidade no sábado, 25/07, com quadro grave e diagnóstico prévio de Covid-19.", diz o comunicado assinado pelo diretor médico Paulo Henrique Ribeiro Bloise.
Rodrigo Rodrigues nasceu no Rio e já trabalhou em diversos canais de televisão, como TV Cultura, SBT, ESPN Brasil, Band, Gazeta e Esporte Interativo. No SporTV, ele comandou programas como "Troca de passes", "Redação SporTV", "SporTV News", "Tá na Área" e "Seleção SporTV", além de ancorar o "Globo Esporte" em esquema de plantão aos sábados na TV aberta.
Além de apresentador, Rodrigo lançou livros como "As Aventuras da Blitz", sobre a trajetória do grupo musical comandado por Evandro Mesquita, e "London London", um guia para conhecer Londres de metrô.
Rodrigo também teve uma carreira musical. Ele era guitarrista da banda "The Soundtrackers", que toca apenas trilhas sonoras do cinema, e chegou a se apresentar no quadro "Ding Dong", do "Domingão do Faustão".
Homenagens Amigos e ex-colegas de Rodrigo usaram as redes sociais para homenagear o apresentador. Leonardo Bertozzi, que trabalhou com ele na ESPN, destacou o carinho que todos tinham por ele.
"Obrigado, amigo. Repouse em paz. Obrigado pelo privilégio da sua convivência. O carinho demonstrado por todos nos últimos dias atesta seu tamanho", disse.
Também colega dele na ESPN, André Kfouri falou sobre o estilo de vida de Rodrigo, sempre de bom humor.
"Rodrigo Rodrigues estava sempre sorridente. Sempre. Não é força de expressão. Ele certamente está sorrindo agora, mesmo num dia brutalmente triste como este. Vai em paz, RR. Até um dia", homenageou.
O Globoesporte.com, site do Grupo Globo, última casa do apresentador, postou uma homenagem a RR.
"Com o bom humor característico e a competência indiscutível, Rodrigo Rodrigues deixou sua marca por onde passou. Desde janeiro de 2019 na Globo, o apresentador conquistou a confiança de todos, e diversos colegas logo se tornaram amigos também fora do ambiente de trabalho, começou.
"A morte de Rodrigo abre uma ferida que vai muito além do profissional insubstituível. Dentro e fora da Globo, dezenas de pessoas sentem a perda de um amigo. E a família chora a partida de um parente que conquistou uma legião de admiradores", finalizou.
Veja o comunicado da Globo sobre Rodrigo Rodrigues Nesta terça-feira, dia 28, o apresentador do SporTV, Rodrigo Rodrigues, morreu no Rio de Janeiro, aos 45 anos, por complicações da COVID-19. A Globo se despede com carinho de Rodrigo, lamenta a sua partida tão prematura e se solidariza com a família e com os amigos.
Rodrigo deixa lembranças de seu bom humor e de uma carreira onde jornalismo e música sempre caminharam juntos, como contam seus companheiros do Esporte da Globo:
'Em janeiro de 2019, o Esporte da Globo ficou mais divertido com a chegada de um apresentador bem-humorado, cheio de referências musicais e um olhar que fugia do senso comum.
Rodrigo Rodrigues apresentou diferentes programas do SporTV até se tornar titular do 'Troca de Passes'. Apresentou também o 'Globo Esporte' de São Paulo em diversos sábados. Rodrigo começou a carreira em 1995, na Rede Vida. Trabalhava com o que mais gostava: música. Em 2001, cobriu o Rock in Rio. O jeito espontâneo arrancava as melhores respostas. Passou por TV Cultura, SBT e Bandeirantes e lançou o primeiro livro em 2008: "As Aventuras da Blitz", que conta a história da banda de rock liderada por Evandro Mesquita.
Em 2011, o jornalista cultural decidiu se aventurar no esporte. Foi contratado pela ESPN e cativou os atletas da mesma forma que fazia com os músicos. Rodrigo sabia dar espaço para cada convidado brilhar. Cada um no seu momento. Como numa banda de rock, todo instrumentista tem direito ao solo. Nada mais natural para esse jornalista-roqueiro, líder da banda "The Soundtrackers", que toca músicas de filmes e lançou três discos.
Durante uma apresentação da banda no 'Domingão do Faustão', Rodrigo respondeu assim à pergunta de Fausto sobre o começo de sua carreira: "Eu comecei desenhando, aí passei pro violão. E, aí, quando eu achava que ia ser professor de arte e tocar na noite, eu fiz um teste acidental e virei apresentador. Não parei mais, faz 25 anos... Mas eu nunca deixei de tocar, eu faço questão de manter a banda porque uma paixão alimenta a outra".
Rodrigo Rodrigues tinha 45 anos. No dia 13 de julho, decidiu fazer teste para COVID-19 mesmo sem sintomas - dia 9 tinha sido seu último dia presencial no trabalho. Relatou que um amigo, com quem teve contato, tinha acabado de testar positivo. O resultado do teste de Rodrigo também deu positivo e ele foi imediatamente afastado. Nos dias posteriores, Rodrigo apresentou sintomas como falta de paladar e olfato, mas dizia se sentir bem.
No entanto, a situação mudou no último sábado. Segundo o boletim médico do hospital onde foi internado, Rodrigo deu entrada na emergência com quadro de dor de cabeça, vômito e desorientação. No dia seguinte, foi submetido a um procedimento para diminuição da pressão intracraniana em decorrência de uma trombose venosa cerebral. Ele não resistiu e teve a morte confirmada hoje'.
Desde o início da pandemia, a Globo tem nas medidas de prevenção da doença e no apoio incondicional aos profissionais contaminados com a COVID-19 as suas maiores prioridades.