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Monique Lobo
Publicado em 21 de abril de 2025 às 09:28
A morte do Papa Francisco, na manhã desta segunda feira (21), aos 88 anos, dá início a um novo processo para a escolha do próximo pontífice da Igreja Católica. >
O conclave, como é chamado esse ritual, é realizado pelo Colégio Cardinalício que reúne 252 cardeais de 94 países. No entanto, apenas 136 cardeais de 71 países tem o poder de voto para eleger o sucessor do argentino.>
Conheça os nomes dos prováveis candidatos:>
Pietro Parolin>
O cardeal italiano é o atual secretário de Estado do Vaticano. Ocupa o cargo, que é o segundo mais importante da hierarquia da Santa Sé, desde 2013. É apontado como favorito por alguns especialistas. Nasceu em Schiavon, na Itália, em 1955, e atuou no serviço diplomático da Igreja, desde 1986. Foi considerado como essencial no restauração das relações entre o Vaticano e a China, além de ter contribuído para o restabelecimento das relações entre Estados Unidos e Cuba, em 2014. Foi o primeiro cardeal nomeado pelo Papa Francisco, em 2013. >
Péter Erdö>
Com 72 anos, o cardeal húngaro é outro nome forte. Integra a ala conservadora da Santa Sé e se opôs que católicos divorciados possam receber comunhão. Ele também se posicionou contra os países europeus que aceitam refugiados e comparou a ação a "tráfico de seres humanos". Seu potencial se baliza em um provérbio italiano que diz que “depois de um Papa gordo deve seguir-se sempre um magro”. A frase aponta que, após um reformador, deve vir um conservador. Foi nomeado cardeal pelo Papa João Paulo II, em 2003.>
Sergio da Rocha>
O arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Sérgio da Rocha, foi nomeado membro da Congregação para os Bispos pelo Papa Francisco. A congregação é um dos principais órgãos da Cúria Romana, que é responsável pela criação das dioceses, nomeação de bispos entre outras coisas. Ele também foi nomeado como integrante do Conselho de Cardeais em 2023. Virou cardeal pelas mãos do Papa Francisco, em 2016. Antes chegar a Salvador, foi arcebispo em Teresina e Brasília. Nasceu em Dobrada, no interior de São Paulo, em 1959.>
Leonardo Ulrich Steiner>
Outro brasileiro da lista é o cardeal Dom Leonardo Ulrich Steiner, que assumiu o posto pelas mãos do Papa Francisco, em 2022. Se tornou o primeiro cardeal da Amazônia brasileira. Nascido em Forquilhinha, em Santa Catarina, virou bispo por nomeação do Papa João Paulo II, e tomou posse como arcebispo de Manaus, em 2020. >
Matteo Maria Zuppi>
Conhecido pela sua postura progressista e pela proximidade com o Papa Francisco, o italiano é visto como um nome em ascensão na Igreja Católica. Arcebispo de Bolonha desde 2015, foi nomeado cardeal pelo argentino, em 2019, e atualmente preside a Conferência Episcopal Italiana. É também membro da Comunidade de Sant'Egidio, um movimento católico dedicado à paz e ao diálogo inter-religioso. Também está a frente dos esforços para a reconstrução do diálogo da igreja com a comunidade LGBTQIA+.>
Pierbattista Pizzaballa>
Também italiano, Pizzaballa foi nomeado pelo Papa Francisco em 2023 e é o Patriarca Latino de Jerusalém. Ganhou destaque pelos esforços para o diálogo inter-religioso entre cristãos, judeus e mulçumanos em sua atuação como líder da Igreja Católica no Oriente Médio. Também tem sido defensor dos palestinos no conflito na Faixa de Gaza e chegou a visitar a região no ano passado. >
Luis Antonio Tagle>
A possibilidade do primeiro pontífice de origem oriental está no nome do filipino Luis Antonio Tagle, de 67 anos. Atual cardeal-arcebispo de Manila, foi presidente da Caritas Internacional, organização humanitária da Igreja. Também foi apontado como um dos "favoritos" de Francisco e, por isso, ganhou a alcunha de "Para Francisco Asiático". Seu nome é tido como um dos principais possíveis sucessores. Sua postura é progressista e se posiciona como defensor da comunidade LGBTQIA+ e do divórcio. >
José Tolentino de Mendonça>
O português José Tolentino de Mendonça é cardeal e atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação. Também da ala progressista, foi nomeado cardeal pelo Papa Francisco em 2019. Apesar da pouca idade, tem 59 anos, especialistas apontam que é um nome que deve ser lembrado. Já foi arquivista e bibliotecário da Santa Sé, além de reitor da Pontifícia Universidade Católica Portuguesa. >
Fridolin Ambongo Besungu >
Arcebispo de Kinshasa, o congolês, também virou cardeal sobre o pontificado de Francisco, em 2019. Besungu se posicionou contra a doutrina do argentino que permitiu aos padres abençoar casais do mesmo sexo ou não casados. Liderou a decisão unânime de não aplicar a doutrina no continente africano, com sua posição de presidente do Simpósio de Conferências Episcopais de África. A decisão foi aceita pelo Papa Francisco e essa aprovação lhe rendeu vários apoios. >
Peter Turkson>
No último conclave, o cardeal ganês Peter Turkson, de 76 anos, ficou entre os favoritos para a possibilidade de um novo Papa africano. Se tornou cardeal por nomeação do Papa João Paulo II e foi presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz. Liberal, tem postura progressista quando a questões LGBTQIA+ e sobre o fim do celibato. >
Raymond Leo Burke>
O cardeal dos Estados Unidos de 76 anos é um dos representes da ala ultraconservadora da Igreja. É contra a participação de divorciados e pessoas com segundo casamento na Eucaristia. Também é crítico da atual abordagem da Santa Sé sobre questões como contracepção, comunidade LGBTQIA+ e casamento civil. Defendeu também que católicos que apoiem o aborto não recebam comunhão. É prefeito da Assinatura Apostólica (o Supremo Tribunal da Igreja Católica).>