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Advogada acusa PM e delegado de agressão em Lauro de Freitas

Caso aconteceu na noite desde sábado (2), quando a profissional acompanhava uma prisão em flagrante na 23ª Delegacia

  • Foto do(a) author(a) Priscila Natividade
  • Priscila Natividade

Publicado em 3 de fevereiro de 2019 às 16:42

 - Atualizado há 2 anos

A advogada criminalista Thalita Duran acusou o policial militar da 81ª CIPM Luiz Paulo Lima de agressão verbal e física, e o delegado plantonista da 23ª Delegacia Geovani Paranhos, de agressão verbal, após ser impedida de ler e coagida a assinar o registro da ocorrência dos clientes que estava representando, durante uma prisão em flagrante. O caso aconteceu em Lauro de Freitas, Região Metropolitana de Salvador.   

Thalita disse ao CORREIO, que, por volta das 23h30, o delegado começou a induzir os clientes durante o interrogatório de forma que um entregasse o outro, conduzindo o processo de forma arbitrária, o que iniciou a discussão. “Ele não queria me deixar ler a ocorrência antes de assinar e então começou a gritar ‘cala a boca, desgraça’, quando eu revidei, negando que o documento seria assinado sem que eu pudesse ler o que estava escrito”, relata. 

A advogada pegou o celular e gravou a ação. Enquanto saia da sala um policial militar a agrediu e ameaçou: "Você gravou meu rosto. Não troque as bolas não, que comigo o bagulho é diferente", disse o PM identificado pela vítima como Luiz Paulo Lima no vídeo. Segundo ela, Luiz Paulo teria tomado o aparelho das mãos de Thalita, que, mesmo afirmando que apagaria o vídeo, foi empurrada pelo policial e caiu, batendo o ombro no chão. 

“O PM entrou de gaiato na história e se excedeu ainda mais que o delegado. O policial apagou o vídeo, mas o iphone recuperou. Nunca fui tratada deste jeito em nenhuma delegacia. Trabalho há oito anos como advogada criminalista e nunca passei por isso. Até a minha carteira da OAB [Ordem dos Advogados do Brasil], eles quebraram. Dos quatro clientes presos, eu só consegui representar dois deles. Tive que fugir da delegacia com medo”, conta Thalita.

A vítima procurou a OAB para denunciar a agressão e registrou a denúncia na Corregedoria da Polícia Militar. “Não sou agressiva nem briguenta e todos sabem disso. Acho que por eu ser mulher, eles acham que vai ficar tudo na impunidade. Os clientes que eu estava acompanhando ficaram presos e uma audiência de custódia deve acontecer na terça-feira. O flagrante foi irregular desde o principio diante desta conduta deles. Eu fico bastante apreensiva do que pode acontecer comigo”, revela a advogada. 

A Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA)  informou em nota oficial que as Corregedorias das Polícias Civil e Militar estão apurando o caso. A princípio, os envolvidos não serão afastados de suas atividades, mas ficarão no aguardo da apuração da Corregedoria.