Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Roberto Midlej
Publicado em 5 de fevereiro de 2017 às 06:02
- Atualizado há 2 anos
Uma mãe louca por um filho e muito ciumenta é capaz de tudo para garantir o amor dele. No caso de Neia, a personagem de Ana Beatriz Nogueira em Rock Story, novela das 19h da Globo/TV Bahia, ela chegou ao ponto de forjar o próprio sequestro para chamar a atenção do filho, Léo (Rafael Vitti), uma estrela da música. A personagem de Ana Beatriz, Neia, foi gari e enriqueceu com o sucesso do filho (Foto: João Cotta/TV Globo)“Ela ama demais os filhos e controla a vida dos dois (Neia também tem uma filha, Yasmin, interpretada por Marina Moschen), mas fica em cima do menino porque ele é a fonte de renda da família”, diz a atriz carioca de 49 anos.
Os ciúmes de Neia têm um motivo especial: a namorada do filho, Diana, intepretada por Alinne Moraes. A rejeição a ela é tão grande que Neia chegou a envenenar a comida da nora. “Acho que em todas as relações, infelizmente, as pessoas podem chegar a pontos inacreditáveis. Mas na minha vida isso nunca aconteceu, pelo contrário, tive muita sorte no quesito sogra”, comenta a atriz.
SuperproteçãoAna Beatriz já havia interpretado uma outra mãe igualmente superprotetora, a Ilana de Caminho das Índias, que não tirava o olho do filho Zeca, vivido por Duda Nagle.
Mas para a atriz há diferenças entre as duas: “Ilana era superprotetora até a página dois, pois ela estava preocupada mesmo era em enriquecer. A Neia tem uma paixão por aquele filho e ela não quer que Léo vá embora de casa. E ela tem motivo, porque de fato acredita que ele não é amado pela Diana”.
Há também uma outra diferença: enquanto Ilana tinha uma carga dramática mais forte, Neia é engraçada. “Ela não tem drama nenhum. Divertida, simples e até de mau humor é engraçada”.
O trabalho com Rafael Vitti entusiasma a atriz, que não economiza elogios: “Atuar com ele é uma delícia. Um garoto extraordinário, educado, doce. Adoraria ser mãe dele na vida real. É um ator absolutamente entregue em cena, não está preocupado com vaidade ou com o posicionamento dele para a câmera. Rafael vai longe”, elogia. Com Léo Régis (Rafael Vitti), o filho que ela superprotege(Foto: Divulgação)Também tem chamado a atenção do público a autenticidade de Neia que, apesar de ter origem pobre - ela foi gari antes da fama do filho -, mantém sua personalidade e não se comporta como a maioria dos novos-ricos. “Isso é uma das coisas que eu mais gosto na personagem, porque a essência dela permanece. Ela ficou rica, mas dá valor ao dinheiro, sabe quanto as coisas custam. Diferente dos filhos, que não dão o valor que ela dá”.
O tom cômico de Neia tem agradado muito Ana Beatriz, que faz papeis dramáticos com frequência. Mas, para ela, o gênero da novela não importa: “Tenho preferência por bons personagens, seja drama ou comédia. Fazer a Néia tem sido uma farra. Adoro meus colegas, a equipe. É um dia a dia maravilhoso”.
Antes de ser convidada pelo diretor Dennis Carvalho para integrar o elenco de Rock Story, Ana Beatriz estava pronta para gravar À Flor da Pele, próxima novela das 21h, de Glória Perez, mas acabou optando pela novela das 19h. Para a atriz, não foi a importância de Neia na trama que lhe atraiu: “Adoro trabalhar e adoro bons personagens. Não tenho vaidade com relação ao tamanho do papel. Trabalhar com o Dennis também pesou na escolha porque ele é um diretor que eu conheço há muito tempo e trabalhar com ele é ter um dia agradável”.
CarreiraAna Beatriz começou a carreira no teatro e, em 1987, chamou a atenção do mundo quando venceu o Urso de Prata de melhor atriz no Festival de Berlim por seu papel em Vera, dirigido por Sérgio Toledo. No filme, ela interpretava uma poeta transexual.
Apesar de ter vencido o prestigiado prêmio, que onze anos depois estaria nas mãos de Fernanda Montenegro, Ana Beatriz anda distante do cinema e diz não ter planos de voltar ao set: “Até por gostar tanto de fazer cinema, tenho feito pouco, porque os convites têm sido mais para participações e eu gostaria de voltar fazendo alguma personagem de fato importante para a história”.
Embora seja “cria” do teatro, a atriz não crê que o palco seja imprescindível para a formação de um bom intérprete: “Não existe uma regra. A Glória Pires, por exemplo, não veio do teatro e é uma das maiores atrizes do Brasil de TV, de cinema. Acredito no ator vocacionado, que se interessa, que estuda, que se prepara, que quer aprender, quer melhorar. Acredito em vocação. Mas para mim, faz uma diferença muito grande, porque eu tenho paixão pelo palco. Acho que o palco me melhora e me devolve melhor para o trabalho seguinte na TV”.