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Da Redação
Publicado em 1 de março de 2020 às 19:03
- Atualizado há 2 anos
Amigos e familiares do grafiteiro Jailson Galdino de Souza Santos, o Scank, se reuniram neste domingo (1), na pista de skate dos Barris, em Salvador, para saudar a memória do artista e cobrar agilidade nas investigações do crime que o vitimou. Na próxima sexta-feira (13), completa-se um mês que Scank, 27 anos, levou um tiro enquanto pichava um muro no bairro do Imbuí. O amigo que estava com ele também foi agredido, mas conseguiu sobreviver.
Durante o ato, diversos grafiteiros da cidade promoveram um mutirão de grafite na praça, onde pintaram o nome do artista em diferentes estilos. O rosto de Scank também foi desenhado ao lado das imagens de outros dois grafiteiros, Mito e Obzo. Grafiteiro nos Barris homenageando Scank (Foto: Bianca Justiniano/ Divulgação) De acordo com o coletivo Lama Original, do qual Scank fazia parte, os rostos foram pintados para honrar os três grafiteiros mortos. “Fazemos questão de lembrá-los para que as próximas gerações conheçam as pessoas íntegras e determinadas que foram”, publicou o grupo.
Em conversa com o CORREIO, Leonice Galdino de Souza, mãe de Scank, disse que desde que prestou depoimento, um dia após o crime, ainda não teve informações sobre o andamento da investigação e cobrou respostas ao assassinato do filho. “Teve o período do Carnaval e acredito que pode ter sido por isso que ainda não nos informaram, mas a gente está fazendo esse movimento pedindo justiça. Queremos que o caso seja lembrado e que nos falem como está a investigação, se já conseguiram provas e suspeitos”, disse.Ainda conforme a mãe, os parentes e amigos do grafiteiro estão organizando uma nova manifestação no dia 13 de março, às 15h, em frente à sede do Ministério Público da Bahia (MP-BA) para cobrar respostas para o caso. Rosto de Scank é grafitado durante a homenagem (Foto: Bianca Justiniano/ Divulgação) Relembre O grafiteiro Jailson Galdino Souza dos Santos, 27 anos, conhecido como Scank, foi morto com um tiro pelas costas enquanto pichava um muro com um amigo na Avenida Jorge Amado, próximo à entrada do Bate Facho, bairro do Imbuí, na madrugada de 13 de fevereiro. O amigo dele, identificado como Jerry, foi espancado e socorrido para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Marback.
De acordo com familiares, Scank e Jerry estavam parados e conversando antes de iniciar a pintura de um muro na Jorge Amado, quando cerca de cinco homens armados surgiram e começaram o espancamento. Ao tentar fugir, Scank foi baleado com um único tiro e morreu no local. Os familiares, no entanto, garantem que os rapazes não tinham qualquer rixa com alguém que possa ter cometido o crime."Eles estavam trabalhando, fazendo o que mais gostavam. Não sabemos o que aconteceu de fato, era de madrugada. Quando fomos avisados, já tinha uma equipe da polícia no local aguardando a remoção do corpo", contou a ex-sogra do grafiteiro e professora da Ufba, Roca Alencar.Scank foi o artista responsável pela pintura de uma das vacas da CowParade, comprada e exposta atualmente no Centro se Treinamento do Bahia, em Dias D'ávila. Ao CORREIO, a mãe do artista, a autônoma Leonice Gaudino, contou que o filho não tinha nenhuma relação com o local do crime e ele que estava apenas trabalhando com o amigo, a quem conhecia há mais de 10 anos e com quem trabalhava junto em projetos.
"Meu filho não andava naquela região, ele foi ali somente para fazer o trabalho dele. Não sei como aconteceu. Só me falaram que mataram ele pelas costas, com um único tiro. Ele fazia as pinturas dele e, nas horas vagas, me ajudava com as vendas e entregas das minhas quentinhas. Eu tinha três filhos, agora tenho só dois. Muito triste essa situação", afirmou.
Em nota, a Polícia Militar disse que foi acionada e já encontrou Scank ferido na rua. Na época, esse foi o conteúdo enviado pela polícia: "No início da manhã desta quinta-feira (13), o Cicom informou que havia um elemento caído ao solo na Avenida Jorge Amado, no Imbuí. Uma viatura da 39ª CIPM chegou e isolou a área. O DHPP e o DPT estiveram no local. O corpo foi removido ao IML", diz o texto. Já a Polícia Civil informou que o caso está sendo investigado pela 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico).