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Rede Nordeste, O Povo
Publicado em 17 de maio de 2024 às 17:08
As imagens impressionantes de uma tempestade de raios atingindo o vulcão mais ativo da América Central chocaram turistas que testemunharam o fenômeno raro.>
O caso aconteceu em 28 de abril, no ‘Volcán de Fuego’ (Vulcão de Fogo), na região de Antígua, na Guatemala, mas as imagens começaram a repercutir no Brasil nesta semana. Nesta semana vulcão chegou a registrar cerca de 8 explosões por hora.>
Um dos principais atrativos turísticos no país, o Vulcão de Fogo é o mais ativo da região da américa central, expelindo nuvens de fumaça quase diariamente, já tendo entrado em erupção várias vezes desde os anos 2000. O vulcão fica a cerca de 35 km a sudoeste do limite da Cidade da Guatemala, capital do país sul-americano.>
No registro compartilhado por turistas na rede social X (antigo Twitter), uma tempestade de raios atinge o cume da formação geológica, que projetava uma coluna de cinzas no momento. Registros feitos de vários ângulos mostram o fenômeno assustador e poderoso.>
Em 2023, um fenômeno parecido aconteceu no Monte Acatenango (ou Vulcão Acatenango), uma formação distante poucos quilômetros da cratera do Vulcão de Fogo. Na ocasião, uma tempestade de raios também atingiu o cume enquanto eram expelidos gases vulcânicos.>
Em abril deste ano, o Vulcão de Fogo registrava uma atividade sísmica mais intensa, o que levou ao fechamento de uma estrada de acesso a formação geológica e a evacuação preventiva de cerca de 350 pessoas que moram próximas à região.>
Além do Vulcão de Fogo, a Guatemala também monitora de perto os vulcões ativos Santiaguito (oeste) e Pacaya (sul).>
Vulcão de Fogo estava em erupção durante a tempestade de raios?>
É importante fazer a distinção entre um vulcão ativo e em erupção. Procurado pelo O POVO, o pesquisador chileno Alex Onar González, especialista em sismologia e vulcanologia, explica que o termo “erupção” deve ser usado quando um vulcão que estava dormindo, ou inativo, muda e passa a estar ativo.>
No caso do Vulcão de Fogo e outros na Guatemala, eles são monitorados constantemente por serem alguns dos mais ativos do mundo. >
“Essa palavra [erupção] deve ser usada com certa cautela, no sentido de que entendemos por erupção quando um vulcão que estava adormecido volta a ficar ativo, ou seja, acorda. A partir desse momento, o vulcão é considerado em erupção, no sentido de que não está mais adormecido”, explica Alex>
Contudo, González esclarece que alguns pesquisadores podem usar o termo “erupção” para se referir a uma fase em que um vulcão que já estava ativo atinge um nível eruptivo maior.>
“Há eventos em que a atividade vulcânica aumenta até um nível máximo, que é quando saem as notícias jornalísticas que tal vulcão entrou em erupção, mas já estava em erupção muito antes. Só que quando atingiu o pico da atividade vulcânica, aí virou notícia”, diz.>
No caso do Volcán de Fuego, seu monitoramento constante resulta em boletins diários informando sobre a atividade. Segundo o Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia (Insivumeh) da Guatemala, através do seu boletim vulcanológico diário emitido na manhã do dia 14 de maio, o vulcão de fogo está registrando em torno de 5 a 8 explosões por hora.>
Essas explosões causam avalanches fracas e moderadas para as comunidades dos arredores e espalha partículas de cinzas entre as comunidades dos arredores.>
As autoridades guatemaltecas possuem um sistema rigoroso de prevenção e contenção de desastres climáticos em virtude da convivência com três vulcões, em especial o Volcán de Fuego, que já teve várias erupções extremas em sua história.>
Entre os eventos mais recentes estão a erupção registrada em maio de 2023, o caso de dezembro de 2022, setembro de 2021 e junho de 2018, entre os episódios mais recentes.>
No caso da erupção de 2018, uma das mais violentas na história recente do país, mais de 200 mortes foram registradas, além de um alto número de deslocados. A proximidade entre o vulcão e a capital faz com que seja comum a necessidade esporádica de evacuação de cidadãos para evitar catástrofes.>