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79,5% do público-alvo de Salvador já se vacinou contra a covid-19 

Ritmo de vacinação aumentou 31% em julho com relação a junho

  • Foto do(a) author(a) Marcela Vilar
  • Marcela Vilar

Publicado em 4 de agosto de 2021 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Walterson Rosa/MS
Média móvel de mortes em Salvador sai de 27 para 5, entre junho e agosto por Reprodução/Geocovid-19

Salvador atingiu a marca de mais de 2 milhões de vacinas aplicadas contra a covid-19, nesta terça-feira (3). De acordo com o vacinômetro da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), são 1.442.199 soteropolitanos imunizados com a primeira dose e 656.976 com a segunda dose. Isso equivale 79,5% e 34,5% do público alvo, que são, nesse primeiro momento, os maiores de 18 anos. Em relação à população total, os números correspondem, respectivamente, a 50% e 22,7%.  

Agora, faltam 332.869 pessoas maiores de idade para serem vacinadas na capital baiana, segundo a SMS. Depois desse público, o próximo passo são os adolescentes, entre 12 e 17 anos. A secretaria da saúde já começou o cadastramento dos mesmos (leia mais aqui).  

A expectativa é vacinar 121.082 nessa faixa etária, mas o Ministério da Saúde (MS) ainda precisa autorizar. A Comissão Intergestora Bipartite (CIB), vinculada à Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), não discutiu quando e como será feita a vacinação da população abaixo dos 18 anos. 

O alcance desse contingente de imunizados se dá pela melhora no ritmo de vacinação, que cresceu 31% entre julho e junho. Além de julho ter sido o mês com número recorde de pessoas vacinadas (480.595), Salvador teve a maior média de vacinados por dia (15.503).  

O mês que mais pessoas tinham recebido injeções, até então, era maio, com 361.089 - quase 25% a menos que no mês passado. O melhor ritmo de imunizados, até então, tinha sido em junho, com uma média de 11.830/dia - veja a média de cada mês no final da matéria.  

Dentre os vacinados, a maioria é do sexo feminino (59%), de cor preta e parda (60%), entre 60 e 69 anos (22%). O dia que mais vacinas foram aplicadas foi 1 de julho (37.294). Já o dia que a capital baiana menos aplicou doses foi em 23 de maio (5 pessoas).  

O secretário municipal da saúde, Leo Prates, comemorou o avanço da campanha. “É com muita alegria que, hoje, chegamos ao número de duas milhões de doses aplicadas na cidade. Esse é um número expressivo, mostra a eficiência que ganhou Salvador na vacinação contra a covid”, celebra Prates.  

Ele pontua que ainda há trabalho a ser feito. “Continuaremos trabalhando até que o último soteropolitano esteja vacinado, que são aqueles acima de 12 anos. Quanto mais vacinados, mais segura ficará nossa cidade, completa o secretário.  

A infectologista da SMS, Adielma Nizarala, explica que o principal impacto da vacinação é a redução do número de casos da doença e mortes. Ontem (3), o CORREIO mostrou que houve uma redução de 40% nesses dois números, na Bahia, entre junho e julho.

Em Salvador, a média móvel de casos caiu 78% e a de óbitos, 81%, neste mesmo período, de acordo com o portal Geocovid-19, que monitora os dados da pandemia no Brasil. O Geocovid-19 ainda indica uma taxa de transmissão (RT) da doença abaixo de um, o que significa que a curva de contágio está em decréscimo. A última estimativa do grupo de pesquisa, feita em 25 de julho, é de o RT está em 0,937.  

“Quanto mais a gente avança na vacinação, menor a possibilidade de quadros graves, mesmo com a primeira dose da vacina, porque ela já oferece um certo grau de proteção. A queda não é na mesma proporção que com a segunda dose, mas, ajuda”, esclarece Adielma.  

A infectologista pondera que a segunda dose é necessária, principalmente com as variantes em vista. “É muito ruim [não tomar a segunda dose], porque o objetivo é que a gente tenha um alcance maior com a segunda dose, com a maior cobertura possível. O mais perto que chegarmos de 90 e 95% de imunizados em relação à população, o mais cedo possível, melhor. Vacinar é um ato de coletividade e não individual”, alerta. 

Segundo ela, a secretaria da saúde tem feito a busca ativa desses faltosos, a partir de mensagens de texto, chamamentos públicos e divulgação pelas redes sociais. Adielma ainda defende a antecipação da aplicação da segunda dose, assim como secretário municipal da saúde, Leo Prates, devido ao medo da variante delta.  

“Não é exatamente adiantar, porque não está fora do prazo da fabricante, é apenas aplicar no menor prazo determinado pela marca, uma coisa perfeitamente possível. Antes, a gente não tinha a garantia que as vacinas chegariam no prazo de 21 dias, mas, agora, é realidade é outra, temos tido estabilidade e as doses têm chegado com mais frequência”, argumenta.  

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Bairros periféricos registram aumento de casos  De acordo com o professor do Instituto de Saúde Coletiva (Isc) da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Márcio Natividade, que é integrante da Rede Covida e do Geocombate, grupo de pesquisa voltado para analisar o comportamento da pandemia nos bairros de Salvador, há um aumento do número de casos nos bairros mais pobres. 

