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Trump perde recurso e vai a julgamento por pagamentos a atriz pornô Stormy Daniels

A partir de 25 de março, Trump será o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a responder por acusações criminais diante de um tribunal

  • Foto do(a) author(a) Estadão
  • Estadão

Publicado em 15 de fevereiro de 2024 às 21:04

ex-presidente dos EUA Donald Trump
Ex-presidente dos EUA Donald Trump responderá na frente de um tribunal em relação aos pagamentos feitos para atriz pornô Crédito: Shutterstock

A Justiça de Nova York negou o recurso apresentado pela defesa de Donald Trump e marcou a data do julgamento pelos pagamentos a atriz pornô Stormy Daniels. A partir de 25 de março, Trump será o primeiro ex-presidente dos Estados Unidos a responder por acusações criminais diante de um tribunal.

Apenas nesta ação, ele enfrenta 34 acusações relacionadas às manobras fiscais durante a campanha para esconder o pagamento de US$ 130 mil a Stormy Daniels, em 2016. O depósito, duas semanas antes da eleição, teria o objetivo de comprar o silêncio da atriz pornô para esconder um suposto caso com o magnata - que ele sempre negou.

A defesa de Donald Trump argumentou que o cronograma para do julgamento, que deve durar seis semanas, vai interferir na campanha presidencial. E tentou adiá-lo, mas sem sucesso.

"Nós nos opomos veementemente ao que está acontecendo neste tribunal", disse o advogado de defesa Todd Blanche. "O presidente Trump agora vai passar os próximos dois meses trabalhando neste julgamento em vez de focar na campanha para presidente é algo que não deveria acontecer neste país".

O republicano seguiu a mesma linha ao falar com a imprensa na frente do tribunal. "No lugar de estar na Carolina do Sul (onde será a próxima primária) e outros Estados em campanha, eu estou preso aqui", disse Donald Trump. "Teremos que dar um jeito", acrescentou. "Eu estarei aqui durante o dia a em campanha durante a noite".

Em meio ao esforço de voltar à Casa Branca, Trump ainda responde pelos documentos secretos encontrados na mansão de Mar-a-Lago, Flórida, e pela tentativa de reverter a derrota para Joe Biden, em 2020. São duas ações envolvendo a última eleição, uma movida no Estado da Georgia e outra no âmbito federal.

Este último, o caso do Departamento de Justiça envolvendo as eleições, seria o primeiro a chegar aos tribunais, com julgamento previsto inicialmente para 4 de março. A defesa do republicano, no entanto, alega que ele seria imune às acusações porque ocupava à Casa Branca na época. O argumentou já foi rejeitado pelo tribunal de apelações, mas Trump recorreu e o caso foi para na Suprema Corte, o que deixou o julgamento em suspenso, à espera da decisão.

O adiamento foi, inclusive, uma das justificativas do juiz de Nova York Juan Manuel Merchan para manter o julgamento do caso Stormy Daniels a partir de 25 de março. Ele disse que tomou a decisão depois de falar com a juíza de Washington Tanya Chutkan

Acumulo de processos

Em paralelo, Donald Trump e alguns dos seus aliados, que também foram acusados pela tentativa de reverter o resultado das eleições na Georgia tentam afastar a procuradora Fani Willis do caso e arquivar a denúncia apresentada por ela. As alegações envolvem o relacionamento de Willis com o promotor Nathan Wade, indicado para atuar na ação contra Trump.

Donald Trump lidera as pesquisas entre os eleitores republicanos e venceu todas as primárias até aqui, mesmo com todos esses problemas na Justiça criminal - e dos outros na esfera civil.

Nesta sexta-feira, é esperado o veredicto da ação civil que envolve o líder republicano e o seu império empresarial, a Trump Organization. O juiz Arthur Engoron já declarou o ex-presidente culpado por fraude fiscal, mas resta anunciar a punição. A acusação pede que Trump seja multado em US$ 370 milhões (R$ 1,8 bilhão) e proibido de fazer negócios no setor imobiliário de Nova York, onde construiu a imagem que o levou à Casa Branca.