Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Gabriel Moura
Publicado em 28 de março de 2020 às 13:10
- Atualizado há 2 anos
O prefeito ACM Neto criticou a realização da carreata programada para este domingo (29) que pede o fim do isolamento social. Para o chefe do Executivo de Salvador, este movimento é caracterizado por pessoas "protegidas em seus carros, com ar-condicionado, pedindo que os pobres enfrentem os riscos de um ônibus lotado".
Batizada de "Não Para Salvador", a carreata tem saída prevista para as 10h no novo Centro de Convenções, na Boca do Rio. Mas o prefeito revelou que gostaria que o movimento fosse realizado em outro lugar, só que enxergou uma dificuldade para a mudança de localidade."Eu até ia falar com os organizadores para que realizassem a carreata no Subúrbio. O problema é que eles provavelmente nem saibam chegar lá", ironizou.O prefeito também afirmou que este é o momento das elites brasileiras se preocuparem com a saúde dos mais pobres, que serão os mais afetados caso o isolamento social deixe de acontecer.
"É muito fácil para essas pessoas irem às ruas em seus carros, protegidas, pedir que os os outros vão andar de ônibus, se expondo nas estações. Eu acredito que nesse momento os mais ricos, a elite brasileira, precisa ter a consciência de que tudo que estamos fazendo é para proteger os mais pobres, para que o virus não se espalhe nos bairros periféricos", disse.
O movimento "Não Para Salvador" é baseado na campanha "O Brasil não pode parar", endossada pelo presidente Jair Bolsonaro. Neto também criticou a postura do chefe do Executivo nacional, que defende o fim do isolamento social, preservando apenas idosos e pessoas com comorbidades."Nós precisamos estar concentrados no compromisso de permanecer em casa, protegendo as nossas famílias. Eu também faço um apelo para que não ouçam qualquer outra autoridade que possam levantar dúvidas sobre esta medida", disse o prefeito de Salvador referindo-se ao presidente da República.Apesar das críticas, Neto disse que não irá proibir a realização da manifestação desde que o movimento cumpra as normas definidas pelo município, que são de que não haja mensagens sonoras e que os participantes são saiam dos seus carros.
*Com orientação do editor João Gabriel Galdea.