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Da Redação
Publicado em 11 de junho de 2021 às 21:18
- Atualizado há 2 anos
Após 86 dias internado com complicações da Covid-19, o sargento Geovanildo dos Santos de Oliveira saiu do medo ao alívio nesta sexta-feira (11), em sua alta hospitalar. Logo depois, veio a gratidão. Ele foi surpreendido pelos colegas do Corpo de Bombeiros da Bahia, profissionais de saúde e familiares em uma homenagem com direito a cartazes, balões e uma salva de palmas.>
“Sofremos muito com a família durante esses quase três meses, a gente tem uma característica de companheirismo na unidade. Acompanhamos o processo desde o início, fazemos parte disso. Nós convivemos muito tempo juntos e assim como a gente participa das dores, também participamos das alegrias”, diz a major Keyla Macário, comandante de Geovanildo.>
Parte da homenagem, ela conta que a esposa do sargento, Janaína Viana, também bombeira do 12º Grupamento de Bombeiros Militar, teve Covid e precisou ficar hospitalizada, um pouco antes dele. Mas a recuperação foi rápida e ela retornou para casa antes do marido, para cuidar das duas filhas, de 3 e 13 anos. >
O quadro dele foi mais complicado. Não só ficou intubado, como também teve um acidente vascular cerebral, um infarto e precisou fazer hemodiálise. Chamada de "rim artificial", a hemodiálise é indicada quando há perda significativa ou total das funções renais.>
Enquanto estavam hospitalizados ao mesmo tempo, as filhas ficaram sob responsabilidades dos familiares, mas tiveram apoio dos colegas dos pais.>
“Em momento algum ficamos afastados delas e quando Janaína saiu do hospital foi um alívio, porque a mais velha tem 13 anos. Ela me dizia ‘tia, toda vez que me ligam para falar de meu pai e de minha mãe, eu acho que algum deles morreu’, então a gente é convocado para fazer parte disso e temos que apoiar um ao outro mesmo, não tem jeito”, relata a major.>
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Keyla ainda conta que a ideia da homenagem ao sargento veio das várias homenagens aos bombeiros debilitados de Covid-19 que estão acontecendo no 5º Grupamento de Bombeiros Militar, em Ilhéus. “É muito importante dizer isso, porque é um trabalho magnífico. Lá, independente do quadro ter sido agravado, há uma homenagem. E como Geovanildo passou por tantas dificuldades, a gente se espelhou nessas homenagens e fizemos isso por ele”.>
Ainda debilitado, o sargento segue em recuperação em casa. O CORREIO tentou contato com Janaína Viana, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.>