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Da Redação
Publicado em 22 de maio de 2019 às 10:45
- Atualizado há 2 anos
Em 2018, pouco mais de 1 em cada 5 pessoas que moravam na Bahia afirmava ter cor preta. Ou seja, 3.389.881 baianos se autodeclaravam pretos, representando 22,9% da população do estado, estimada em 14.793.319 pessoas. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (22) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a IBGE, a Bahia, em 2012, tinha a segunda maior população de pretos do país em números absolutos, bem pouco abaixo da registrada em São Paulo (3.453.975), estado brasileiro mais populoso. Desde 2016, no entanto, a Bahia é o único estado do país em que as pessoas pretas são mais representativas na população em geral do que as autodeclaradas brancas (18,1% da população baiana).
Além de ter de longe a maior participação de pretos/as na população total (22,9%), a Bahia foi também o estado em que essa representatividade mais cresceu no Brasil, tanto em relação a 2012 quanto entre 2017 e 2018.
Em 2012, os que se autodeclaravam pretos somavam 2.501.673 pessoas na Bahia, representando 17,3% da população. Era, então, uma participação menor que a dos brancos (19,9% ou 2.873.069), num estado em que os pardos eram franca maioria (62,1% ou 8.958.245).
Essa ordem na distribuição se alterou apenas recentemente, em 2016, quando os pretos se tornaram majoritários em relação aos brancos (20,0% e 17,8% da população, respectivamente), enquanto os pardos, apesar de terem perdido um pouco de participação, ainda superavam a marca de 6 em cada 10 baianos (61,5% da população).
De 2017 para 2018, o percentual de pretos na população baiana subiu de 20,9% para 22,9%, o que representou mais 308 mil pessoas que se autodeclaravam pretas no estado, de um ano para o outro. Em contrapartida, os brancos passaram de 19,2% para 18,1% da população baiana (menos 155 mil, em números absolutos), e os pardos caíram de 59,3% para 58,1% (menos 124 mil pessoas).
Entre 2012 e 2018, a Bahia foi o único estado em que população que se declara preta cresceu (+35,5%) ao mesmo tempo em que os números de pardos (-3,9%) e brancos diminuíram (-6,9%). No país como um todo e na maior parte dos estados, (em 17 das 27 unidades da Federação), as pessoas que se declaravam pretas e as pardas cresceram numericamente, enquanto o total das que se declaravam brancas diminuiu.
Somando-se pretos e pardos (negros), chegava-se, em 2018, a 81,1% da população da Bahia (11,994 milhões de pessoas), segundo maior percentual entre os estados, abaixo e bem próximo do Amapá, onde 81,3% da população se declaravam pardos ou pretos, com forte predominância dos pardos (74,3%).
No país como um todo, os pretos e pardos juntos representavam, em 2018, 55,8% da população (115,965 milhões de pessoas).
Em 2018, a população da Bahia foi estimada em 14.793.319 pessoas. Em relação a 2017, quando estimava-se que havia 14.730.620 moradores no estado, o número cresceu apenas 0,4% (mais 63 mil pessoas em um ano). Comparando-se com a população estimada em 2012 (ano inicial da PNAD Contínua), de 14.422.526, o crescimento foi de 2,6% (mais 321 mil pessoas).
Em ambas as comparações, a Bahia teve a segunda menor taxa de crescimento populacional dentre os estados, acima apenas das verificadas no Piauí (0,3% e 1,6%, respectivamente).
O ritmo de aumento da população baiana também foi praticamente a metade do verificado no país como um todo. Em 2018, a população brasileira foi estimada em 207.853.293 pessoas, 0,8% maior que a de 2017 e 5,1% acima da de 2012.
Roraima, Amapá e Amazonas, todos no Norte do país, foram os estados que mais cresceram, tanto entre 2017 e 2018 quanto frente a 2102.
Número de idosos cresce quase 10% em um ano na Bahia Além de aumentar muito pouco de uma forma geral, a população da Bahia tem um crescimento fortemente concentrado entre os idosos, de 60 anos ou mais de idade.
Enquanto o total de moradores do estado cresceu apenas 0,4% de 2017 para 2018, a população de idosos aumentou quase 10% (+9,7%), passando de cerca de 1,9 para 2,1 milhões, o que representou mais 188 mil pessoas de 60 anos ou mais de idade em um ano.
Assim, em 2018, os idosos já representavam 14,4% da população baiana, uma participação razoavelmente superior à de 2012, quando as 1,7 milhão de pessoas de 60 anos ou mais de idade representavam 11,9% dos moradores do estado.
Ainda assim, a percentagem de idosos na Bahia é menor que a média nacional (15,4%) e apenas a 14ª mais elevada. Em 2018, Rio de Janeiro (19,3% de idosos) e Rio Grande do Sul (19,0%) eram os estados mais envelhecidos do país, enquanto as pessoas de 60 anos ou mais de idade não chegavam a 10% da população de Roraima (8,3%) e do Amapá (9,0%).
Bahia tem 4º maior percentual de domicílios onde só mora uma pessoa (17,0%) O envelhecimento da população baiana está, de certa forma, ligado também a um outro fenômeno: o aumento dos domicílios unipessoais, ou seja, onde só mora uma pessoa.
Em 2018, a Bahia tinha o 4º maior percentual de residências onde só vivia uma pessoa: 17,0% dos pouco mais de 5 milhões de domicílios do estado eram unipessoais. Nesse indicador, a Bahia só ficava abaixo de Rio de Janeiro (19,7% dos domicílios eram unipessoais), Rio Grande do Sul (18,2%) e Alagoas (17,2%).
Em números absolutos, 855 mil baianos moravam sozinhos em 2018, o que representava quase 6% da população do estado (5,8%). Era o 3º maior percentual de pessoas morando sozinhas, dentre os 27 estados brasileiros, abaixo apenas dos verificados no Rio de Janeiro (7,3%) e no Rio Grande do Sul (6,8%), os dois estados que têm as populações mais envelhecidas do país.
No Brasil como um todo, em 2018, 15,5% dos domicílios, ou cerca de 11 milhões de residências, eram unipessoais, o que equivalia a 5,3% da população morando sozinha.