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Bruno Wendel
Publicado em 9 de dezembro de 2019 às 18:07
- Atualizado há 2 anos
Prédio na Avenida Euclides da Cunha, onde a vítima morava Foto: Bruno Wendel/CORREIO O aposentado da Petrobras Neoquias Albuquerque Viana, 63 anos, foi assassinado com um tiro no rosto na noite desse domingo (8), durante um assalto na Barra. Neoquias estava com a companheira quando foram abordados por um homem armado. Após baleá-lo no rosto, o bandido fugiu com o celular dele e a bolsa da mulher. Não há informações sobre o que levou o bandido a atirar.
O latrocínio (roubo seguido de morte) é investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), unidade do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP). A apuração é coordenada pela delegada Milena Calmon.
Segundo a polícia, o crime aconteceu na Rua Augusto Frederico Schmidt, na Barra, pouco depois de o casal deixar uma pizzaria. Neoquias e a mulher, que não teve o nome revelado, se aproximavam do carro dela, quando foram surpreendidos pelo criminoso.
As informações passadas para a polícia foram adquiridas através de um depoimento preliminar da companheira de Neoquias, que não teve o nome revelado. Após o crime e ainda em estado de choque, ela foi levada para o plantão do DHPP, que funciona no prédio-sede da unidade, no final de linha da Pituba, onde foi interrogada por um delegado do Serviço de Investigação de Local de Crime (Silc) – equipe responsável por realizar o levantamento cadavérico.
Por conta do estado emocional, ele deverá ser interrogada novamente esta semana, inclusive para dar mais detalhes, pois não há informações de que o aposentado reagiu ao assalto. A polícia busca imagens do local que possam ajudar na investigação do caso, principalmente na identificação do bandido.
Na manhã desta segunda-feira (9), o CORREIO esteve no prédio onde Neoquias morava, no Condomínio Edifício Nossa Senhora das Graças, no número 400 da Avenida Euclides da Cunha, bairro da Graça. A morte era o assunto de todos do prédio. “Acordamos com essa notícia. A família dele já esteve aqui mais cedo e falou muito pouco sobre o ocorrido”, disse um rapaz que estava na companhia de outros quatro moradores e do porteiro. O carro da vítima, um Honda Civic prata, estava na garagem.
Os vizinhos disseram que o aposentado morava só e era uma pessoa tranquila. “Era um senhor reservado, não se abriu muito com a gente. Subia e descia, dava um ‘bom dia’, um ‘boa tarde’, somente. Não gostava de ficar conversando aqui como fazemos”, declarou outro morador do edifício.
Eles disseram que o aposentado morava no sétimo andar, num apartamento de 3/4 e que vez ou outra recebia a visita da companheira e dos parentes. “Não sabemos o nome dela, mas era vista mais de uma vez durante a semana aqui”, contou um outro morador.
Os vizinhos relataram ainda que Neoquias era uma pessoa de hábitos saudáveis e costumava sair cedo para malhar. “Ele ia andando daqui para a academia na Avenida Sete. Fazia o mesmo na volta. Mas antes, passava no Campo Grande para papear com alguns amigos”, disse o porteiro do prédio.
Ele contou ainda que Neoquias era aposentado pela Petrobras. “Às vezes, ele gostava de conversar aqui. Numa dessas, ele falou que entrou na Petrobras com 18 anos e nunca mais saiu, que se aposentou lá (Petrobras)”, relatou o porteiro.
O aposentado deixou dois filhos. Um é advogado e a outra é médica. “Eles estão super abalados. Não falam nada sobre o que aconteceu”, disse o porteiro.
Em contato com o CORREIO, uma prima da vítima informou que, na hora da abordagem, o aposentado teria dito: 'Calma, rapaz, calma', com os braços levantados, conforme o depoimento inicial da companheira da vítima. Mas, mesmo assim, o bandido atirou, sem que ele fizesse qualquer movimento. A prima acha que o criminoso pode ter confundido o aposentado com um policial devido ao porte físico, "porque ele era careca e musculoso", informou a prima.