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Rede Nordeste, O Povo
Publicado em 14 de setembro de 2020 às 12:19
- Atualizado há 2 anos
Um adolescente de 12 anos invadiu o sistema de aula online de uma escola particular do bairro Maraponga, em Fortaleza, e substituiu as fotos dos alunos, inclusive a dele, por imagens pornográficas. O caso aconteceu há cerca de 15 dias e, na última sexta-feira, 11, o mesmo jovem enviou imagens pornográficas para a sala online. O estudante assumiu a invasão e disse que a fez para provar que conseguiria invadir o sistema e protestar contra as aulas online.
A escola procurou o 5º Distrito Policial, no bairro Parangaba e, após um trabalho de investigação da Célula de Inteligência Cibernética (CIC), o caso foi descoberto. O jovem deve responder por ato infracional análogo ao artigo 218 do Código Penal, sobre divulgação de imagens pornográficas para crianças e adolescentes. A aula foi cancelada e a equipe de informática da escola substituiu todas as senhas de acesso e mudou o endereço da sala online.
De acordo com o delegado Valdir Passos, titular do 5º DP, a direção da escola procurou a delegacia para informar sobre um ataque a uma sala online, que tinha acontecido no dia 25 de agosto. Dias depois, uma nova invasão. Dessa vez, de acordo com o delegado, o hacker enviou fotos de material pornográfico e frases, em inglês, que diziam que as pessoas não acreditavam nele, mas que ia provar que era um hacker de verdade.
Em seguida, começou a divulgar a senha e os logins dos alunos e os endereços das residências dos estudantes que estavam na aula. Após a denúncia da escola, a Célula de Inteligência Cibernética (CIC) da delegacia iniciou as investigações.
Com base na Lei 12.830, que afirma que as operadoras de telefonia devem fornecer os dados para a investigação da Polícia, Raulino Viana, escrivão do 5º Distrito Policial, que compõe a CIC, solicitou à operadora os dados do endereço do telefone do invasor e chegou até a família do adolescente, em Macaranaú, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF).
Muitos alunos do município estudam em Fortaleza. O primeiro suspeito, o pai que tinha o celular inscrito em seu CPF, foi logo descartado por conta da idade. Ele tem dois filhos em idade escolar que estudam no colégio, um deles, aluno justamente do 7º ano. O jovem acabou confessando o ato infracional e disse que, na realidade, fez isso para buscar reconhecimento, para mostrar ser capaz de invadir o sistema e como uma forma de protesto pelas aulas online.
“O pai tomou um susto e negou que o filho fizesse esse tipo de coisa. Cabe o alerta de que os pais ou responsáveis acompanhem o uso da internet pelas crianças e adolescentes”, aconselha o delegado.
Reportagem originalmente publicada em O Povo