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Tharsila Prates
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 23:13
A primeira pessoa a enfrentar Donald Trump no início deste segundo mandato como presidente dos Estados Unidos é Mariann Edgar Budde. Ela é bispa de Washington, mãe de dois filhos, tem 65 anos e comanda a comunidade episcopal da capital dos Estados Unidos desde 2011.
Budde foi convidada a participar nesta terça-feira (21) da cerimônia ecumênica que ocorre tradicionalmente no dia seguinte ao da posse do novo presidente, na Catedral Nacional de Washington.
Da primeira fileira, Trump ouviu dela um pedido para que tenha misericórdia das pessoas que estavam “assustadas” com o que está por vir. “Há crianças gays, lésbicas e transgêneros em famílias democratas, republicanas e independentes, algumas que temem por suas vidas”, pontuou Budde.
Além disso, a bispa defendeu os imigrantes: “As pessoas que colhem nossas plantações e limpam nossos prédios de escritórios, que trabalham em granjas avícolas e frigoríficos, que lavam a louça depois de comermos em restaurantes e trabalham no turno da noite em hospitais, elas podem não ser cidadãos ou não ter a documentação adequada, mas a grande maioria dos imigrantes não é criminosa”, ressaltou.
“Eu lhe peço que tenha misericórdia, senhor presidente, por aqueles em nossas comunidades cujos filhos temem que seus pais sejam levados embora, e que ajude aqueles que estão fugindo de zonas de guerra e perseguição em suas próprias terras a encontrar compaixão e acolhimento aqui”, adicionou.
O sermão veio um dia após o anúncio de um pacote de medidas que afetarão a vida real de milhares de americanos. Como era de se esperar, o republicano não gostou. Perguntado sobre o que tinha achado do sermão, ele respondeu: “E vocês, gostaram? Acharam interessante?", para, em seguida, completar: "Não achei que foi um bom sermão, não. Poderiam fazer algo muito melhor”.
Em entrevista ao jornal New York Times, a líder religiosa afirmou que fez o discurso preocupada com "o grau de permissividade que certas pessoas têm de serem cruéis com os próximos". E que uma das qualidades centrais de um grande líder é "ter misericórdia, especialmente daqueles que não são percebidos como os seus".