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Após dizer que estapeou mulheres, Alain Delon é alvo de protesto em Cannes

Feministas fizeram abaixo-assinado para impedir homenagem a ator

  • D
  • Da Redação

Publicado em 13 de maio de 2019 às 18:57

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Ludovic Marin/AFP
Alain Delon protagonizou Rocco e Seus Irmãos, clássico do cinema europeu por Foto: Reprodução

O astro do cinema Alain Delon, 83 anos, virou o mais novo alvo do movimento feminista internacional #MeToo, após o anúncio de uma homenagem ao ator francês no Festival de Cannes.

Delon afirmou recentemente que já estapeou mulheres com quem teve relações no passado. Ele também diz se opor à adoção de crianças por casais do mesmo sexo e é entusiasta da plataforma política do direitista Jean-Marie Le Pen, seu amigo.

O ator francês será homenageado com uma Palma de Ouro honorária. Na véspera da abertura do prêmio, a organização da mostra de cinema foi informada de que uma delegação de mulheres americanas organizou um abaixo-assinado contra a entrega do prêmio. 

Em conversa com a imprensa nesta segunda (13), o diretor artístico do festival, Thierry Frémaux, reagiu. "Nós não estamos dando o Nobel da Paz a ele", disse, ressaltando a contribuição artística do ator, que estrelou grandes obras cinematográficas como "O Leopardo" e "Rocco e Seus Irmãos", do italiano Luchino Visconti, e "O Samurai", do francês Jean-Pierre Melville.  

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"Ele é livre para ter as opiniões que quiser, ainda que eu não concorde com elas", emendou Frémaux, que alfinetou os Estados Unidos quando soube que o abaixo-assinado era encampado por americanas. 

Ele sugeriu, então, que se fizessem petições contra o aquecimento global naquele país, já que Donald Trump é cético quanto ao assunto.

Delon é um dos rostos mais conhecidos do cinema europeu e, com o passar do tempo, seguiu a mesma tendência que sua conterrânea e contemporânea Brigitte Bardot, passando a adotar visões políticas cada vez mais à direita.

Críticas recorrentes Essa não é a primeira vez que o maior festival de cinema da Europa é criticado por movimentos feministas. 

O ataque mais recorrente é com relação à pouca presença de diretoras mulheres na corrida pela Palma de Ouro. Dentre os os 21 concorrentes ao prêmio, que incluem Quentin Tarantino e o pernambucano Kleber Mendonça Filho, só quatro são mulheres.

São elas a austríaca Jessica Hausner, pelo drama de ficção científica “Little Joe”, e as francesas Céline Sciamma, do filme de época “Portrait of a Lady on Fire”, e Justine Triet, da comédia “Sibyl”. Já a franco-senegalesa Mati Diop concorre pelo drama migratório "Atlantique". Com informações do jornal Folha de S.Paulo.