“Tem-se observado um crescente aumento no número de casos da doença, principalmente em maios mais pobre de Salvador, como Itapuã, Fazenda Grande do Retiro, São Marcos, Liberdade, São Cristóvão, Santa Cruz, dentre outros. Isso reflete na incidência da covid-d, esse é um indicador importante de risco epidemiológico, onde podemos mensurar a probabilidade do adoecimento pela doença", alerta.  

Segundo Natividade, a principal causa dessa alta é falta de isolamento social. “Pela redução do distanciamento social, que cada vez mais vem caindo, além do aspecto da locomoção de uma parcela da população, que necessita do transporte público e se amotam em pontos, ônibus e metrô, muitas vezes dividindo a calçada com os ambulantes nos bairros populares da capital”, analisa. Os bairros recordes na incidência de casos são Pituba (7.502), Pernambués (6.708) e Brotas (6.391), segundo a SMS.  

Ansiedade e vacina no braço  Um dos soteropolitanos que garantiu uma dose no braço foi o arquiteto Fernando Teixeira, 31. Ele tomou a primeira aplicação na Arena Fonte Nova, ontem (3). A ansiedade não foi tanta, porque a vida dele não mudou - teve que continuar trabalhando presencialmente.  

“Não fiquei tão ansioso, mas feliz porque rolou a vacina. Já tem tanto tempo que estamos na pandemia, que entrei no piloto automático. Mas fico animado que a idade esteja baixando, que mais pessoas estejam se vacinando. É mais uma etapa que a gente precisava cumprir e já temos meio caminho andado”, relata Texeira.  

O arquiteto fica mais despreocupado com a primeira dose. “Fico mais tranquilo, até porque meus pais já estão vacinados com as duas doses, então já dá para ir, eventualmente, almoçar com eles, e fico mais relaxado para trabalhar, porque é uma sala sem janela. Então saber que tenho uma dose da vacina, junto com a máscara, ajuda”, confessa. A covid-19 chegou perto, porque a mãe e o colega de quarto contraíram a doença, mas ele não se infectou.  

Já Vinícius Chagas, 25, é um dos próximos da fila da vacina. Na sua família, ele é um dos poucos que ainda não se vacinou. Para ele, a dose no braço significa voltar à vida normal. “É a esperança de voltar um pouco a normalidade, sem ficar paranoico que, a qualquer momento, posso ir parar no hospital, ou que posso transmitir para alguém próximo e deixar ela em estado grave”, comenta.  

A pandemia fez com Vinícius Chagas perdesse o estágio e a renda da família reduzisse bastante, o que impediu a continuação no curso de graduação. Alguns conhecidos chegaram a se contaminar pela covid-19, mas nenhum em estado grave.   

Cadastro no SUS é obrigatório para primeira dose  Para quem for se vacinar, é preciso atualizar o cartão do Sistema Único de Saúde (SUS). Por conta das grandes filas e lentidão nos postos de vacinação, Leo Prates voltou a alertar sobre a necessidade de conferir o nome na lista da SMS pelo site:

Caso o nome não apareça, o recadastramento pode ser feito online no  recadastramento.saude.salvador.ba.gov.br ou presencialmente nas Prefeituras-Bairros mediante agendamento. Só após esse processo, os cidadãos elegíveis devem se dirigir aos locais de vacinação. 

“Temos registrado uma quantidade significativa de pessoas que procuram os pontos de imunização sem a atualização cadastral. Isso acaba impactando no fluxo da estratégia e torna o processo de imunização mais lento. A recomendação é que as pessoas verifiquem se o nome consta na lista antes ir ao ponto de vacinação”, explica Leo Prates. 

Bahia vacinou 60,1% do público-alvo  A vacinação na Bahia atingiu a marca de 6.665.894 vacinados com a primeira dose e dose única, que é a vacina da Janssen, da empresa Johnson&Johnson. Esse total corresponde a 60,1% do público alvo, que é a população acima de 18 anos. Em relação ao total de habitantes, esse número é de 47,1%. Com relação à segunda dose, 2.625.341 baianos receberam, o equivalente a 23,7% do público-alvo e 18,6% do total de habitantes.  

Procurado, o Ministério da Saúde (MS) não respondeu à matéria até o fechamento.  

Número de vacinados / média de vacinação em Salvador (fonte: SMS)  Janeiro - 53.520 vacinados / média de 4.116 vacinados por dia  Fevereiro - 112.369 vacinados / média de 4.013 vacinados por dia   Março - 253.898 vacinados / média de 8.190 vacinados por dia  Abril - 322.392 vacinados / média de 10.746 vacinados por dia  Maio - 361.089 vacinados / média de 11.648 vacinados por dia  Junho - 354.909 vacinados / média de 11.830 vacinados por dia  Julho - 480.595 vacinados / média de 15.503 vacinados por dia  Agosto - 52.571 vacinados (até 3 de agosto) 

*Sob orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro